Governo anuncia R$ 30 bi em crédito para setores afetados por tarifaço

Governo anuncia R$ 30 bi em crédito para setores afetados por tarifaço

Haddad diz que Brasil está sendo sancionado por ser “mais democrático. foto agência brasil

O governo federal lança nesta quarta-feira (13) pacote de medidas para apoiar o setor produtivo afetado pelo tarifaço de 50% imposto pelo governo dos Estados Unidos. O plano de apoio prevê R$ 30 bilhões em crédito e será viabilizado por meio de uma medida provisória chamada de MP Brasil Soberano. 

Durante anúncio do plano de socorro, no Palácio do Planalto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil está sendo sancionado “por ser mais democrático que o agressor”.

“Estamos numa situação muito inusitada. O Brasil é um país que está sendo sancionado por ser mais democrático que o seu agressor. É uma situação inédita e muito incomum no mundo. Um país que não persegue adversários, não persegue a imprensa, não persegue escritórios de advocacia, não persegue universidades, não persegue imigrantes legais ou ilegais está sujeito a uma retaliação injustificável do ponto de vista político e econômico.”

“Vamos enfrentar, como já enfrentamos várias situações difíceis neste país. E vamos superar mais essa dificuldade que é imposta de fora para dentro, mas infelizmente com o apoio de alguns setores radicalizados da sociedade brasileira”, completou o ministro durante o evento.

Prioridades

De acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o plano dará prioridade às menores companhias e a alimentos perecíveis. “A gente está pensando em ajudar as pequenas empresas, que exportam espinafre, frutas, mel e outras coisas. Empresas de máquinas. As grandes empresas têm mais poder de resistência. Acho que vai ser importante para a gente mostrar que ninguém ficará desamparado pela taxação do presidente Trump”, disse o presidente nesta terça-feira, em entrevista ao canal Band News.

O pacote de medidas também busca preservar os empregos e ampliar os mercados alternativos para os setores afetados.

“Vamos cuidar dos trabalhadores dessas empresas, vamos procurar achar outros mercados para essas empresas. Estamos mandando a outros países a lista das empresas que vendiam para os Estados Unidos porque a gente tem um lema: ninguém larga a mão de ninguém.”

As medidas de ajuda virão por meio de crédito extraordinário ao Orçamento, recursos usados em situações de emergência fora do limite de gastos do arcabouço fiscal. Esse sistema foi usado no ano passado para socorrer as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. fonte PAULA LABOISSIÈRE – REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL

Exportação de carne bovina bate recorde em mês anterior ao tarifaço

Exportação de carne bovina bate recorde em mês anterior ao tarifaço

Em julho, Brasil embarcou 313 mil toneladas, alta de 17,2% em 12 meses. DIVULGAÇÃO/ABIECfoto

No mês anterior à entrada em vigor do tarifaço dos Estados Unidos, as exportações brasileiras de carne bovina bateram recorde. Em julho, foram embarcadas 313.682 toneladas, crescimento de 15,6% em relação a junho e de 17,2% na comparação com julho de 2024 (267.885 toneladas). Em termos de valores, as vendas de carne bovina renderam US$ 1,67 bilhão.

Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e foram compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), que reúne 47 empresas responsáveis por 98% da carne bovina exportada pelo Brasil.

A China liderou com folga as compras no mês, com 160,6 mil toneladas (51,2% do total), que somaram US$ 881,9 milhões, alta de 18,1% sobre junho e de 16,7% frente a julho de 2024. Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar, com 18,2 mil toneladas (US$ 119,9 milhões), seguidos por México (15,6 mil toneladas; US$ 88,3 milhões), Rússia (13,8 mil toneladas; US$ 61,5 milhões) e União Europeia (11,8 mil toneladas; US$ 99,4 milhões).

Segundo a Abiec, a carne bovina in natura concentrou 88,27% dos embarques, com 276,9 mil toneladas, avanço de 14,8% sobre junho e de 16,7% em relação a julho de 2024. A exportação de miúdos respondeu por 6,23% do total, e a venda de industrializados, 3,27%. Essas duas categorias registraram crescimentos expressivos em relação ao mês anterior.

