Iniciado em agosto de 2022 e com previsão de
término em 30 de outubro deste ano, o Censo do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) já conta com 31% dos capixabas
entrevistados. Mesmo ainda longe do total, alguns resultados já despontam. É o
que afirma o superintendente estadual do IBGE no Espírito Santo, Max Athayde
Fraga:
“O que chama mais a atenção é o envelhecimento
da população. Em 2000, era predominantemente de 20 a 25 anos. Agora, a maior
parte da população está na faixa de 40 a 45 anos. Há um estreitamento da base
da pirâmide etária indicando a queda da fecundidade da mulher e a redução do
tamanho das famílias. O topo da pirâmide começa a se alargar, apontando maior
longevidade tendo em vista o avanço da medicina. A mudança do perfil etário da
população redireciona as políticas públicas”, aponta Fraga.
Essa é uma das principais funções do Censo: munir
os formuladores de políticas públicas de dados para melhor alocar os recursos.
Ao constituir um raio X sobre a situação socioeconômica do Brasil, a
pesquisa permite que o governo federal, estaduais e municipais conheçam as
necessidades da população e implantem programas sociais e econômicos para
supri-las. É o caso, por exemplo, de ações que visem à geração de emprego e
renda, a melhorias na educação e saúde, à inclusão social de negros e pessoas
com deficiência e ao combate da fome e do desemprego.
Não é só para o setor público que as informações
coletadas são úteis. Os dados servem para que empresários determinem o melhor
lugar para a instalação de fábricas, supermercados, shopping centers e escolas,
por exemplo.
A análise do perfil da mão de obra também é
instrumento fundamental para sindicatos, associações profissionais e entidades
de classe. Já os cidadãos poderão, a partir dos dados, cobrar por maior atenção
do governo municipal ou estadual para problemas específicos, como expansão da
rede de água e esgoto.
Esse é o 13º Censo Demográfico realizado no
país. O último Censo ocorreu em 2010 e a pesquisa deveria ter sido feita
novamente em 2020. Entretanto, em razão da pandemia e da falta de orçamento, o
novo levantamento foi iniciado apenas em agosto deste ano.
Atraso
O Espírito Santo consta em 22° lugar nas
unidades da federação recenseadas, segundo dados do IBGE de 29 de agosto. Com
um pouco mais de um terço da população entrevistada, o estado está abaixo da
média do Brasil, que é de cerca de 37%. Uma das razões é a falta de
pessoal.
“Temos 3.600 vagas para contratar recenseadores,
mas estamos – no momento – com apenas 3 mil. Estamos abrindo processos
seletivos para contratar mais, em especial nessa fase final da coleta. Há
processo contínuo de reposição de vagas. Temos uma lista de espera e
semanalmente vamos chamando e treinando mais pessoas para recompor a equipe”,
destaca o superintendente do IBGE.
Um dos motivos da dificuldade na contratação é a
questão da empregabilidade. “A mão de obra temporária é muita escassa em alguns
municípios, como Santa Maria de Jetibá. Essa falta de recenseadores está ligada
à questão da empregabilidade. No Nordeste, o número de vagas ocupadas é
percentualmente muito maior do que no Sul e Sudeste”, explica Fraga.
Uma questão que também deve ser levada em conta é
a produtividade dos recenseadores, que é definida por edital e determina 25
horas de trabalho semanal. “Quando alguns estão com produtividade baixa, ou
seja, caso faça, sem motivo justo, menos de 20 questionários por dia, o
recenseador será substituído por não atender o edital”.
Outro fator que tem complicado a coleta de dados
é a dificuldade de encontrar as pessoas em casa para responder ao questionário.
“O maior problema hoje, principalmente na classe média e média alta, é achar as
pessoas em casa. As famílias estão menores. Durante o dia, as pessoas estão no
trabalho ou estão buscando trabalho. O recenseador precisa voltar várias vezes
até conseguir falar com essa pessoa. Precisa procurar essas pessoas em horários
alternativos e nos finais de semana”, esclarece o superintendente do IBGE.
No Espírito Santo, cerca de 1,4 milhão de
domicílios serão visitados. “Vamos recensear todos os domicílios em todos os
rincões do estado”, afirmou Fraga.
População de rua, ciganos,
índigenas e quilombolas
Este ano o Censo traz como novidade um
questionário específico para as comunidades indígenas e quilombolas. “Conhecer
o perfil desses habitantes de forma mais pormenorizada será muito importante
para a criação de políticas públicas para essa parcela da população”, explica o
gestor do IBGE.
Já sobre as pessoas em situação de rua, o
superintendente esclarece que apenas o andarilho não será recenseado. “As
pessoas em situação de rua que se estabelecerem em domicílio improvisado, uma
tenda, uma barraca, debaixo de um viaduto, serão recenseadas normalmente assim
como os ciganos assim que se assentarem em alguma localidade. O andarilho não
será pesquisado, pois essa pesquisa do IBGE, o Censo, é domiciliar.”
