Mulheres do Café: cursos incentivam produção de cafés especiais e sucessão familiar

Além de capacitar as participantes para a produção de cafés especiais, a iniciativa incentiva a sucessão familiar nas propriedades, ao envolver as filhas de agricultores nas atividades. 

Cafeicultoras do Espírito Santo estão aprendendo sobre a classificação e a análise sensorial de cafés em cursos gratuitos ofertados pelo projeto Mulheres do Café, conduzido pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Além de capacitar as participantes para a produção de cafés especiais, a iniciativa incentiva a sucessão familiar nas propriedades, ao envolver as filhas de agricultores nas atividades. 

“Um dos nossos objetivos é mostrar às jovens que a produção de cafés de qualidade tem um grande potencial. É uma alternativa viável e rentável à qual elas podem se dedicar, dando sequência na gestão das propriedades atualmente conduzidas por seus pais e fortalecendo o protagonismo feminino no meio rural. Por isso, estamos mobilizando as duas gerações para a participação nas capacitações”, explica a extensionista Patrícia Morais da Matta Campbell, coordenadora do Mulheres do Café.  

Gabriela Medeiros, de 23 anos, trabalha com o pai em uma propriedade no município de Dores do Rio Preto, onde já produzem café da forma tradicional. Para ela, a participação no curso veio em boa hora, uma vez que pretendem iniciar a produção de café especial neste ano para agregar valor ao produto.   

“Ajudo meu pai na gestão da propriedade e, agora, também vou ser a responsável pela produção do café especial. Então, o curso foi muito bom para mim, me ajudou a aperfeiçoar o que sabíamos”, afirma Gabriela Medeiros.  

Além de treinamento em classificação e degustação de cafés, as participantes recebem orientações sobre os dez mandamentos para produzir café com qualidade, metodologia consagrada desenvolvida e adotada há anos por profissionais do Incaper. As atividades são ministradas por Patrícia Matta, que é engenheira agrônoma, doutora em Ciências Ambientais e Florestais e especialista em Avaliação Sensorial de Café (Q-Grader Arábica).   

Desde abril deste ano, quando o projeto teve início, já participaram de cursos, palestras e reuniões mais de 100 produtoras dos municípios de Muniz Freire, Alegre, Dores do Rio Preto, Ibatiba, Alto Rio Novo, Muqui, Iúna, Linhares, Guaçuí e Afonso Cláudio. 

Neste mês de julho, mais cinco municípios serão contemplados com cursos de classificação e análise sensorial: Águia Branca (dias 04, 05 e 09), Água Doce do Norte (dia 10), Mantenópolis (dia 11), Nova Venécia (dia 25) e Jaguaré (dia 30). Para participar, as agricultoras devem se inscrever nos escritórios locais do Incaper (contatos e endereços disponíveis em www.incaper.es.gov.br/agenda-de-contatos). 

Mais sobre o projeto 

O projeto “Mulheres do Café: igualdade de gênero e agregação de valor na cafeicultura capixaba” integra o Programa de Incentivo à Pesquisa, à Extensão, ao Desenvolvimento e à Inovação Agropecuária (Inovagro), iniciativa do Governo do Estado coordenada pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). 

Além de capacitações, promoverá um levantamento do perfil socioeconômico e produtivo das cafeicultoras, concurso estadual de cafés especiais para mulheres, visitas técnicas, intercâmbio de experiências, entre outras ações para reconhecer, valorizar e fortalecer a atuação feminina na cafeicultura do Espírito Santo. A meta é atender, pelo menos, mil cafeicultoras em dois anos. Fonte e foto incaper