Queda de nascimentos no Espírito Santo durante a pandemia levanta alerta sobre planejamento familiar urbano

Durante a pandemia de COVID-19, o Espírito Santo registrou um fenômeno silencioso, mas com impacto profundo: a redução significativa no número de nascimentos em áreas urbanas. É o que revela um estudo conduzido por pesquisadores do grupo de trabalho do PS Zerado, sediado em Vitória (ES), publicado na Brazilian Journal of Health Review.

A pesquisa analisou dados de todos os 78 municípios capixabas, cruzando informações sobre taxas de natalidade com níveis de urbanização, mobilidade e indicadores socioeconômicos. O recorte temporal considerou três períodos: pré-pandemia (2017-2019), transição (2020) e pós-isolamento (2021-2023).

A pesquisa analisou dados de todos os 78 municípios capixabas. foto governo federal/MS

O resultado impressiona: nas cidades classificadas como urbanas, houve 3.429 nascimentos a menos, em média, por ano, no período pós-isolamento. A queda foi estatisticamente significativa e mais acentuada do que nas regiões rurais ou intermediárias.

Para os autores, o chamado efeito baby bust evidencia os efeitos colaterais de crises sanitárias prolongadas, como insegurança econômica, desemprego, incerteza em relação ao futuro e mudanças no planejamento reprodutivo. “O impacto não foi apenas momentâneo. Ele pode influenciar o perfil demográfico e o planejamento de políticas públicas nos próximos anos”, explicam.O estudo também aponta que o Espírito Santo seguiu uma tendência observada em diversos países durante a pandemia, e levanta questões importantes sobre como a urbanização e a vulnerabilidade social influenciam decisões familiares em contextos de crise. fonte Ananda Rope – PS Zerado

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