Após 34 anos, cabines do pedágio serão demolidas

Gandini em três momentos: durante apresentação de sua emenda a favor do fim do pedágio, na Assembleia; em ato de protesto contra a tarifa, na Rodovia do Sol; e em audiência publica realizada com moradores de Setiba, em Guarapari. Créditos. Assessoria parlamentar.

Com o fim do pedágio na Terceira Ponte e na Rodovia do Sol, o governo estadual anunciou que começará, a partir de fevereiro, a demolir as cabines das praças de operação em Vitória e Vila Velha. O governador Renato Casagrande (PSB), em vídeo, inclusive convidou o deputado estadual Fabrício Gandini (PSD) a dar uma marretada.

A derrubada tem toda uma simbologia porque marca o fim de uma era para os capixabas: desde a sua inauguração, em 23 de agosto de 1989, pelo ex-governador Max Mauro, há 34 anos, as cabines da Ponte Darcy Castello de Mendonça, popularmente conhecida como Terceira Ponte, cobravam pedágio dos motoristas.

“Ainda em dezembro, no Palácio Anchieta, eu disse para o governador: Quero estar lá no dia para ajudar a quebrar um pedacinho! Casagrande devolveu: ‘Dá uma marretada!’”, contou Gandini, ao relembrar o vídeo gravado antes do anúncio do fim do pedágio, o que ocorreu no último dia 22 de dezembro.

Até o final do dia 21 do mês passado, o valor da tarifa para motocicletas e carros na ponte era de R$ 1,40 e R$ 2,80, respectivamente. Já em Guarapari, as motos pagavam R$ 6,30 e os automóveis, R$ 12,60. Atualmente, as cancelas foram retiradas, e o motorista não paga para passar nos locais.

O trabalho de Gandini junto aos moradores da região do entorno do pedágio obteve o reconhecimento do próprio governador, que admitiu no vídeo a luta do deputado para pôr fim ao pedágio.

“Gandini lutou ali para que houvesse uma solução para o pedágio na Rodovia do Sol e nas comunidades vizinhas”, declarou Casagrande, que também lembrou que os deputados Zé Preto (PL) e Tyago Hoffmann (PSB) são do município de Guarapari.

Gandini reforça que abraçou o Movimento Pedágio Zero por convicção. “Eu me juntei ao movimento por acreditar que não há necessidade das tarifas. No passado, motoristas morriam na Rodovia do Sol. Com a duplicação, isso foi reduzido. Hoje, não há proposta de investimentos que justifiquem a cobrança”, justificou o deputado, na ocasião.

No dia 24 de outubro, o deputado teve a sua emenda que pedia o fim do pedágio na Rodovia do Sol rejeitada no plenário da Assembleia Legislativa, por 14 votos a 7.

Três dias depois, Gandini participou do protesto “Diga Não ao Pedágio”, realizado na praça do pedágio, em Guarapari, onde fez panfletagem e conversou com os motoristas que passavam pelo local.
No dia 31 de outubro, o deputado Gandini fez uma audiência pública, em Setiba, para ouvir os moradores sobre o fim do pedágio.

CUSTEIO

O governador lembra que a decisão foi tomada porque ele considera que a ponte e a rodovia foram pagas durante a cobrança do pedágio. Ele também lembra que o Estado está organizado e, por isso, consegue bancar o custeio da operação.

Gandini, por sua vez, fez questão de agradecer a Casagrande. “É uma decisão que mostra a sensibilidade do governo com a população. Temos no entorno pessoas que sofrem muito devido ao pedágio, inviabiliza inclusive economicamente diversas atividades e que, agora, estão livres da tarifa”, declarou.

De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), Fábio Damasceno, a demolição começará após a retirada de equipamentos que ainda estão instalados dentro das cabines, tais como: ar-condicionado e computadores, que serão patrimoniados.

Segundo ele, assim que isso for realizado, as cabines serão limpas e desergenizadas, para que sejam refeitos os estudos para demolição, o que deverá ocorrer entre fevereiro e março. O secretário lembrou que as estruturas de concreto que fazem parte das praças de pedágio devem ser preservadas, já que contam com pilares que sustentam a cobertura do local. Ou seja, no primeiro momento, só as cabines serão retiradas.