Acumulado do ano

De janeiro a julho, o Brasil exportou 1,78 milhão de toneladas de carne bovina, gerando US$ 8,9 bilhões em receitas. Isso representa alta de 14,1% em volume e de 30,2% em valor na comparação com o mesmo período de 2024.

A China continua na liderança anual, com 801,8 mil toneladas (44,9% do total) e US$ 4,10 bilhões, seguida por Estados Unidos (199,7 mil toneladas; US$ 1,16 bilhão), Chile (69,3 mil toneladas; US$ 373,3 milhões), México (67,7 mil toneladas; US$ 364,6 milhões) e Rússia (60 mil toneladas; US$ 252,6 milhões).

Em relação ao crescimento no acumulado do ano, as maiores variações em volume foram registradas em mercados como México (+217,6%), União Europeia (+109,7%) e Canadá (+101,1%). Também registraram altas expressivas Angola (+49,3%), Geórgia (+10,8%) e Arábia Saudita (+26,9%).

Diversificação

Em 2025, segundo a Abiec, o Brasil vendeu carne bovina para aproximadamente 160 mercados, consolidando-se como o maior exportador mundial. Além dos destinos tradicionais, houve aumento relevante da presença em mercados estratégicos no Oriente Médio, Sudeste Asiático e Leste Europeu.

Na avaliação da Abiec, os resultados reforçam a competitividade da carne bovina brasileira e o trabalho integrado da cadeia produtiva para atender a diferentes perfis de consumo no mundo. Apesar de a carne ter sido incluída na tarifa de 50% do governo de Donald Trump, a entidade estima que o cenário continuará positivo no segundo semestre, com expectativa de manutenção da demanda e de novas oportunidades comerciais. fonte WELLTON MÁXIMO – REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL

Sindiprom-ES propõe criação de marco legal para o setor de eventos no Espírito Santo

Sindiprom-ES propõe criação de marco legal para o setor de eventos no Espírito Santo

Proposta para garantir estratégias para fomentar cultura e turismo no Espírito Santo, sugerida pelo Sindiprom-ES. Evento desta segunda-feira no palco Alfonso Silva.

O Sindicato de Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos em Geral do Espírito Santo (Sindiprom-ES) propôs a criação de um marco legal estadual para assegurar uma política pública permanente de apoio às feiras e eventos temáticos no estado.

A sugestão, que faz parte de um relatório inédito do Sindiprom-ES, foi apresentada nesta segunda-feira (11), no Hotel Senac Ilha do Boi, em Vitória, durante evento em comemoração ao Dia do Comerciante, promovido pelo sindicato, com correalização do Sistema Fecomércio-ES – Sesc e Senac.

De acordo com o relatório, produzido com apoio do Sebrae/ES e da Aderes, a política pública a ser criada deve garantir os instrumentos estratégicos de fomento territorial, cultural e turístico, a ampliação da rede de parceiros e o estímulo à inovação nas metodologias e formatos dos eventos, com foco em sustentabilidade, digitalização, acessibilidade e inclusão produtiva. Segundo a proposta do Sindiprom, a política deve contar com orçamento próprio, planejamento anual e governança compartilhada entre Estado, municípios e sociedade civil.

“O objetivo é criar uma política pública estruturante e transversal para feiras e eventos culturais e de negócios, permitindo ao Estado investir em desenvolvimento territorial sustentável, na economia criativa e no turismo como ativo estratégico”, destacou o presidente do Sindiprom-ES, Alfonso Silva.

O relatório aponta que feiras e eventos fortalecem a economia com a geração de renda, circulação de mercadorias e estímulo ao empreendedorismo. Elas ainda reforçam o status cultural ao valorizar tradições e saberes locais, alimentam a demanda social ao fortalecer redes e vínculos comunitários e também promovem o consumo ambiental de forma consciente e sustentável.

Movimentação financeira
O relatório destaca que o mercado de feiras e turismo produziu quase 500 eventos em todos os municípios, entre 2021 e 2024, gerando 45 mil empregos e movimentando R$ 156 milhões em negócios, com o envolvimento direto de mais de 34.860 empreendedores e a contratação de 117 empresas organizadoras.

