O encontro reuniu produtores da região de Alto Sobreiro, onde uma onça parda foi recentemente avistada.. foto iema
Com o objetivo de orientar moradores e produtores rurais sobre a convivência segura com a fauna silvestre, o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Itaguaçu, realizou uma roda de conversa na última terça-feira (08). O encontro reuniu produtores da região de Alto Sobreiro, onde uma onça parda foi recentemente avistada.
A iniciativa teve caráter educativo e buscou esclarecer dúvidas sobre o comportamento natural desses felinos, os tipos de onça que podem ocorrer na região, a baixa frequência de interações com humanos e as formas de proteger os rebanhos de maneira segura e legal.
“Reforçamos que a presença de grandes felinos em áreas rurais pode ocorrer esporadicamente, principalmente em regiões próximas a fragmentos florestais. Abordamos ainda a importância da conservação dessas espécies e o papel de cada um na preservação do equilíbrio ambiental”, destacou o servidor do Iema, Anderson Kruger.
Anderson explicou ainda que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente foi responsável pela articulação local e incentivo à participação da comunidade, contribuindo para o sucesso da atividade.
O evento reuniu mais de 2.200 participantes de 20 estados brasileiros. foto seag
Os queijos artesanais do Espírito Santo ganharam projeção nacional ao conquistarem importantes premiações no VIII Prêmio Queijo Brasil, realizado nessa quinta-feira (10), em Blumenau, Santa Catarina. O evento reuniu mais de 2.200 participantes de 20 estados brasileiros e avaliou centenas de produtos feitos por pequenas queijarias de todo o País.
Destaque da noite, três queijos capixabas receberam medalhas de ouro por alcançarem notas superiores a 95 pontos em 100 possíveis no julgamento técnico: o Boursin Erve de Provence, da Queijaria Pedrazul, de Domingos Martins; o Queijo Morbier, da Vila Veneto, de João Neiva; e o Queijo Minas Meia Cura Calvi, da Calvi Laticínios, de Cachoeiro de Itapemirim. Além disso, as duas queijarias também levaram outras medalhas de prata com produtos como Boursin Lemon e Boursin Alecrim, da Queijaria Pedrazul; e Queijo Asiago e doce de leite, da Vila Veneto.
Outros produtores do Espírito Santo também subiram ao pódio: o Sítio Hollunder, de Marechal Floriano, recebeu medalhas de prata e bronze, e a Queijaria Giacomin, de João Neiva, faturou uma medalha de prata e duas de bronze.
Para o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli, o resultado comprova a qualidade e a tradição do queijo artesanal capixaba. “Essas premiações são motivo de orgulho para todo o Espírito Santo. Mostram que nossos produtores têm excelência, criatividade e tradição, conquistando consumidores em todo o Brasil. O Governo do Estado está comprometido em apoiar ainda mais esse segmento, que fortalece a economia local, gera renda e mantém viva a cultura capixaba”, destacou Bergoli.
Programas para fortalecer o setor
O Governo do Estado deu início a um projeto inédito para mapear, caracterizar e valorizar os queijos artesanais capixabas, financiado pelo Programa de Incentivo à Pesquisa, à Extensão, ao Desenvolvimento Social e à Inovação Agropecuária (Inovagro). Coordenado pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), o projeto conta com o apoio de parceiros como o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
A pesquisa, que teve início em fevereiro deste ano, busca identificar os diferentes tipos de queijo produzidos no Estado, analisar características técnicas, promover regularização sanitária e agregar valor aos produtos. Entre os benefícios esperados estão a melhoria das práticas produtivas, a redução de perdas, a ampliação do mercado e o fortalecimento de iniciativas como a Rota do Queijo Artesanal, que já atrai turistas e consumidores para regiões como João Neiva, as Montanhas Capixabas e o Caparaó.
Atualmente, as queijarias artesanais representam mais de 40% das agroindústrias familiares do Espírito Santo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017, são cerca de 1.763 estabelecimentos espalhados pelo território capixaba, um patrimônio cultural e econômico que segue ganhando reconhecimento e força para conquistar ainda mais prêmios pelo Brasil afora.
