Cafeicultura capixaba contribui para possível supersafra nacional

O Espírito Santo deve colher entre 13 milhões e 15,4 milhões de sacas de cafés arábica e conilon em 2020. Os dados da primeira estimativa de safra no Estado foram levantados pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e entregues à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A produção capixaba vai contribuir para que o País colha uma possível safra recorde de café. Segundo o levantamento nacional, o Brasil deve produzir entre 57,15 milhões e 62,02 milhões de sacas de café em 2020.

De acordo com a estimativa, a área plantada também deve registrar uma pequena expansão. Dos 2,13 milhões de hectares de cafés plantados no Brasil em 2019, mais de 425 mil hectares são em solo capixaba. Para 2020, a previsão é de que a área cultivada no Espírito Santo aumente 2,8%, chegando a 437 mil hectares tanto em formação quanto em produção. A variação estimada para o Estado é o dobro da média nacional. Espera-se que as terras destinadas à cafeicultura no Brasil atinjam 2,16 milhões de hectares em 2020, um aumento de 1,4%.

O pesquisador do Incaper e coordenador técnico de cafeicultura, Abraão Carlos Verdin Filho, destaca que a adoção de tecnologias desenvolvidas e recomendadas pelo Incaper é fundamental para o bom desempenho da cafeicultura capixaba nos cenários nacional e internacional.

“Um ponto que chama atenção nesta primeira estimativa de safra de 2020 é a modernização do parque cafeeiro do Estado por meio da renovação das lavouras tanto de arábica quanto de conilon. As velhas plantações, menos produtivas, estão sendo substituídas, dando lugar às mais novas. O cafeicultor capixaba está plantando as variedades lançadas pelo Incaper e aplicando as tecnologias desenvolvidas e recomendadas pelo Instituto. Isso contribui substancialmente para a melhorar as expectativas com relação à produtividade, à redução de custos e à qualidade”, disse o pesquisador do Incaper.

Verdin lembra também que essa ainda é a primeira estimativa de safra. “Até a colheita, muitas outras variáveis podem interferir na produção. Pela experiência que o Incaper tem neste tipo de levantamento, há uma grande chance de que a previsão de safra se confirme. Mas ainda é muito cedo para qualquer alarde. A margem de erro tende a ser menor lá pelos meses de maio e abril”, ponderou.

Arábica

A possível supersafra de café no País deve-se, principalmente, à estimativa de aumento na produção de café arábica, cujo maior produtor é o Estado de Minas Gerais. O Brasil espera colher entre 43,2 milhões e 45,93 milhões de sacas de arábica, representando aumento entre 26% e 34,1%, respectivamente, em comparação ao volume produzido em 2019.

No Espírito Santo, a produção de café arábica em 2020 pode superar o recorde histórico. A expectativa é de que sejam colhidas entre 4 milhões e 4,8 milhões de sacas de arábica no Estado, o que representa 58,7% a mais do que o colhido em 2019. Até então, o recorde histórico havia sido registrado em 2018, quando o Espírito Santo colheu cerca de 4,7 milhões de sacas de café arábica.

Conilon

No caso do conilon, a produção nacional estimada para 2020 varia entre 13,95 milhões e 16,04 milhões de sacas. Isso representa redução de 7,1% e crescimento de 6,8%, respectivamente, em comparação ao volume produzido em 2019.

No Espírito Santo, que na última safra concentrou quase 70% da produção nacional de conilon, espera-se colher entre 9 milhões de 10,7 milhões de sacas. A estimativa pode ser 14,2% menor ou 1,7% maior que a safra de 2019, quando a produção capixaba foi considerada recorde: 10,5 milhões de sacas de café conilon.

Em outras palavras, a previsão de colheita do café conilon no Espírito Santo em 2020 não deve fugir muito do registrado na safra anterior: sem queda acentuada e tampouco supersafra. “A possibilidade de redução na safra de conilon capixaba está relacionada a fatores climáticos. As chuvas deste ano na região produtora de conilon não foram tão intensas. Além disso, houve registro de vento sul em municípios que são grandes produtores, derrubando muitas flores e folhas”, explicou o pesquisador do Incaper.

Fonte e foto Incaper