Espírito Santo poderá ter política voltada para jovens em situação de rua

Alcântaro avalia que política estadual amplia proteção ao público jovem em vulnerabilidade. foto arquivo Flick

Instituir no Espírito Santo a Política Estadual de Proteção Integral a Crianças e Adolescentes em Situação de Rua, com o objetivo de garantir a abordagem, o retorno à família ou o acolhimento adequado para menores desacompanhados de seus pais ou responsáveis legais. É o que prevê o Projeto de Lei (PL) 285/2025, protocolado na Assembleia Legislativa (Ales) pelo deputado estadual Alcântaro Filho (Republicanos).

Na justificativa da matéria, o parlamentar destaca levantamento feito pelo Ministério Público estadual (MPES) que aponta, entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024, total de 6.927 pessoas em situação de rua vivendo no estado, sendo 180 crianças e adolescentes. Ele ainda salienta que os números entre as instituições e as prefeituras muitas vezes são discordantes.

Segundo Alcântaro, dados indicam o perfil dos jovens em situação de rua: a maior parte está envolvida com trabalho infantil; é negra (pretos ou pardos); possui entre 12 e 17 anos; e são meninos. “Tais dados evidenciam a urgência da implantação de políticas públicas que atuem de forma integrada para identificação, acolhimento e reintegração dos menores”, afirma.

Ações

A implementação da política deverá ocorrer por meio de ações, como a criação de equipes especializadas de abordagem social; encaminhamento prioritário para serviços de acolhimento institucional; reintegração familiar e acompanhamento das famílias; parcerias com organizações sociais para oferta de suporte educacional e psicológico; e criação de um banco de dados para monitoramento dos jovens atendidos.

De acordo com a proposição, as secretarias de Estado de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Setades) e de Direitos Humanos (SEDH) serão responsáveis pela coordenação e fiscalização da política, bem como pela regulamentação dos procedimentos necessários para sua implementação.

“Embora o Espírito Santo possua iniciativas municipais que oferecem vagas de acolhimento institucional, a implementação de uma política estadual estruturada permitirá articular essas ações, corrigir as discrepâncias de dados e ampliar a proteção desse público, promovendo a efetiva reintegração social e o resgate dos direitos fundamentais dos menores em situação de vulnerabilidade”, conclui Alcântaro.

Se o PL for aprovado e virar lei, a nova legislação começa a valer na data de sua publicação em diário oficial. O Executivo estadual poderá estabelecer parcerias com municípios e entidades privadas para ampliar o alcance das ações previstas na possível norma.

Tramitação 

A matéria foi lida no Expediente da sessão ordinária do dia 13 de maio e encaminhada para análise das comissões de Justiça, Direitos Humanos, Assistência Social, Proteção à Criança e ao Adolescente e Finanças. Por Gleyson Tete, com edição de Nicolle Expósito

Acompanhe a tramitação do PL 285/2025

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