Indicador de junho é um dos maiores da região Sudeste e demostra o otimismo com a economia e o setor nos próximos meses, além da intenção de investir nos negócios e em fazer contratações
O comércio das regiões Norte e Noroeste do Espírito Santo será celebrado com uma programação especial no Dia D Comerciante, que acontece em 16 de julho, promovido pelo Sistema Fecomércio-ES – Sesc e Senac, em parceria com 24 sindicatos empresariais filiados e associações locais. A ação contará com palestra sobre IA e cafés da manhã empresariais, com momentos de integração entre empresários, sindicatos e lideranças do setor, com o objetivo de valorizar o empreendedorismo e fortalecer o comércio regional.
A mobilização estadual será realizada em 10 cidades capixabas, com ênfase na qualificação profissional, diálogo institucional e valorização do empresário. No Norte e Noroeste, a programação será realizada em Aracruz, Linhares, Colatina e São Gabriel da Palha, envolvendo sindicatos, Câmaras de Dirigentes Lojistas e parceiros locais.
“Mais do que celebrar o Dia do Comerciante, o Dia D é uma oportunidade de aproximação real com quem faz o comércio acontecer. É o momento de valorizar o empresário, reforçar a atuação dos sindicatos e mostrar que estamos ao lado do setor, prontos para contribuir com qualificação e representatividade”, destacou Idalberto Moro, presidente do Sistema Fecomércio-ES – Sesc e Senac.
Em Colatina, a programação será iniciada com um café da manhã empresarial promovido pelos sindicatos dos lojistas e do comércio varejista de gêneros alimentícios, no Sebrae Colatina, às 7h30. “O Dia D Comerciante é uma chance de estarmos mais próximos dos nossos representados, levando informação e valorização a quem movimenta o comércio local todos os dias”, afirmou Moacyr Menegatti Júnior, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Colatina.
Em São Gabriel da Palha, o destaque será a palestra “Inteligência Artificial para o comércio”, com o especialista Robson Lopes, instrutor de educação profissional do Senac Colatina. A ação será promovida pelo sindicato local, que também representa os municípios de Vila Valério, Águia Branca e São Domingos do Norte, e acontecerá na unidade do Senac São Gabriel da Palha, às 18 horas.
Já em Aracruz, os empresários também serão recebidos com um café da manhã, promovido pelos sindicatos dos lojistas e de gêneros alimentícios, no auditório da CDL Aracruz, a partir das 7h30.
Em Linhares, o evento será realizado no Senac Linhares, às 8 horas, com organização do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Linhares. “Momentos como esse fortalecem o associativismo e reforçam a importância do comércio como pilar do desenvolvimento de Linhares e de toda a região”, afirmou o presidente do sindicato, Antônio de Pádua Faustini.
Com expectativa de impactar diretamente mil empresas capixabas, o Dia D Comerciante, que está em sua segunda edição, já se consolidou como uma agenda anual de mobilização e valorização do setor, integrando a atuação dos sindicatos à missão institucional do Sistema Comércio no Espírito Santo. As ações também contam com o apoio do Sesc-ES e do Senac-ES, que atuam em conjunto na realização de palestras e encontros.
SERVIÇO Dia D Comerciante Data: 16 de julho Local: 10 cidades capixabas – Vitória, Vila Velha, Guarapari, Aracruz, Linhares, Colatina, Cariacica, Serra, Cachoeiro de Itapemirim e São Gabriel da Palha Ações: palestras sobre temas como reforma tributária, cenário econômico, gestão empresarial e inovação; cafés da manhã institucionais com lideranças locais e empresários; eventos comemorativos, como almoços, coquetéis e feijoada; premiação e reconhecimento a lojistas; rodadas de conversa com empresários para escuta ativa das demandas locais
PROGRAMAÇÃO NAS REGIÕES NORTE E NOROESTE: COLATINA
Café da manhã empresarial Realizadores: Sindicato dos Lojistas do Comércio de Colatina e Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Colatina Local: Sebrae Colatina Horário: 7h30
SÃO GABRIEL DA PALHA
Palestra: Inteligência Artificial para o comércio Realizador: Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de São Gabriel da Palha, Vila Valério, Águia Branca e São Domingos do Norte Palestrante: Robson Lopes, instrutor de educação profissional do Senac Colatina e coordenador de Informática Educacional da Secretaria Municipal de Educação. Local: Senac São Gabriel da Palha Horário: 18h
ARACRUZ
Café da manhã empresarial Realizadores: Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Aracruz e Sindicato dos Lojistas do Comércio de Aracruz Local: Auditório da CDL Aracruz Horário: 7h30
LINHARES
Café da manhã empresarial Realizador: Sindicato dos Lojistas do Comércio de Linhares Local: Senac Linhares Horário: 8h
Fórum Capixaba de Segurança Pública, promovido pela Fundação Francisco Dornelles e pelo Progressistas, debateu propostas para enfrentar violência. foto divulgação
Mais autonomia para os estados legislarem sobre as leis penais. Essa foi a defesa feita pelo deputado federal Da Vitória no Fórum Capixaba de Segurança Pública, promovido nesta sexta-feira (11), no Centro de Convenções de Vitória (ES). Especialistas e autoridades também apontaram a necessidade de se punir com mais rigor a reincidência criminal.