Desigualdade no acesso à creche aumenta entre ricos e pobres no Brasil, aponta relatório

Desigualdade no acesso à creche aumenta entre ricos e pobres no Brasil, aponta relatório

Estudo traz avanços nas matrículas da Educação Infantil, mas 2,3 milhões de crianças de até 3 anos estão fora da creche por falta de acesso.. Foto Prefeitura de Saquarema

A população mais pobre ainda enfrenta maiores dificuldades no acesso à Creche no Brasil. Um novo estudo do Todos Pela Educação revela que, embora o número de matrículas tenha aumentado entre 2016 e 2024, também cresceram as desigualdades de acesso entre as crianças das famílias mais pobres e mais ricas. O levantamento foi realizado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) e no Censo Escolar.

VEJA O ESTUDO COMPLETO AQUI

Segundo o estudo, 41,2% das crianças de até 3 anos são atendidas no país — ainda distante da meta de 50% estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE) para 2024. Em nove anos, o avanço foi lento e a diferença no atendimento entre os extremos de renda passou de 22 para 29,4 pontos percentuais. Hoje, 30,6% das crianças que estão entre os mais pobres são atendidas; entre as mais ricas, a taxa chega a 60% .

 levantamento também mostra que quase 2,3 milhões de crianças de até três anos estão fora da Creche por dificuldade de acesso, como falta de vagas ou de unidades próximas, evidenciando que o país ainda está longe de assegurar esse direito com equidade. Analisando as diferentes faixas de renda, a proporção de crianças que não frequentam a Educação Infantil por escolha dos responsáveis é relativamente parecida. No entanto, existe uma grande diferença na proporção daquelas que não frequentam o serviço por dificuldade de acesso: quanto menor a renda, maior a porcentagem de crianças que, embora demandem o serviço, não conseguem ter acesso (gráfico abaixo).

O cenário é ainda mais crítico entre os bebês de até 1 ano: apenas 18,6% são atendidos. De acordo com o levantamento, em 2024, um a cada quatro (24,8%) não frequentava o serviço por algum tipo de barreira de acesso. Entre os mais pobres, esta situação atinge 34%.

Pré-escola

Na Pré-escola, primeira etapa obrigatória da Educação Básica, 94,6% das crianças de 4 e 5 anos são atendidas, um avanço tímido nos últimos anos. Em 2024, mais de 329 mil crianças nessa faixa etária estavam fora da escola. Mesmo com a obrigatoriedade, o motivo mais comum para a não frequência continua sendo a opção dos responsáveis. Já entre as famílias mais pobres, o principal entrave é a dificuldade de acesso — uma realidade praticamente inexistente entre os mais ricos.

“Ainda que haja avanços a serem reconhecidos, o ritmo de expansão do acesso à Educação Infantil segue abaixo do necessário. Sem a adoção de políticas estruturantes para a expansão com qualidade e equidade, o Brasil continuará privando uma parcela significativa de suas crianças do direito à Educação Infantil e, portanto, ao pleno desenvolvimento em seus primeiros anos de vida. A garantia do direito à Educação Infantil de qualidade, com olhar atento para a redução das desigualdades é indispensável”, observa Manoela Miranda, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação.

Desigualdades regionais

A análise revela que ainda há grandes disparidades regionais no acesso à Educação Infantil, evidenciando a necessidade de uma coordenação nacional para enfrentar essas desigualdades. As regiões Norte e Nordeste concentram os indicadores mais críticos, tanto em Creche quanto em Pré-escola. Em 2024, São Paulo teve a maior taxa de atendimento em creches (56,8%), enquanto o Amapá registrou a menor (9,7%). Na Pré-escola, apenas o Piauí alcançou a universalização do atendimento, enquanto o Amapá teve 69,8% das crianças de 4 e 5 anos atendidas.

“A expansão do acesso à Educação Infantil com foco na equidade deve ser uma prioridade nacional. Isso exige ações coordenadas, com políticas indutoras robustas, financiamento adequado e fortalecimento do regime de colaboração entre União, estados e municípios”, conclui Manoela Miranda.  fonte Todos pela Educação

Reunião com secretário de Tesouro dos EUA foi cancelada, diz Haddad

Reunião com secretário de Tesouro dos EUA foi cancelada, diz Haddad

Ministro atribui cancelamento à articulação da extrema-direita; foto governo federal

Prevista para esta quarta-feira (13), a reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, foi cancelada. A informação é do ministro Fernando Haddad, que atribuiu o cancelamento a uma articulação da extrema-direita estadunidense.