Como identificar os
recenseadores
Para que a população não se sinta receosa, o
profissional do IBGE anda caracterizado. Os recenseadores são os profissionais
que vão de porta em porta para entrevistar os moradores. Eles devem estar
uniformizados, com boné do Censo, crachá de identificação e o Dispositivo Móvel
de Coleta (DMC). Também usam colete com a logo do IBGE, com o telefone 0800 721
81 81 e também com um QR Code.
“A pessoa visitada pode direcionar o celular
para o QR Code, ela será direcionada para o site do IBGE. Daí é só digitar a
matrícula ou o CPF do recenseador e poderá conferir a foto do profissional. É
muito fácil identificar o recenseador”, orienta Fraga.
Em caso de dúvidas, é possível confirmar a
identidade do agente do IBGE no site Respondendo ao IBGE ou pelo telefone 0800
721 8181
Fake news
Além da dúvida quanto à identidade do
recenseador, é possível checar a veracidade de informações divulgadas na página
Falso x Verdadeiro. Uma das fake news é que o IBGE utiliza celular com urna
eletrônica para roubar biometria e dados de eleitores.
Sobre o tema, o IBGE informa que os dados são
secretos e que coleta informações apenas para fins estatísticos. Isso quer
dizer que as respostas serão desidentificadas e combinadas com informações
prestadas por outros milhares de domicílios ou empresas, de forma agregada,
gerando o resultado final da pesquisa. Sendo assim, as informações não serão
divulgadas de forma individualizada ou em qualquer formato que possa levar à
identificação de quem respondeu.
“O cidadão também pode ligar para 0800 721 81 81
e perguntar o que precisar”, destaca o superintendente do IBGE. Pelo telefone
os agentes respondem dúvidas, prestam auxílio no preenchimento do questionário
via internet e, mediante autorização, podem preencher o questionário em
entrevista.
Questionários
A população pode responder o questionário de
forma presencial, por telefone ou pelo site do IBGE. “As três formas são
válidas. Mas menos de 1% da população, até o momento, optou por responder por
telefone ou pela internet. O importante é não ficar fora do Censo”, alerta
Fraga.
A maior parte das pessoas responderá ao
questionário básico de apenas 26 perguntas. “A pessoa vai doar só 6 minutos do
seu tempo para cumprir o dever cívico de atender o IBGE”, afirma o
superintendente.
Iniciado em agosto de 2022 e com previsão de
término em 30 de outubro deste ano, o Censo do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) já conta com 31% dos capixabas
entrevistados. Mesmo ainda longe do total, alguns resultados já despontam. É o
que afirma o superintendente estadual do IBGE no Espírito Santo, Max Athayde
Fraga:
“O que chama mais a atenção é o envelhecimento
da população. Em 2000, era predominantemente de 20 a 25 anos. Agora, a maior
parte da população está na faixa de 40 a 45 anos. Há um estreitamento da base
da pirâmide etária indicando a queda da fecundidade da mulher e a redução do
tamanho das famílias. O topo da pirâmide começa a se alargar, apontando maior
longevidade tendo em vista o avanço da medicina. A mudança do perfil etário da
população redireciona as políticas públicas”, aponta Fraga.
Essa é uma das principais funções do Censo: munir
os formuladores de políticas públicas de dados para melhor alocar os recursos.
Ao constituir um raio X sobre a situação socioeconômica do Brasil, a
pesquisa permite que o governo federal, estaduais e municipais conheçam as
necessidades da população e implantem programas sociais e econômicos para
supri-las. É o caso, por exemplo, de ações que visem à geração de emprego e
renda, a melhorias na educação e saúde, à inclusão social de negros e pessoas
com deficiência e ao combate da fome e do desemprego.
Não é só para o setor público que as informações
coletadas são úteis. Os dados servem para que empresários determinem o melhor
lugar para a instalação de fábricas, supermercados, shopping centers e escolas,
por exemplo.
A análise do perfil da mão de obra também é
instrumento fundamental para sindicatos, associações profissionais e entidades
de classe. Já os cidadãos poderão, a partir dos dados, cobrar por maior atenção
do governo municipal ou estadual para problemas específicos, como expansão da
rede de água e esgoto.
Esse é o 13º Censo Demográfico realizado no
país. O último Censo ocorreu em 2010 e a pesquisa deveria ter sido feita
novamente em 2020. Entretanto, em razão da pandemia e da falta de orçamento, o
novo levantamento foi iniciado apenas em agosto deste ano.
Atraso
O Espírito Santo consta em 22° lugar nas
unidades da federação recenseadas, segundo dados do IBGE de 29 de agosto. Com
um pouco mais de um terço da população entrevistada, o estado está abaixo da
média do Brasil, que é de cerca de 37%. Uma das razões é a falta de
pessoal.
“Temos 3.600 vagas para contratar recenseadores,
mas estamos – no momento – com apenas 3 mil. Estamos abrindo processos
seletivos para contratar mais, em especial nessa fase final da coleta. Há
processo contínuo de reposição de vagas. Temos uma lista de espera e
semanalmente vamos chamando e treinando mais pessoas para recompor a equipe”,
destaca o superintendente do IBGE.