O evento, promovido pela Fundação Francisco Dornelles e pelo Progressistas, reuniu mais de 700 pessoas. Críticas à PEC da Segurança Pública, apresentada pelo Governo Federal, também foram feitas.
Ao abrir o Fórum, Da Vitória, que é presidente do Progressistas no Espírito Santo, ressaltou que as pesquisas de opinião pública apontam a preocupação com a violência como um dos maiores problemas enfrentados pelos brasileiros.
“Não adianta empurrar a culpa de um lado para o outro. As pessoas querem ter o direito de sair de casa sem medo. O medo da violência é um problema nacional, e no Espírito Santo não é diferente. Vejo que o empoderamento dos estados, para que eles possam ter autonomia em parte do código penal para punir os criminosos, precisa ser debatido. Cada estado vive uma realidade diferente no nosso País, que tem o tamanho de um continente. Além de cuidar das forças de segurança, os estados precisam ter mais liberdade legislativa para atuar”, pontuou o parlamentar.
Da Vitória ainda defendeu que a PEC da Segurança Pública precisa de atenção por apontar para o caminho divergente de sua defesa.
Também participaram da abertura do evento o vice-governador Ricardo Ferraço, o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos; o deputado federal Evair de Melo; o diretor-geral do Ministério Público do Espírito Santo, Lidson Fausto da Silva; além de 26 prefeitos, nove vice-prefeitos e vereadores de todas as regiões do Espírito Santo.
Painel
No Painel “Propostas e Desafios para Segurança Pública no Espírito Santo e no Brasil”, autoridades e especialistas apontaram o problema da reincidência criminal e leis mais duras contra criminosos como pontos que merecem atenção do Congresso Nacional.
O presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública, deputado federal Alberto Fraga, lembrou que a Câmara aprovou em junho deste ano a necessidade de cumprimento de 80% da pena para poder progredir de regime. Contudo, ele criticou a PEC da Segurança Pública e defendeu que o orçamento para o combate à violência tenha um percentual obrigatório todo ano. “A PEC mostra que esse governo não entende nada de segurança pública, de enfrentamento à criminalidade. Ela não trata em nada o tema e ainda tira poderes dos estados”.
O desembargador Willian Silva pontuou a dificuldade do Poder Judiciário em manter os criminosos presos e afirmou que são necessárias leis mais rigorosas para serem aplicadas. Ele também afirmou que é preciso garantir o cumprimento total da pena.
Já o promotor de Justiça e presidente da Associação Espírito-santense do Ministério Público, Pedro Ivo de Sousa, sugeriu a adoção de um sistema de acompanhamento da reincidência criminal para tratar o problema de forma técnica. Ele ainda disse que é preciso pensar em leis que priorizem a vítima.
O deputado federal Delegado Bruno Lima pontuou que a utilização da tecnologia para ajudar na investigação e prevenção de crimes é fundamental. Ele citou o exemplo de São Paulo, o Smart Sampa, que usa o reconhecimento facial de câmeras inteligentes para identificar casos de violência. Ele também acrescentou que são necessárias políticas públicas como lazer, esporte e cultura nas áreas mais vulneráveis.
Palestras
Na palestra principal, o secretário de Segurança Pública de São Paulo e deputado federal Licenciado, Guilherme Derrite, apresentou o programa de inteligência para combate ao crime organizado no estado e os resultados das principais operações realizadas pelas forças de segurança.
Derrite mostrou que, mesmo com o aumento do investimento nas polícias e do número de prisões, a reincidência criminal ainda é um desafio.
Como relator na Câmara dos Deputados da Lei que colocou fim à saidinha temporária de presos, o secretário de Segurança ainda defendeu a revisão das audiências de custódia para crimes violentos e com grave ameaça, a revisão da progressão de regime de penas, o fim das visitas íntimas e do auxílio-reclusão e a redução da maioridade penal.
