
Foi instituído no Espírito Santo um
Gabinete de Gestão de Crise para coordenar as ações de prevenção, monitoramento
e resposta às atividades que atentem contra o Estado Democrático de Direito. O
grupo vai contar com representantes de várias instituições. O decreto foi
assinado na tarde desta quinta-feira (12) pelo governador Renato Casagrande
(PSB) no Palácio Anchieta, sede do Poder Executivo estadual.
Antes da assinatura, Casagrande disse que esteve
em Brasília no início da semana para reunião com o presidente da República,
Lula (PT), presidentes da Câmara e do Senado Federal, ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF) e com os demais governadores em demonstração de união e
em resposta ao episódio ocorrido no domingo (8) no Distrito Federal.
Ele destacou que os atos de depredação do
patrimônio público e de enfrentamento institucional são frutos de um ambiente
de radicalização e que os poderes públicos não podem ficar esperando que mais
fatos desse tipo aconteçam. “Temos que estar atentos. As instituições foram
muito tensionadas nos últimos anos e meses. Elas envergaram, mas não quebraram,
resistiram e temos certeza que, passado esse momento, sairemos mais fortes”,
afirmou.
Para o governador, a criação do gabinete mostra o
comprometimento de todos com a democracia. “Temos que ser duros contra quem
atenta contra a democracia e nossas instituições. As pessoas podem protestar,
mas têm que ter uma razão, uma bandeira. As pessoas não podem mudar pela
violência um resultado eleitoral. A democracia impõe respeito às decisões da
população”, salientou.
O grupo será composto por representantes do
gabinete do governador; da Secretaria de Estado de Segurança Pública, que
exercerá a coordenação executiva por meio do titular da pasta, o coronel
Alexandre Ramalho; da Casa Militar, da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), das
polícias Civil (PCES) e Militar (PMES), e de outros órgãos e pastas do
Executivo.
“É uma ferramenta importantíssima para todos nós.
Essa semana nos reunimos e convidamos alguns órgãos. O gabinete montado com
autoridades potencializa ainda mais o entendimento da decisão jurídica e a
gente sai da mesa para a parte operacional com todos os pontos esclarecidos. Lá
na ponta a operação vai ser melhor sucedida”, garantiu Ramalho.
Foram convidados a participar do grupo, ainda,
representantes dos demais Poderes e integrantes dos Ministérios Públicos
Estadual (MPES) e Federal (MPF); Defensorias Públicas do Estado (DPES) e da
União (DPU); Tribunal de Contas do Estado (TCES); Agência Brasileira de
Inteligência (Abin); Polícia Federal (PF); Polícia Rodoviária Federal (PRF);
Exército; Marinha e Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes).
Atos
antidemocráticos
No último domingo (8) manifestantes de cunho
golpista oriundos de diversas partes do país se reuniram em Brasília e
caminharam até a Praça dos Três Poderes, onde ficam as sedes do Executivo
(Palácio do Planalto), Legislativo (Congresso Nacional) e Judiciário (Supremo
Tribunal Federal). Lá, invadiram e vandalizaram os três prédios públicos.
Em virtude dos fatos e da leniência de parte dos
responsáveis pela segurança de Brasília, o governo federal decretou intervenção
na segurança pública do Distrito Federal. Já o ministro Alexandre de Moraes, do
STF, determinou o afastamento por três meses do governador Ibaneis Rocha (MDB),
além da prisão do secretário de Segurança e do Comandante-Geral da Polícia
Militar (PMDF).
Também foi determinado pelo ministro que as
autoridades de todos os níveis federativos adotem as providências necessárias
para impedir tentativas de ocupação ou bloqueio de vias públicas, assim como de
espaços e prédios públicos em todo o território nacional. Fonte e foto
ales.