A depressão é um transtorno mental que pode ocorrer em qualquer faixa etária, desde a infância até a fase adulta. E a depressão infantil é uma realidade para muitas crianças, agravada por conta dos efeitos da pandemia e do isolamento social. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos de depressão em crianças entre 6 e 12 anos aumentou de 4,5 para 8% em uma década.
Dados da mesma organização dão conta de que em todo o mundo, um em cada sete jovens de 10 a 19 anos enfrenta algum transtorno mental. “A infância e a adolescência são fases críticas para a saúde mental, por envolverem grandes mudanças e transformações e, por isso, os pais devem sempre estar atentos aos sinais que podem indicar que a saúde mental dos filhos não vai bem”, diz Filipe Colombini, psicólogo, orientador parental e CEO da Equipe AT.
Doença muitas vezes silenciosa, a depressão costuma demandar atenção para ser identificada, já que, muitas vezes, os sinais do problema podem não ser tão claros. “A principal forma de identificar um quadro depressivo é ficar atento ao padrão de comportamento dos pequenos”, recomenda o especialista. “Ao conhecer bem os padrões e atitudes do filho e saber como é sua personalidade, os adultos conseguem identificar mais facilmente quebras nesse padrão, o que pode dar indícios da depressão”, conclui.
Portanto, um sinal de alerta deve se acender quando crianças extrovertidas e com a rotina cheia de compromissos, por exemplo, passam abruptamente a preferir momentos de solidão e recolhimento.
Na adolescência, período turbulento no qual existem alterações do humor e crises emocionais, existem uma série de indícios que podem sinalizar que algo não vai bem, como falta de energia e motivação; afastamento de atividades sociais; baixo rendimento escolar; distúrbios do sono; problemas alimentares e abuso de álcool ou drogas.
Vale lembrar que os jovens passam por várias situações novas e pressões sociais quando se aproximam da idade adulta e, para alguns, este período de transição é muito difícil. “Em caso de alterações de comportamento que sejam muito evidentes, os pais devem sempre procurar um especialista da área de saúde mental para avaliação, sem julgar ou estigmatizar o problema”, diz Colombini. “Quanto mais cedo ocorrerem as intervenções terapêuticas, assim que forem identificados os sintomas, a tendência é que o tratamento tenha um prognóstico bem melhor”, conclui.
Além da participação ativa dos pais na procura por esses sinais, a rede de apoio também é essencial para identificar de forma precoce um quadro de depressão. “Devemos lembrar que esta rede de suporte não é formada somente por familiares, mas sim por todos aqueles que convivem ativamente com as crianças e jovens”, explica Colombini. “Por isso, colegas e professores, por exemplo, podem perceber mudanças comportamentais no ambiente escolar e alertar os pais para um problema que eles talvez não tenham percebido”, conclui.
Mais sobre Filipe Colombini: psicólogo, fundador e CEO da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terapêutico (AT) e atendimento fora do consultório, que atua em São Paulo (SP) desde 2012. Especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Professor e Coordenador acadêmico do Aprimoramento em AT da Equipe AT. Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.
Informações: Key Press Comunicação
Caroline Fakhouri/ Beatriz Marques Dias