Para encerrar, o secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, Leonardo Damasceno, falou sobre a redução do número de homicídios no Estado, registrando que, no ano passado, foi alcançada a menor taxa desde 1996, com menos de 900 casos. Ele também destacou os investimentos que o governo tem feito em todos os setores da pasta para reforçar a estrutura e a tecnologia.
Agricultores e pescadores receberam cartão durante cerimônia em Linhares (ES). Foto: Felipe Pereira/BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deu início à operação do Fundo Rio Doce por meio da liberação de R$ 282,7 milhões. Este é o primeiro volume de recursos liberado pelo banco para custear as ações previstas no novo acordo de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, operada pela Samarco Mineração S.A, ocorrido em novembro de 2015 no município de Mariana (MG).
A maior parte – cerca de R$ 262,5 milhões – vai custear o Programa de Transferência de Renda (PTR). Operacionalizado pela Caixa Econômica Federal, ele começou a atender aproximadamente 22 mil pescadores e 13,5 mil agricultores, residentes em 49 municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo. Os inscritos no PTR receberão mensalmente 1,5 salário-mínimo ao longo de três anos. No quarto e último ano, o valor será de 1 salário-mínimo.
Também haverá recursos para viabilizar as atividades das assessorias técnicas, que atuam para garantir a participação da população no acompanhamento das ações de reparação. Elas foram escolhidas diretamente pelas famílias atingidas no desastre.
A liberação dos recursos foi anunciada pelo presidente da República, Luíz Inácio Lula da Silva, em cerimônia realizada na manhã desta sexta-feira, 11, em Linhares (ES). A população da cidade capixaba ainda convive com a proibição da pesca em decorrência do desastre. Durante o evento, o presidente da República participou da entrega dos cartões a quatro inscritos no PTR, por meio dos quais eles poderão sacar os valores.
“Hoje estamos celebrando. Minha mãe dizia: meu filho, teime. Não desista de teimar. E quando a gente teima, a gente conquista. A entrega desse cartão é o começo da reparação”, disse Lula.
Na cerimônia, o BNDES foi representado por Maria Fernanda Coelho, diretora Crédito Digital para MPMEs e Gestão do Fundo do Rio Doce. Ela avalia que a liberação dos primeiros recursos inaugura uma nova fase para reparação dos atingidos e atingidas pela tragédia.
“O Banco tem experiência e tradição na operação de fundos não reembolsáveis, com reconhecimento público em planejamento de longo prazo e boas práticas de transparência e prestação de contas para a sociedade e para os órgãos de controle. Estamos preparados para dar uma contribuição relevante para a efetiva reparação aos atingidos, em conjunto com o governo federal, além dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo e dos municípios que formam a Bacia do Rio Doce”, disse a diretora.
Acordo Rio Doce – Em 2024, nove anos após o desastre, foi assinado um novo acordo entre a União, os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, a Samarco e suas acionistas Vale e BHP Billiton, além de instituições de Justiça como o Ministério Público e a Defensoria Pública. Ele busca oferecer soluções definitivas para a reparação dos danos e superar as dificuldades enfrentadas no modelo de reparação anterior.
O novo acordo foi homologado em novembro do ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Através dele, a Samarco se comprometeu com repasses adicionais que somam R$ 100 bilhões, com desembolsos parcelados ao longo de 20 anos. Desse montante, R$ 49,1 bilhões devem ser destinados à União e serão aportados no Fundo Rio Doce, cuja gestão está sob a responsabilidade do BNDES. O restante dos recursos diz respeito à atribuição de estados, municípios e instituições de Justiça.
“Ninguém vai gastar o dinheiro sozinho. Cada centavo, cada obra, cada projeto vai ser construído ouvindo as pessoas. Essa foi uma determinação do presidente Lula: criar um comitê de governança com a participação das pessoas, com a participação das vítimas”, disse o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, durante a cerimônia realizada em Linhares.
Escritório regional – Para estar mais próximo ao público atingido pelo desastre e articular ações com o sistema de Justiça, o BNDES abriu, no dia 1º de julho, uma filial na cidade de Belo Horizonte (MG) com equipe técnica dedicada a atender os dois estados, os 49 municípios e a sociedade civil. A atuação do Banco na gestão desses recursos reforça seu compromisso com a justiça socioambiental, a governança pública e a promoção do desenvolvimento sustentável nas regiões impactadas.