“A militância antidiplomática dessas forças de extrema direita que atuam junto à Casa Branca teve conhecimento da minha fala, agiu junto a alguns assessores, e a reunião virtual que seria na quarta-feira foi desmarcada”, declarou o ministro em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira (11).

Na semana retrasada, Haddad tinha dito que Bessent o tinha procurado para discutir o tarifaço do governo Donald Trump sobre os produtos brasileiros. O encontro primeiramente ocorreria por meio de videoconferência e depois seria estendido para uma conversa presencial.

“A assessoria do secretário Bessent fez contato conosco ontem [quarta-feira, 30] e, finalmente, vai agendar uma segunda conversa. A primeira, como eu havia adiantado, foi em maio, na Califórnia. Haverá agora uma rodada de negociações e vamos levar às autoridades americanas nosso ponto de vista”, disse Haddad no último dia 31.

Haddad disse ter sido informado do cancelamento por e-mail, “um ou dois dias depois” de o próprio secretário de Tesouro dos EUA ter informado a reunião à imprensa. O ministro considera a motivação do cancelamento política, não econômica.

“Agiram junto a alguns assessores do presidente Trump, e a reunião com ele, que seria virtual na quarta-feira, foi desmarcada e não foi remarcada até agora”, comentou Haddad. “Argumentaram falta de agenda. Uma situação bem inusitada. O que fica claro para nós é que a questão comercial não está em foco”, afirmou.

O ministro da Fazenda lembrou que o Brasil está tendo tratamento diferenciado em relação a outros países e blocos econômicos que conseguiram negociar com o governo de Donald Trump, como a União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul. fonte agência brasil

Tarifaço: Prefeito da Serra participa de reunião em Brasília para fortalecer a proteção dos empregos e a sustentabilidade das empresas

Tarifaço: Prefeito da Serra participa de reunião em Brasília para fortalecer a proteção dos empregos e a sustentabilidade das empresas

O prefeito da Serra, Weverson Meireles, também tem mantido diálogo constante com o setor produtivo da Serra. Foto Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

O prefeito da Serra, Weverson Meireles, participou na quarta-feira (6/08) de uma reunião com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, em Brasília, para debater os impactos do tarifaço do Governo americano, nos municípios brasileiros, em especial na Serra. O encontro, promovido pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), busca fortalecer a proteção dos empregos e a sustentabilidade das empresas atuantes no município.

O prefeito, que estava acompanhado pelo secretário municipal da Fazenda, Henrique Valentim, foi recebido pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, junto à comitiva da Frente Nacional de Prefeitos. Alckmin ouviu com atenção as demandas apresentadas e se colocou à disposição para construir soluções diante dos impactos do tarifaço nas cidades brasileiras.

A Serra teve participação estratégica nesse debate por ser um dos dez municípios mais afetados. Em 2024, o município foi o quinto maior exportador brasileiro para os Estados Unidos. Em 2025, já ocupa a terceira posição, de acordo com dados oficiais.

O prefeito da Serra, Weverson Meireles, explica que acompanha de perto, junto ao governo federal e ao governo estadual, cada medida que possa ajudar a reduzir os danos do tarifaço e garantir que o município continue avançando com responsabilidade e planejamento.

“Nosso pleito é claro: queremos proteger os empregos dos serranos, garantir a arrecadação do município e seguir investindo em políticas públicas de qualidade. Também precisamos preservar a saúde financeira das nossas empresas, que são fundamentais para o desenvolvimento da Serra e do Espírito Santo”, destaca.

O prefeito também tem mantido diálogo constante com o setor produtivo da Serra. A articulação com o empresariado serrano tem sido fundamental para identificar desafios específicos e construir, de forma conjunta, alternativas que minimizem os impactos do tarifaço sobre a economia do município.

