
O Rio Doce nasce a 1200 metros de altitude.
A Comissão de Meio Ambiente conheceu, nesta terça-feira (10), o River Planet, movimento internacional que busca engajar o cuidado com os recursos hídricos do planeta. Os organizadores da ação, Fabio Medeiros e Alberto Pêgo, estão planejando a descida do Rio Sena, na França, no segundo semestre deste ano, uma das principais ações do movimento este ano.
“Nós estamos apresentando o movimento para vocês, mas ele será lançado lá na França, na descida do Rio Sena. O River Planet tem a proposta de trocar informações com o mundo sobre formas de melhorar os nossos rios”, explicou o coordenador Fábio Medeiros. Eles buscam apoio da iniciativa pública e privada para a ação ambiental.
A 2ª Descida Ecológica do Rio Sena ocorrerá nos meses de agosto e setembro. A expedição, realizada mais de dez anos após a primeira jornada, é uma maneira de compartilhar experiências entre os dois países, registrar boas práticas de recuperação ambiental, inspirar ações de proteção aos rios e o engajamento de autoridades e da população em geral sobre o tema. Em dezembro, o grupo se organiza também para fazer a descida do Rio Doce, outro evento importante do River Planet este ano.
O ambientalista Alberto Pêgo explicou que a França e o Brasil completam, em 2025, 200 anos de relação internacional. “Dentro do nosso movimento, temos uma abertura com a França e infelizmente temos uma dificuldade de abertura no nosso país e no nosso Estado”, disse. Pêgo contou que o Rio Sena já foi muito poluído e passou por um processo histórico de recuperação. Ele pontuou que existem similaridades com os recursos hídricos capixabas.
“O Rio Doce e o Rio Sena têm a mesma extensão aproximadamente, 800km. Só que o Rio Sena nasce a 400 metros de altitude. O Rio Doce nasce a 1200 metros de altitude. Então, eles têm a mesma extensão mais ou menos, porém, o Rio Doce tem três vezes mais altura. Os rios do Espírito Santo, de forma geral, têm essa característica: altitude e pouca extensão. Isso gera uma degradação maior do solo”, explicou o ambientalista.
“Esse intercâmbio com a França é muito importante para nós, principalmente porque temos similaridades na parte ambiental. E, inclusive, vários projetos foram inspirados em experiências de outros países”, disse o diretor da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Fábio Ahnert.
A reunião da Comissão de Meio Ambiente foi presidida pelo deputado Gandini (PSD/ES) e contou com a presença das deputadas Camila Valadão (Psol/ES) e Iriny Lopes (PT/ES). O colegiado confirmou uma agenda com o presidente da Ales, deputado Marcelo Santos (União/ES), ainda nesta terça-feira (10), para tratar do tema.