Os R$ 49,1 bilhões financiarão projetos variados que tratam de questões como transferência de renda, fomento à educação, ciência e inovação, fortalecimento da saúde e assistência social, ações ambientais e reparação da atividade pesqueira, entre outras. O BNDES administra os valores seguindo as diretrizes do Comitê do Rio Doce, que foi instituído pelo Decreto Federal 12.412/2025. O comitê é coordenado pela Casa Civil e composto também pela Secretaria de Relações Institucionais e pela Secretaria-Geral da Presidência, tendo ainda subcomitês temáticos com a participação de outros ministérios.
PTR – Conforme o novo acordo de reparação, devem ser destinados ao PTR um total de R$ 3,75 bilhões em um período de 4 anos. A previsão é de que, somente em 2025, o programa receba cerca de R$ 500 milhões. Desse montante, R$ 300 milhões serão destinados ao PTR-Pesca, que é acompanhado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. Já os outros R$ 200 milhões cabem ao PTR-Rural, que conta com a supervisão do Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.
“Essa renda vai garantir o básico para que consigamos, a partir daí, pensar um pouco além. De acordo com um lema da nossa comissão de mulheres do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Linhares, nós temos que estar juntas, semeando sonhos e cultivando a esperança”, disse a agricultora familiar e produtora de cacau Ana Paula Ramos.
Os Estados Unidos são o segundo principal destino das exportações brasileiras, com forte presença de produtos de maior valor agregado foto Pexels.
O Sistema Fecomércio-ES – Sesc e Senac manifesta sua preocupação com os impactos da nova tarifa de 50% anunciada pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A medida, unilateral e sem respaldo em acordos multilaterais, representa um retrocesso nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos e impõe um risco direto à competitividade das exportações nacionais, sobretudo de bens manufaturados e setores estratégicos.
Os Estados Unidos são o segundo principal destino das exportações brasileiras, com forte presença de produtos de maior valor agregado, como aeronaves, autopeças, máquinas e derivados de petróleo. Qualquer barreira adicional imposta a essas mercadorias desestimula os embarques e compromete a estabilidade das cadeias produtivas, com reflexos sobre o comércio exterior, a indústria nacional e o mercado de trabalho, especialmente em estados com produção voltada à exportação, como o Espírito Santo.
Ao encarecer os produtos brasileiros no mercado norte-americano, a tarifa pode desestimular os embarques e comprometer a estabilidade de cadeias produtivas interligadas. Para os empresários do comércio e da indústria, essa insegurança jurídica e diplomática reduz a previsibilidade, afeta planos de investimento e dificulta estratégias de expansão internacional.
O Sistema Fecomércio-ES – juntamente com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) –, reforça que a decisão da taxação é injustificada do ponto de vista econômico, considerando que, nos últimos dez anos, a balança comercial entre os dois países registrou superávit de US$ 51 bilhões em favor dos Estados Unidos. O fortalecimento das relações de comércio exterior produz efeitos positivos para ambas as nações, sendo que medidas que desestimulem a integração econômica global tendem a encarecer cadeias produtivas, afetando o crescimento e o bem-estar social dos países envolvidos.
O Sistema Fecomércio-ES e a CNC defendem o diálogo diplomático como caminho mais eficaz para superar impasses, preservar a estabilidade econômica e manter um ambiente comercial equilibrado e baseado nos princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC). fonte Kelly Kalle/ Fecomércio-ES
Representantes da indústria debateram com deputados a nova tarifa anunciada pelos EUA. foto cni
A diretora de assuntos institucionais do Instituto Aço Brasil, Cristina Yuan, avaliou nesta quinta-feira (10) que a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de impor uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros “inviabilizará a exportação de aço e alumínio”. Ela discutiu o tema em reunião da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados.
Yuan disse que ainda não está esclarecido se a tarifação é cumulativa. Se for o caso, o setor de aço e alumínio, que já paga tarifa de 50%, arcaria com mais 50%. “O que dobra a nossa preocupação literalmente, porque se 50% já era uma tarifa elevadíssima e praticamente impeditiva de exportação, a de 100% inviabilizará a exportação do aço e alumínio”, reforçou a executiva, frisando que o faturamento anual da indústria do aço é da ordem de R$ 169 bilhões.
