Assembleia do ES busca apoio para mais recursos federais

Com o objetivo de aproximar o trabalho do Legislativo estadual e o dia a dia das cidades capixabas, a Assembleia Legislativa (Ales) recebeu prefeitos das regiões Norte e Noroeste nesta terça-feira (14). O esforço conjunto dos municípios e do Estado para buscar mais recursos da União foi o ponto central da reunião, realizada no Gabinete da Presidência da Ales. 

Para o presidente da Ales, Marcelo Santos (Podemos/ES), o Espírito Santo é um clássico caso do “Estado pagador”. “Contribuímos muito para a receita da União, com tudo o que nós movimentamos economicamente, como a área portuária, café, pedras e tantas outras que fazem o Espírito Santo reconhecido nacionalmente como uma unidade da federação muito produtiva. E não temos um retorno à altura do que nós contribuímos. Vou dar um exemplo: Sergipe é um Estado que contribui muito menos e recebe muito mais que o Espírito Santo”, afirmou.  

Na reunião, Marcelo defendeu o aumento do investimento federal, especialmente em infraestrutura. “Precisamos urgente de reabilitação de rodovias federais que cortam o Estado, e não é apenas a BR-101 e a BR-262. Vamos buscar ser prioridade nos investimentos da União porque contribuímos para isso”, disse. 

Os seguintes gestores municipais participaram da reunião: Daniel Santana (São Mateus); Diego Krentz (Ibiraçu); Paulo Sérgio de Nardi (João Neiva); David Mozdzen Pires Ramos (Vila Valério); André Fagundes (Nova Venécia); Alessandro Broedel Torezani (Sooretama); Marcos Antônio Guerra (Jaguaré); Kleber Medici (Santa Teresa); Uelikson Boone (Vila Pavão); e Romero Luiz Endringer (Santa Leopoldina).

Gestão das cidades

Os prefeitos aproveitaram a reunião para apresentar algumas dificuldades que enfrentam na gestão das cidades, especialmente com relação ao acesso a recursos estaduais. Uma delas está no Fundo do Pacto pela Aprendizagem no Espírito Santo (Funpaes), voltado para a educação. Um dos gargalos, segundo os gestores, é a reduzida equipe técnica para a análise dos projetos elaborados pelas prefeituras. “Além disso, são cobradas exigências a mais do que as descritas nos editais do fundo, então o processo volta várias vezes e não anda”, destacou o prefeito de Sooretama, Alessandro Broedel Torezani. 

Outra dificuldade está no enfrentamento de situações de calamidade pública. O prefeito de Nova Venécia, André Fagundes, falou sobre a necessidade de auxílio para a reconstrução de barragens, especialmente após o período de fortes chuvas. “O Estado fez o Cartão Reconstrução, uma ajuda voltada para as famílias atingidas pelas chuvas. Nesse mesmo sentido, precisamos muito de um auxílio voltado para a reconstrução de barragens, pois os produtores rurais são muito impactados”, explicou.

O presidente da Assembleia Legislativa falou sobre a necessidade de reduzir a burocracia: “É necessário um processo pontual de desburocratização. Vamos levar isso ao governo e trabalhar as legislações com o objetivo de tornar o processo mais rápido. É importante dizer que nós já fizemos isso quando os municípios tinham muita dificuldade de elaborar os projetos técnicos e nós autorizamos, no Fundo Cidades, o uso de recursos para a contratação de empresas para elaboração de projetos, garantindo projetos e obras de qualidade”, afirmou.

Marcelo Santos informou também que vai realizar reuniões similares com prefeitos das regiões Sul, Caparaó e Metropolitana. Outra ação é a potencialização da Casa dos Municípios, setor voltado para a interlocução com as cidades.  Fonte e foto ales