O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) entrou com uma ação na Justiça Federal pedindo o cancelamento do reajuste de 170% para o reembolso de despesas médicas de parlamentares na Câmara.
O presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas-AL), mais do que dobrou o limite para os gastos feitos na rede privada de saúde por parlamentares.
A ação também é assinada pelo vereador de São Paulo Rubinho Nunes (Patriota). Nunes e Kataguiri fazem parte do Movimento Brasil Livre (MBL).
SILÊNCIO
Já a bancada do Espírito Santo, com dez deputados, apenas um, Neucimar Fraga (PSD) se manifestou nas redes sociais contra o aumento.
Disse que irá se pronunciar terça-feira contra a decisão do presidente. Mas o deputado Kim foi mais rápido e recorreu à Justiça.
A decisão de Lira, em meio à crise fiscal – e ao contingenciamento de salários e benefícios na iniciativa privada – significa proteção aos parlamentares com dinheiro do povo, enquanto a população sofre sem hospitais, sem vacina e sem plano de saúde.
Antes do aumento de Lira, o valor máximo de ressarcimento era de R$ 50 mil, agora os deputados poderão ter até R$ 135 mil devolvidos pelo Poder Legislativo.
Essa foi uma das promessas de campanha que ele, Lira fez. Foi eleito em fevereiro para dois anos a frente do Legislativo a serviço do governo Bolsonaro.
A medida entrou em vigor na segunda-feira (29) após ser publicada em edição extra do Diário Oficial da Câmara (DOC). No texto do ato de número 185 da Mesa em 2021.
Lira justifica a adoção da medida porque o valor “encontra-se defasado”. Ainda segundo o presidente, o aumento da demanda por serviços de saúde e a utilização de novas tecnologias na área médica teriam motivado o reajuste do reembolso.
Isso tudo sem contar que existe no anexo III da Câmara um Serviço Médico mais equipado que muitos hospitais do país. E que raramente é usado pelos deputados. Eles preferem clínicas particulares e mandam a conta para o contribuinte.
Fonte Estadão.