
Enquanto nenhum documento oficial foi entregue pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil, a simples manifestação pública do presidente americano em suas redes sociais já trouxe instabilidade às relações comerciais, foto divulgaçao
Os setores industriais capixaba e nacional já avaliam a adoção de medidas emergenciais diante da iminente taxação de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Entre as providências em análise, estão a redução do ritmo de produção e, de forma ainda mais preocupante, o fechamento de postos de trabalho. A intenção é mitigar os efeitos dessa medida sobre a saúde financeira das empresas e preservar, na medida do possível, a sustentabilidade dos negócios.
Esse cenário tem gerado insegurança entre os empresários e exigido ações coordenadas do setor industrial. A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), ao lado das outras 26 Federações do país, tem participado de reuniões frequentes com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) para debater respostas à medida americana, que deve entrar em vigor no dia 1º de agosto. O grupo, formado pelos presidentes das Federações e liderado pelo presidente da CNI, Ricardo Alban, mantém diálogo constante com o governo federal em busca de estratégias que reduzam os impactos sobre a indústria nacional.
Enquanto nenhum documento oficial foi entregue pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil, a simples manifestação pública do presidente americano em suas redes sociais já trouxe instabilidade às relações comerciais e acendeu o alerta em diversos setores produtivos. A CNI está conduzindo, com o apoio das Federações, um levantamento junto às indústrias para mapear frustrações comerciais e identificar potenciais prejuízos.
No caso do Espírito Santo, os riscos são ainda mais significativos. Os Estados Unidos são, historicamente, o principal parceiro comercial do Estado. Em 2024, responderam por 28,6% das exportações capixabas, conforme dados do Observatório Findes. O ES é o segundo estado brasileiro com maior dependência das exportações para os EUA, atrás apenas do Ceará (45%).
Somente no ano passado, o Espírito Santo exportou US$ 3,06 bilhões para os EUA, enquanto importou US$ 2,05 bilhões — um saldo positivo que passa a ser ameaçado por uma política comercial unilateral e arbitrária.
A Findes continuará acompanhando os desdobramentos do caso com atenção, mobilizando sua estrutura técnica e institucional para apoiar as indústrias capixabas na avaliação dos impactos e na construção de alternativas que possam preservar empregos, investimentos e a competitividade do setor produtivo do Espírito Santo. fonte findes