Com o apoio dos governos estadual e federal, a Prefeitura da Serra segue empenhada em garantir um ambiente favorável aos investimentos, à geração de empregos e ao desenvolvimento sustentável. A meta é assegurar que a cidade continue avançando, com equilíbrio fiscal, competitividade e qualidade de vida para a população.

Texto: Jonathas Gomes/ Secom e Foto Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

Carga tributária dos presentes de Dia dos Pais chega a 77%

Carga tributária dos presentes de Dia dos Pais chega a 77%

O levantamento é do advogado tributarista Samir Nemer. foto Fábio Nunes.

Os filhos que pretendem presentear no Dia dos Pais devem preparar o bolso: os impostos embutidos nos principais presentes escolhidos para a data podem chegar a 77,43%. É o que aponta o levantamento realizado pelo advogado tributarista Samir Nemer com base nos dados do site Impostômetro.

Os cinco itens com maior carga tributária são o perfume importado (77,43%), perfume nacional (66,18%), tênis importado (65,71%), vinho importado (64,57%) e iPad importado (63,18%). Em média, os tributos representam 48% do preço dos presentes mais populares para a data.

“O Brasil ainda tributa de forma excessiva o consumo, e isso atinge diretamente o cidadão comum, que paga caro por produtos culturalmente tradicionais, como perfumes e eletrônicos. Ter clareza sobre quanto do valor pago corresponde a imposto é um passo importante para a conscientização e para o debate sobre uma tributação mais justa e eficiente”, ressaltou Nemer, que é mestre em Direito Tributário e sócio do escritório FurtadoNemer Advogados.

Os presentes mais citados pelos consumidores para o Dia dos Pais – de acordo com pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil, em parceria com a Offerwise Pesquisas – também estão na lista de tributos elevados.

As roupas, por exemplo, que lideram a intenção de compra neste ano com 44%, possuem 34,67% de carga tributária. Isso significa que um terço do valor pago pelo presente vai para os cofres públicos. “Vale lembrar que o percentual é relativamente menor comparado a um perfume, já que a roupa é um produto considerado essencial ao cidadão”, detalhou Samir Nemer.

Perfumes e cosméticos são a segunda opção na escolha do item a ser dado ao pai (34%), seguidos pelos calçados (31%) e acessórios (18%) como carteiras, cintos e relógios, sendo todos esses produtos com mais de 30% de tributos.

Apesar dos tributos, a expectativa de vendas segue positiva: no Espírito Santo, a projeção é de R$ 156,8 milhões em movimentação no comércio, segundo dados do Connect Fecomércio-ES. No cenário nacional, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima R$ 7,84 bilhões em vendas, o maior volume desde 2012. Já o valor médio do gasto por presente deverá girar em torno de R$ 255, de acordo com a CNDL.

“Além da inflação e da variação cambial, a tributação ainda responde por boa parte dos preços elevados. A reforma tributária promete simplificar o sistema, com maior transparência, incluindo a visibilidade de cada tributo e seu percentual na nota fiscal da compra, mas os efeitos serão sentidos de forma gradual. Até lá, o consumidor continua arcando com uma das maiores cargas tributárias do mundo sobre o consumo e com o pior retorno para o bem-estar da sociedade, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT)”, declarou Samir Nemer.

Principais presentes para o Dia dos Pais e sua carga tributária:

1- Perfume importado – 77,43%
2- Perfume nacional – 66,18%
3- Tênis importado – 65,71%
4- Vinho importado – 64,57%
5- Ipad importado – 63,18%
6- Smartphone importado – 62,46%
7- Uísque – 56,40%
8- Vodca – 54,72%
9- Caixa de som – 48,38%
10- Ipad nacional – 47,90%
11- Relógio – 47,41%
12- Vinho nacional – 45,56%
13- Barbeador elétrico – 44,46%
14- Óculos de sol – 43,91%
15- TV – 41,99%
16- Carteira – 41,68%
17- Cinto de couro – 40,72%
18- Cerveja (lata) – 39,07%
19- Boné – 36,98%
20- Celular nacional – 36,55%
21- Sapatos – 36,26%
22- Tênis nacional – 36,02%
23- Gravata – 35,78%
24- Roupas – 34,67%
25- Calça jeans – 34,10%

Fonte: Levantamento do advogado tributarista Samir Nemer, com dados do site Impostômetro.