Balança comercial Ela destacou que, ao contrário do que alegou Trump, a balança comercial Brasil e Estados Unidos é superavitária para os norte-americanos. Em 2024, conforme a executiva, o Brasil exportou 2,3 bilhões de dólares em produtos de aço e importou dos Estados Unidos 1,4 bilhão de dólares em carvão e 3,9 bilhões de dólares em máquinas e equipamentos.
Desvio de comércio Outro efeito da guerra tarifária, segundo Cristina Yuan, é o desvio de comércio, que pode resultar no escoamento do aço chinês a preços abaixo da média mundial para o mercado brasileiro. “Isso vai matar a indústria siderúrgica nacional, porque não vamos conseguir competir com preços subsidiados”, afirmou.
Atualmente, a China responde por mais de 66% das importações de aço do País.
Ao ressaltar a competitividade chinesa na cadeia produtiva do aço, Yuan frisou que a produção anual de aço no Brasil equivale a 12 dias de produção de aço na China.
Falta de clareza O representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Herlon Alves Brandão, apontou “falta de clareza” no anúncio das novas tarifas. Ele estima que o aumento tarifário vai reduzir em 40% o valor das exportações de aço e alumínio aos Estados Unidos.
As tarifas, explicou, alcançam 350 mercadorias abrangendo desde aço semimanufaturado até latas de cerveja, utensílios domésticos e peças para aviões e automóveis.
Acesso a mercados O representante da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Pedro Henrique Macêdo, apontou queda nas exportações para o mercado norte-americano de 25% de produtos de alumínio, se comparado ao primeiro semestre de 2024. Dentre esses produtos, os laminados de alumínio, principal item exportado, foi o mais impactado com queda de 50% no volume de exportação.
“Ainda não sabemos se as novas taxas serão cumulativas ou não, mas é fato que a indústria já vem sofrendo no atual cenário”, disse. Ele reforçou que o setor conta com a atuação do governo para garantir as melhores condições de acesso dos produtos brasileiros ao mercado internacional.
Lei da Reciprocidade A deputada Jack Rocha (PT-ES), que solicitou a audiência, defendeu o uso da Lei da Reciprocidade Econômica, que permite ao governo brasileiro adotar contramedidas em resposta a medidas unilaterais adotadas por país ou bloco econômico que impactem negativamente a competitividade internacional brasileira.
“Acredito que o governo, assim como esta Casa, diante da gravidade do tarifaço, tem que se debruçar sobre uma saída que não venha a prejudicar as empresas e sobretudo os trabalhadores”, disse.
Reportagem – Emanuelle Brasil Edição – Roberto Seabra
Lei do deputado Fábio Duarte também busca incrementar infraestrutura na região da rota Igreja Queimados, foto LucasSCosta
O Espírito Santo agora conta com uma nova rota que remete a um dos episódios mais marcantes da história capixaba. A Rota da Liberdade percorre locais de interesse histórico, cultural, religioso e gastronômico de Vitória e da Serra. De iniciativa do deputado Fábio Duarte (Rede), a Lei 12.466, publicada no Diário de Imprensa Oficial (DIO-ES) na quarta-feira (9).
O ponto central do roteiro é o Sítio Histórico e Arqueológico de São José do Queimado, onde aconteceu a maior revolta de pessoas escravizadas no Espírito Santo. “Nos últimos dois anos, diversas ações foram realizadas para resgatar, restaurar e preservar este importante local, cenário do maior levante por liberdade em solo capixaba”, destaca o autor na justificativa do Projeto de Lei (PL) 337/2025, o qual deu origem à lei.
O texto também prevê que poderão ser implementadas pelas autoridades competentes ações de fortalecimento da infraestrutura da região, como obras de construção e melhorias até o fomento e manutenção de serviços essenciais como hospedagem, alimentação, sinalização, acessibilidade e segurança pública.
Rota
O trajeto permitirá reconstruir a narrativa da Insurreição, começando na Praça Oito, no Centro de Vitória, passando pelo Centro da Serra, até chegar ao Sítio Histórico.
O roteiro tem início no Palácio Anchieta, local onde foram julgados e condenados à morte dois líderes da revolta – Chico Prego e João da Viúva. Eles percorreram a pé o caminho desde a capital até os locais de execução no Centro da Serra e em Queimado.
