Reparação de atingidos por barragem de Mariana em pauta

Área afetada pelo rompimento de barragem no distrito de Bento Rodrigues, zona rural de Mariana, em Minas Gerais

Pouco mais de sete anos após o crime ambiental de Mariana (MG), que afetou o Rio Doce e prejudicou milhares de pessoas, os atingidos pela tragédia ainda buscam a garantia de direitos. Para debater o tema, a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa (Ales) realiza audiência pública com o nome “Assessoria dos atingidos, PEAB e repactuação: a luta por direitos no Rio Doce”. O evento acontece nesta sexta-feira (17), às 15 horas, no Plenário Dirceu Cardoso, com transmissão ao vivo pela TV Assembleia e canal da Ales no YouTube

A proponente do encontro é a deputada Iriny Lopes (PT/ES), membra efetiva do colegiado, atendendo a uma solicitação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Para ela, até hoje não houve uma reparação justa e as consequências do crime ambiental ainda são sentidas pelos atingidos e pelo meio ambiente. 

“O envolvimento da sociedade é fundamental para que possamos cobrar responsabilização e reparação adequadas. Com essa audiência, queremos dar maior visibilidade à luta dos atingidos. Convido a população capixaba a participar dessa audiência presencialmente, na Assembleia Legislativa, ou a acompanhar pela transmissão on-line”, disse a parlamentar.
Uma das lutas dos afetados é pela repactuação de acordos como forma de reparação aos efeitos do crime ambiental. Nesse sentido, têm papel relevante as assessorias técnicas dos atingidos, que trabalham para assegurar às comunidades e aos grupos uma reparação justa e integral. Também entra nesse contexto a discussão em torno da Política Estadual dos Atingidos por Barragens (PEAB). Tais temáticas serão abordadas no encontro. 
Foram convidados para a audiência o deputado Helder Salomão (PT-ES), membro de comissão da Câmara dos Deputados que acompanha os acordos feitos pelos afetados pelo rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho (ambas em MG); integrantes do Judiciário capixaba e mineiro; do Conselho Nacional de Justiça (CNJ); da Defensoria Pública Estadual (DPES); e da Advocacia-Geral da União (AGU), além de pessoas afetadas pela tragédia.

Crime ambiental

Em 5 de novembro de 2015 ocorreu o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, localizada em Mariana (MG). A lama tóxica com rejeitos de minério inundou o distrito de Bento Rodrigues, chegou ao Rio Doce e percorreu mais de 600 quilômetros até chegar ao mar em Regência, distrito de Linhares, em terras capixabas.
O saldo da tragédia de 18 mortos e 1 pessoa desaparecida em Minas Gerais, além de um rastro de problemas sociais e ambientais ao longo do curso do Rio Doce. Muitos pescadores e outros profissionais que dependiam economicamente do rio tiveram suas atividades econômicas prejudicadas. A água também ficou imprópria para o consumo humano. Fonte ales e foto agencia brasil