Ales presta homenagem a  Jair Bolsonaro

Políticos e apoiadores de Bolsonaro prestigiaram homenagem / Foto: Lucas S. Costa – ales.

Lotada de eleitores e militantes de direita, a Assembleia Legislativa (Ales) recebeu nesta sexta-feira (10) o ex-presidente da República Jair Bolsonaro. Durante sessão solene especial, no Plenário Dirceu Cardoso, Bolsonaro foi duplamente homenageado, com a Ordem do Mérito Domingos Martins, a mais alta honraria concedida pela Casa, e também com o título de cidadão espírito-santense.

As homenagens foram propostas, respectivamente, pelos deputados Delegado Danilo Bahiense e Capitão Assumção, ambos do PL/ES. Comenda e título estão definidos na Resolução 6.220/2019 e no Decreto Legislativo 2/2023. 

Presidindo a solenidade, Bahiense elencou entregas do governo de Bolsonaro ao ES, como novas unidades do Minha Casa, Minha Vida, equipamentos para conselhos tutelares, recursos para o combate à pandemia, o contorno de Iconha e as concessões do aeroporto e porto de Vitória. 

O deputado lembrou que a gestão empenhou-se para a construção do contorno do Mestre Álvaro, na Serra, em vias de ser entregue. Danilo destacou ainda os 58,04% dos votos válidos dos capixabas ao ex-presidente no 2º turno de 2022, o que seria reconhecimento “para um presidente que se dedicou tanto”. 

“Sob a liderança do nosso presidente Bolsonaro, que foi muito perseguido e ainda continua sendo, o Brasil passou por momentos desafiadores e conseguiu enfrentá-los com coragem. Seu compromisso com valores conservadores e defesa da nossa liberdade deixaram grande legado na política nacional”, finalizou.

Discursos

O deputado Callegari (PL) lembrou que a Comenda Domingos Martins, que Bolsonaro iria receber, honra a memória do capixaba que participou da Revolução Pernambucana. “Saiu daqui em 1813 para morar em Pernambuco e apenas quatro anos depois comandou a revolução contra um governo opressor, e pagou com a vida. Essa comenda representa a luta daqueles que não têm medo, como o senhor”, disse.

Já o correligionário Lucas Polese destacou a influência de Bolsonaro para sua vida pública. “Esse é o cara que me fez olhar para dentro do sistema político e ter esperança”, afirmou. Capitão Assumção exaltou a gestão do ex-presidente na segurança pública, na infraestrutura, no meio ambiente e na gestão da pandemia do novo coronavírus. 

Representando a bancada capixaba de direita na Câmara, falou Gilvan da Federal (PL). Além de salientar a admiração dele pelo ex-presidente, disse que ele e os demais correligionários não desistirão de tornar Bolsonaro elegível para 2026 (o Tribunal Superior Eleitoral condenou-o duas vezes por diversas condutas irregulares, tornando-o inelegível até 2030).

Já o senador Magno Malta (PL) criticou a aprovação da Reforma Tributária no Senado e a forma de repasse dos impostos para estados e municípios. “Todo o dinheiro arrecadado pelo município vai tudo para Brasília, para um caldeirão, e quem for amigo do rei vai ganhar uma barra de ouro, quem não for vai ganhar uma cesta básica”, disparou.

Entre as ações do ex-presidente no governo federal, citou a complementação das obras de transposição do rio São Francisco, a relação com o governo de Israel e a política armamentista. Por fim, criticou a decisão que tornou Bolsonaro inelegível e a prisão dos manifestantes que depredaram os prédios dos três poderes em Brasília no dia 8 de janeiro deste ano.

Homenageado

Após receber a comenda e o título, Jair Bolsonaro fez uso da tribuna, lembrando a idade (68 anos) e a carreira política. “Fui 2 anos vereador, 28 anos deputado federal, e depois aconteceu uma falha do sistema, nos elegemos presidente da República”.

O ex-chefe do Executivo Federal explicou que ninguém em mandato consegue, de uma hora pra outra, mudar as coisas, “é como um casamento”. Disse ainda estar muito honrado pelo reconhecimento do Parlamento capixaba, e que a forma carinhosa que vem sendo tratado em cada lugar do Brasil o comove.

Bolsonaro ainda abriu a reflexão de que o país não vive todo seu potencial. “O que é o Brasil? Metade da extensão da Rússia. Quem tem mais recursos minerais? Quem tem mais áreas agricultáveis? Quem tem mais água doce? Mais belezas naturais? Somos nós e podemos comparar proporcionalmente com qualquer outro país. Por que o Brasil não vai pra frente?”, indagou o político.

O homenageado teceu comentário ainda sobre a Reforma Tributária, aprovada nesta semana no Senado Federal. “Reforma que parte da imprensa jogou pra mim a responsabilidade do fracasso, porque ela infelizmente foi aprovada, eu fui contra desde o começo”, citou. Para ele, a reforma seria injusta e ampliaria a pobreza.

Sobre o próprio mandato, Jair Bolsonaro defendeu que passou quatro anos, “juntamente com o mundo”, por sérios problemas e desafios, como a pandemia de Covid-19 e a eclosão da guerra da Ucrânia. Ele ainda citou feitos da própria gestão: criação do Pix, acesso à água no Nordeste, aumento de valor de benefício social, retirada de impostos federais sobre combustíveis, superávit fiscal em 2022, entre outros pontos. 

Autoridades na mesa

Fizeram parte da Mesa, além dos mencionados, os deputados federais Messias Donato (Republicanos) e Evair de Mello (PP/ES); os ex-deputados federais Manato e Neucimar Fraga (PP/ES); e os deputados estaduais Adilson Espindula (PDT/ES), Coronel Weliton (PTB), Alcântaro Filho (Republicanos) e Pablo Muribeca (Patri); além do presidente do Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política (Fenasp), pastor Romerito Oliveira.

No começo da solenidade houve uma apresentação musical da cantora gospel e servidora da Ales, Danúbia Jordão. Ao final da sessão, foi realizado um momento de oração pela vida do ex-presidente.

Quem é

Jair Messias Bolsonaro é militar da reserva. Formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras em 1977 e foi promovido a segundo-tenente. Foi paraquedista por 10 anos no Exército Brasileiro, e chegou ao posto de Capitão. A carreira política se iniciou em 1989, quando foi eleito a vereador do Rio de Janeiro. Em 1991, foi eleito deputado federal pela primeira vez, sendo reeleito por oito mandatos consecutivos. Em 2018 foi eleito presidente da República do Brasil, cargo para o qual concorreu à reeleição. Fonte ales