A próxima parada é a Praça Oito, antiga Praça da Alfândega, onde os insurgentes foram açoitados. O percurso segue então para o Agroturismo de Pitanga e, depois, para o Centro da Serra, onde se encontram a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, o Sítio Histórico e Arqueológico do Marco Zero, e a estátua de Chico Prego, erguida no suposto local de sua execução.
A rota ainda passa pelos agroturismos de Guaranhuns e Putiri antes de chegar ao seu destino final: o Sítio Histórico e Arqueológico de São José do Queimado. Esse local, que abriga as ruínas da Igreja de São José, foi o cenário do maior levante por liberdade no estado. fonte Por Redação Web Ales, com a colaboração de Matheus Aldyr e edição de Nicolle Expósito
A adesão ao plano de ressarcimento começou nesta sexta-feira para os beneficiários que já contestaram os descontos não autorizados. foto INSS
Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vítimas dos descontos ilegais de mensalidades associativas já podem aderir ao acordo de ressarcimento proposto pelo governo federal.
A adesão ao plano de ressarcimento começou nesta sexta-feira para os beneficiários que já contestaram os descontos não autorizados feitos em seus benefícios previdenciários entre março de 2020 e março de 2025 e que não obtiveram resposta das entidades associativas. E é necessária para quem desejar receber a restituição dos valores a que tem direito, e uma única parcela e corrigidos pelo IPCA, sem ter que recorrer à Justiça.
A adesão pode ser feitas por intermédio do aplicativo Meu INSS ou presencialmente, nas agências dos Correios. No aplicativo, o interessado deve acessar a aba “Consultar Pedidos”, clicar no item “Cumprir Exigência”, assinalar a opção “Aceito Receber”, localizada no fim da página e, então, clicar em “Enviar”. Não é necessário enviar nenhum documento além dos já apresentados.
Nenhum valor será cobrado do segurado, que receberá o valor devido automaticamente, na mesma conta bancária na qual recebe seu benefício previdenciário.
Os primeiros pagamentos serão liberados no próximo dia 24. A partir daí, o cronograma de ressarcimento prevê pagamentos diários, em lotes de até 100 mil pessoas, até que todos os casos sejam concluídos. O pagamento seguirá a ordem cronológica da adesão ao acordo, ou seja, aqueles que aderirem primeiro ao acordo vão receber primeiro.
Quem recorreu à Justiça, ingressando com ação judicial contra o INSS, também pode aderir ao acordo, mas deverá desistir do processo, para não ser duplamente beneficiado. Além das adesões espontâneas, o INSS vai fazer contestação automática para beneficiários em situação de vulnerabilidade: pessoas que tinham 80 anos de idade ou mais em março de 2024, indígenas e quilombolas.
“Estamos preocupados com as pessoas mais sujeitas a fraudes. E vamos dar um tratamento diferenciado a essas três situações, de maior vulnerabilidade”, explicou o presidente do INSS, Gilberto Waller, durante entrevista coletiva, nesta quinta-feira (10), na qual ele e o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, detalharam o cronograma do acordo de ressarcimento.
Os aposentados e pensionistas que ainda não contestaram eventuais descontos podem fazê-lo pelo aplicativo Meu INSS, ligando para a central telefônica 135 ou indo pessoalmente a uma agência dos Correios. A princípio, as novas contestações serão aceitas até pelo menos 14 de novembro de 2025 – data que o governo federal ainda vai analisar se precisará ser prorrogada.
A partir da data em que o beneficiário questionar as cobranças, as entidades têm até 15 dias para comprovar que o desconto foi feito legalmente. Caso contrário, os valores cobrados indevidamente serão integralmente restituídos ao beneficiário, pela União – que vem tomando medidas para assegurar a responsabilização das entidades e de seus representantes legais, como a solicitação de bloqueios judiciais de bens e valores.
De acordo com o presidente do INSS, dos cerca de 9,3 milhões de beneficiários consultados, cerca de 3,8 milhões questionaram os descontos de mensalidades associativas em seus benefícios. Desses, pouco mais de 1,86 milhão de aposentados e pensionistas já estão aptos a aderir ao acordo. Os demais ainda estão em processo de análise.
“Se tivéssemos que pagar [restituir os valores cobrados] 100% das 3,8 milhões de reclamações – o que não é o caso –, o valor corrigido pelo IPCA daria R$ 2,6 bilhões”, afirmou Waller após o ministro da Previdência Social comentar que o governo federal deve publicar, nos próximos dias, uma Medida Provisória (MP) abrindo um crédito extraordinário de cerca de R$ 3 bilhões no Orçamento deste ano para custear o plano de ressarcimento.