Um dos motivos da dificuldade na contratação é a
questão da empregabilidade. “A mão de obra temporária é muita escassa em alguns
municípios, como Santa Maria de Jetibá. Essa falta de recenseadores está ligada
à questão da empregabilidade. No Nordeste, o número de vagas ocupadas é
percentualmente muito maior do que no Sul e Sudeste”, explica Fraga.
Uma questão que também deve ser levada em conta é
a produtividade dos recenseadores, que é definida por edital e determina 25
horas de trabalho semanal. “Quando alguns estão com produtividade baixa, ou
seja, caso faça, sem motivo justo, menos de 20 questionários por dia, o
recenseador será substituído por não atender o edital”.
Outro fator que tem complicado a coleta de dados
é a dificuldade de encontrar as pessoas em casa para responder ao questionário.
“O maior problema hoje, principalmente na classe média e média alta, é achar as
pessoas em casa. As famílias estão menores. Durante o dia, as pessoas estão no
trabalho ou estão buscando trabalho. O recenseador precisa voltar várias vezes
até conseguir falar com essa pessoa. Precisa procurar essas pessoas em horários
alternativos e nos finais de semana”, esclarece o superintendente do IBGE.
No Espírito Santo, cerca de 1,4 milhão de
domicílios serão visitados. “Vamos recensear todos os domicílios em todos os
rincões do estado”, afirmou Fraga.
População de rua, ciganos,
índigenas e quilombolas
Este ano o Censo traz como novidade um
questionário específico para as comunidades indígenas e quilombolas. “Conhecer
o perfil desses habitantes de forma mais pormenorizada será muito importante
para a criação de políticas públicas para essa parcela da população”, explica o
gestor do IBGE.
Já sobre as pessoas em situação de rua, o
superintendente esclarece que apenas o andarilho não será recenseado. “As
pessoas em situação de rua que se estabelecerem em domicílio improvisado, uma
tenda, uma barraca, debaixo de um viaduto, serão recenseadas normalmente assim
como os ciganos assim que se assentarem em alguma localidade. O andarilho não
será pesquisado, pois essa pesquisa do IBGE, o Censo, é domiciliar.”
Como identificar os
recenseadores
Para que a população não se sinta receosa, o
profissional do IBGE anda caracterizado. Os recenseadores são os profissionais
que vão de porta em porta para entrevistar os moradores. Eles devem estar
uniformizados, com boné do Censo, crachá de identificação e o Dispositivo Móvel
de Coleta (DMC). Também usam colete com a logo do IBGE, com o telefone 0800 721
81 81 e também com um QR Code.
“A pessoa visitada pode direcionar o celular
para o QR Code, ela será direcionada para o site do IBGE. Daí é só digitar a
matrícula ou o CPF do recenseador e poderá conferir a foto do profissional. É
muito fácil identificar o recenseador”, orienta Fraga.
Em caso de dúvidas, é possível confirmar a
identidade do agente do IBGE no site Respondendo ao IBGE ou pelo telefone 0800
721 8181
Fake news
Além da dúvida quanto à identidade do
recenseador, é possível checar a veracidade de informações divulgadas na página
Falso x Verdadeiro. Uma das fake news é que o IBGE utiliza celular com urna
eletrônica para roubar biometria e dados de eleitores.
Sobre o tema, o IBGE informa que os dados são
secretos e que coleta informações apenas para fins estatísticos. Isso quer
dizer que as respostas serão desidentificadas e combinadas com informações
prestadas por outros milhares de domicílios ou empresas, de forma agregada,
gerando o resultado final da pesquisa. Sendo assim, as informações não serão
divulgadas de forma individualizada ou em qualquer formato que possa levar à
identificação de quem respondeu.
“O cidadão também pode ligar para 0800 721 81 81
e perguntar o que precisar”, destaca o superintendente do IBGE. Pelo telefone
os agentes respondem dúvidas, prestam auxílio no preenchimento do questionário
via internet e, mediante autorização, podem preencher o questionário em
entrevista.
Questionários
A população pode responder o questionário de
forma presencial, por telefone ou pelo site do IBGE. “As três formas são
válidas. Mas menos de 1% da população, até o momento, optou por responder por
telefone ou pela internet. O importante é não ficar fora do Censo”, alerta
Fraga.
A maior parte das pessoas responderá ao
questionário básico de apenas 26 perguntas. “A pessoa vai doar só 6 minutos do
seu tempo para cumprir o dever cívico de atender o IBGE”, afirma o
superintendente.
Já o questionário da amostra é aplicado em torno
de 12% da população do estado. Ele consiste em 77 perguntas e é respondido em
cerca de 16 minutos.
O critério para a definição de quem vai
responder o questionário maior ou menos é aleatório. O questionário maior
aborda questões como migração, número de casamentos realizados em determinado
período, além de trabalho e educação de forma mais pormenorizada. Fonte ales.
Já o questionário da amostra é aplicado em torno de 12% da população do estado. Ele consiste em 77 perguntas e é respondido em cerca de 16 minutos.
O critério para a definição de quem vai responder o questionário maior ou menos é aleatório. O questionário maior aborda questões como migração, número de casamentos realizados em determinado período, além de trabalho e educação de forma mais pormenorizada. Fonte ales.