Noroeste do ES cobra investimento em tecnologia na segurança

Encontro reuniu autoridades civis e militares para o debate sobre a segurança na região / Foto: Luan Antunes

O noroeste capixaba cobrou investimento em tecnologia e o aumento de efetivo policial na região. Em audiência pública da Comissão de Segurança realizada na última quinta-feira (28/08) na Câmara Municipal de Águia Branca, autoridades civis e militares apontaram crimes cibernéticos, contra o patrimônio, estupro de vulnerável e estelionato como principais desafios atuais da região que abrange ainda os municípios de Pancas, Marilândia, São Gabriel da Palha, Baixo Guandu e São Domingos do Norte.

Presidente da comissão, o deputado Delegado Danilo Bahiense (PL/ES) lamentou o que seria um fato no Espírito Santo: os crimes contra o patrimônio sofreriam uma alta subnotificação pelo “acostumar” da sociedade e uma baixa abertura de inquérito.

“Nós temos cobrado muito desde o começo sobre crimes contra o patrimônio. Vejam, por exemplo, o volume que se tem registrado aqui no estado é altíssimo. Mas só existe inquérito policial dos que são presos em flagrante. Porque quem não for preso, ninguém abre inquérito policial. Então, hoje, certamente, nós teríamos 50 mil inquéritos policiais, ou mais, nas delegacias”, explicou.

Para o tenente-coronel do 11º Batalhão Militar (Barra de São Francisco), Jader Roberto de Oliveira, o maior problema seria, sem dúvidas, a falta de efetivo, mas a região contaria atualmente com um quadro de segurança capacitado e atualizado em uma região privilegiada no estado.

O cenário do município que recebeu a audiência pública foi explicado pelo delegado de polícia Daniel Nogueira Azevedo. O titular lembrou que, se em 2024 Águia Branca registrou apenas um homicídio, em 2025 já são três casos. Os crimes mais comuns na cidade seriam contra o patrimônio, estupro de vulnerável e, em crescimento, os cibernéticos.

Para Azevedo, segurança pública só melhora com a integração de todos os poderes públicos, mas principalmente da própria sociedade. “O mais importante de todas as prioridades agora seria a população. A população é essencial quando sabe as informações, principalmente quando denuncia, vem puxando a gente. A população é essencial quando ela vem e nos diz”.

Tecnologia  

Já o delegado de Polícia Civil de São Gabriel da Palha, Jefferson Nascimento de Souza Lima, cobrou do estado o investimento em tecnologia como drones para a melhor ação das forças em região marcada por propriedades rurais. Ele alertou ainda que sistemas de monitoramento por câmera ou cercos estatais inteligentes precisam de melhorias. 

“Ao passo que é investido em tecnologia, os órgãos de segurança pública trabalham melhor e dão mais resultado quanto à criminalidade. Aqui, no noroeste, tem muita área rural, é bastante grande. E se a Polícia Militar, no contexto de uma operação com drone, que dá uma visibilidade muito grande, a probabilidade de conseguir usar os órgãos é muito maior. Outra questão de tecnologia já é a investigação em si mesma, damos reforço à segurança pública”.

Outro crime que preocupa o titular de São Gabriel, e a resposta também passaria por investimento em tecnologia e delegacias especializadas descentralizadas, é o de estelionato.

“São as especializadas que estão contribuindo no mundo para as investigações. Porque, às vezes, a gente até quer investigar um estelionatário, mas ele não está nem na cidade. Ele está em outro estado. Mas se você tem tecnologia para contribuir, vai e pega o marginal. Um dos crimes que eu mais detesto, porque geralmente a via mais frágil é justamente o público idoso, mais simples”.

Durante a audiência pública, policiais e vereadores reforçaram os pedidos de investimento em sistemas com câmeras e reconhecimento facial, mas indo além: a melhor integração de sistemas e a manutenção de equipamentos já instalados.

Para o vereador da Câmara Municipal de Águia Branca, Adelson Amici Sobrinho (MDB/ES), a região merece voltar a ter a paz e a tranquilidade que a geração de seus pais viveu. Já o vereador pelo mesmo município, José Carlos de Souza Paranho (PP/ES), reconhece que o estado vem dedicando a patrulha rural em tempos de colheitas, mas que o crime contra o patrimônio ainda é preocupante.

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