Ainda de acordo com Waller, os R$ 400 milhões restantes do crédito extraordinário vão servir para, eventualmente, ressarcir a 209 mil vítimas que tinham 80 anos ou mais em março de 2024; 17,79 mil indígenas e cerca de 38,56 mil quilombolas. “Com isso, chegaríamos a cerca de 4,1 milhões de pessoas atingidas por este golpe.”
Em um vídeo publicado nas redes sociais, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o acordo pactuado pelo Ministério da Previdência Social, INSS, Advocacia-Geral da União (AGU), Defensoria Pública da União (DPU), Ministério Público Federal (MPF) e Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) garantirá o dinheiro de volta, “integralmente e corrigido pela inflação”, a milhões de beneficiários do Regime Geral da Previdência Social.
“A Polícia Federal está investigando e os responsáveis pelos prejuízos aos aposentados [e pensionistas] serão julgados e punidos. Afinal, aposentadoria é um direito sagrado”, garantiu Lula.
Cerca de R$ 700 milhões para investimento em Saúde para 11 cidades capixabas pelo período de 20 anos
Os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), André de Paula (Pesca e Aquicultura) e Márcio Macêdo (Secretaria Geral da Presidência) anunciaram nesta quinta-feira (10), em Linhares, mais recursos para as cidades da Bacia do Rio Doce e para os pescadores artesanais e agricultores familiares capixabas.
Representando o governador Renato Casagrande, o secretário estadual Guerino Balestrassi e a equipe da Secretaria de Estado de Recuperação do Rio Doce participaram das agendas do Governo Federal, que incluíram uma reunião prefeito Lucas Scaramussa, um encontro com os representantes dos comitês de bacias hidrográficas do Doce Pontões e Barra Seca e um debate com as lideranças dos movimentos sociais dos atingidos pelo desastre ambiental de Mariana.
Ao final das reuniões, Guerino Balestrassi e os ministros concederam uma entrevista coletiva, na qual foram confirmados os investimentos e recursos para 11 cidades capixabas e para grupos de pescadores e agricultores familiares impactados pelo rompimento da barragem em 2015.
O acordo judicial de repactuação foi assinado em novembro de 2024 e reúne o Governo Federal, os Governos de Minas Gerais e Espírito Santo, Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU), Ministérios Públicos e Defensorias Estaduais e as empresas Samarco Mineração, Vale e BHP Billiton Brasil.
Entre os recursos, estão:
. O início dos pagamentos do Programa de Transferência de Renda para agricultores familiares e pescadores artesanais no Espírito Santo, contemplando 22.430 pescadores e 13.567 agricultores das cidades impactadas;
. cerca de R$ 12 milhões para 11 municípios investirem em programas de Assistência Social (valores de 2025);
. confirmação dos cerca de R$ 700 milhões para investimento em Saúde para 11 cidades capixabas pelo período de 20 anos (Anchieta, Aracruz, Baixo Guandu, Colatina, Conceição da Barra, Fundão, Linhares, Marilândia, São Mateus, Serra, Sooretama).
“O trabalho efetivo do Governo do Estado no acordo de repactuação em Brasília está garantindo estes novos recursos para os municípios capixabas atingidos pelo desastre ambiental de Mariana. A união entre o Governo Federal, o Governo do Estado, as cidades e os movimentos sociais vai garantir a agilidade e a transparência na aplicação dos investimentos que garantirão a recuperação do Rio Doce e a retomada econômica das cidades e famílias”, afirmou o secretário Guerino Balestrassi.
“Nós fechamos um ciclo de 10 anos que vinha assolando o povo brasileiro com essa ferida aberta e agora entramos na execução do acordo da Bacia do Rio Doce. O Programa de Transferência de Renda, por exemplo, garantirá a destinação de R$ 3,7 bilhões pelos próximos quatro anos. O programa prevê o pagamento de um salário mínimo e meio por mês durante 36 meses, seguido de um salário mínimo mensal por mais 12 meses, totalizando 48 meses de benefício”, pontuou o ministro Marcio Macêdo.
Os anúncios serão oficializados nesta sexta-feira, dia 11, em cerimônia no Parque de Exposições de Linhares, com a presença de representantes do Governo Federal, Governo Estadual, municípios e movimentos sociais.