Economia do ES deve crescer mais do que a do Brasil em 2024

Findes realizou coletiva de imprensa ontem (quinta-feira – 21/12), na sede da Federação, em Vitória | Foto: Renan Donato/Findes

A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) projeta um crescimento da economia capixaba de 3,1% em 2024. Com o resultado o Estado deve ter um desempenho acima do nacional, de 1,7% de acordo com as estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Já para este ano, a atividade econômica do Estado deve ter uma alta de 4,8%. 

As projeções foram elaboradas com base no Indicador de Atividade Econômica (IAE-Findes), calculado pelo Observatório da Indústria, e os números foram divulgados nesta quinta-feira (21/12), em coletiva de imprensa, na sede da Federação, em Vitória.   

A economista-chefe da Findes e gerente executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva, complementou que a Federação tem se estruturado e buscado antecipar cenários. “Agora, além de acompanhar o desempenho dos setores da economia capixaba por meio do IAE-Findes, começamos a utilizar modelos estatísticos para projetar o desempenho econômico do ES tanto do ano em curso quanto do ano seguinte”, enfatizou. 

Desafios e perspectivas para 2024 

No próximo ano, caso as tendências se confirmem, todos os segmentos econômicos do Estado devem ter crescimento fazendo a economia estadual avançar 3,1%. Com o resultado, o desempenho será acima da média nacional (1,7%), segundo projeção da CNI, divulgada nesta semana. 

Além disso, a indústria será a protagonista ao longo de 2024, crescendo 6%, na comparação com 2023. Já a agropecuária terá um resultado 3,2% melhor do que o registrado neste ano, enquanto para o setor de serviços (que engloba comércio, transporte e atividades de serviços) a alta projetada é de 2,8%. 

De acordo com Marília Silva, os desafios previstos para 2024 passam por temas como: mudanças climáticas e transição energética; regulamentação da reforma tributária sobre o consumo; desaceleração econômica global e nacional; cumprimento da meta de inflação; avanço da nova política industrial para o país (neoindustrialização); e redução do Custo Brasil. 

Para além disso, estão os investimentos que têm relação com o setor produtivo. Os dados mais recentes da Bússola do Investimento da Findes (atualizada em dezembro de 2023) apontam que o Espírito Santo tem R$ 47,8 bilhões em investimentos anunciados até 2028. Ao todo, são mais de 340 projetos previstos, sendo que a indústria representa R$ 37,6 bilhões, ou seja, 80% de todo o valor a ser investido no Estado.   

2023 foi um ano positivo para a economia do ES 

O ano de 2023 foi positivo para a economia do Espírito Santo. Nos primeiros nove meses, o desempenho capixaba registrou uma alta de 4,7%, na comparação com o mesmo período de 2022, de acordo com o consolidado do IAE-Findes, que trouxe ainda a perspectiva para o fechamento do ano. 

De acordo com as projeções do indicador, a atividade econômica do Estado deve avançar 4,8%, fazendo com que o Espírito Santo cresça acima da média nacional (3%), segundo projeção da CNI. 

A indústria será a principal responsável pelo resultado do Estado, tendo alta de 6,9%, seguida pelo setor de serviços (5,3%). Já a agropecuária deve recuar 6,3%, fruto da bienalidade negativa do café. 

Segundo a presidente da Findes, Cris Samorini, durante o ano de 2023 a economia surpreendeu positivamente.

Parte do crescimento previsto para o Espírito Santo está diretamente ligado aos bons resultados em indicadores como mercado de trabalho, com a geração de novas vagas de emprego formal, e redução da taxa de desocupação. 

No acumulado de janeiro a outubro deste ano, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Estado criou 39,5 mil empregos formais. Já a taxa de desocupação chegou a 5,5% no terceiro trimestre deste ano, de acordo com o IBGE. O percentual é menor do que o registrado no país (7,7%).  

“Outro destaque muito importante nesse contexto é a trajetória de queda da inflação, com destaque para o preço dos alimentos. Em 2021 vimos uma taxa que chegou a dois dígitos (10,06%), no ano passado caiu para 5,79% e, neste ano, até novembro, está em 4,68%”, comentou Marília.  

Por Siumara Gonçalves