Mesmo com exceções, tarifas dos EUA devem tirar R$ 25,8 bilhões do PIB brasileiro

Mesmo com exceções, tarifas dos EUA devem tirar R$ 25,8 bilhões do PIB brasileiro

Em Minas, impactos podem ultrapassar R$ 4,7 bilhões no PIB estadual foto fiemg

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) divulgou nesta terça-feira (5/8) estudo detalhado sobre os impactos econômicos do decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no último dia 30 de julho. A medida impõe tarifas adicionais de 40% sobre uma ampla gama de produtos brasileiros exportados aos EUA – que já estavam sujeitos, desde abril deste ano, a tarifas de 10% – e entra em vigor no dia 6 de agosto. Apesar da isenção concedida a 694 produtos — o que representa cerca de 45% do valor exportado pelo Brasil ao mercado norte-americano — os efeitos sobre a economia nacional ainda serão expressivos.

Com base na simulação feita pela FIEMG, estima-se que a imposição da tarifa pode reduzir o PIB brasileiro em R$ 25,8 bilhões no curto prazo e até R$ 110 bilhões no longo prazo. A perda de renda das famílias poderá alcançar R$ 2,74 bilhões em até dois anos, além da redução de 146 mil postos de trabalho formais e informais.

Os setores industriais mais atingidos, segundo o estudo, serão a siderurgia, a fabricação de produtos de madeira, de calçados e de máquinas e equipamentos mecânicos. Na agropecuária, destaca-se o impacto sobre a pecuária, especialmente a cadeia da carne bovina, que segue fora da lista de isenções tarifárias e representa parcela significativa da pauta exportadora nacional.

De acordo com o estudo da FIEMG, o Brasil exportou aproximadamente US$ 40,4 bilhões aos EUA em 2024, o equivalente a 1,8% do PIB nacional. Metade desse valor está concentrado em combustíveis minerais, ferro e aço, e máquinas e equipamentos — setores diretamente afetados pelas novas tarifas. Os produtos brasileiros que seguem sujeitos à taxação representam cerca de 55% das exportações ao mercado americano, somando aproximadamente US$ 22 bilhões. Entre os itens mais impactados estão café, carne bovina, produtos semimanufaturados de ferro e aço e produtos manufaturados.

O estudo completo está disponível aqui.

Impactos sobre Minas Gerais

Minas Gerais, terceiro maior Estado exportador para os Estados Unidos, com US$ 4,6 bilhões em exportações em 2024, também será significativamente afetado. O Estado terá aproximadamente 37% de suas exportações isentas, com destaque para itens como ferro fundido, ferro-nióbio e aeronaves. No entanto, 63% da pauta mineira permanece sujeita à tarifa, atingindo produtos como café, carnes bovinas e tubos de aço.

No curto prazo, a economia mineira poderá ter uma perda de R$ 4,7 bilhões no PIB e redução de mais de 30 mil empregos em prazo de até 2 anos. Em um horizonte de 5 a 10 anos, os impactos podem ultrapassar R$ 15,8 bilhões no PIB estadual e eliminar mais de 172 mil postos de trabalho. Os efeitos recaem principalmente sobre os setores de siderurgia, pecuária, fabricação de produtos da madeira e calçados.

Clique aqui e confira a pesquisa que mostra os impactos das tarifas norte-americanas para a economia de Minas Gerais.

Diplomacia como solução

Para o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, o momento exige maturidade e diálogo institucional. “A imposição dessas tarifas, ainda que parcialmente suavizada pelas isenções, foi unilateral e sem negociação com o governo brasileiro. É fundamental que o Brasil atue diplomaticamente para ampliar o número de produtos isentos, preservar sua competitividade no mercado internacional e proteger empregos e investimentos nacionais”, destaca Roscoe.

A FIEMG reforça que a via diplomática é o caminho mais eficaz para mitigar os impactos negativos da medida e garantir o fortalecimento da relação comercial estratégica entre Brasil e Estados Unidos. fonte e foto FIEMG

Serd alinha iniciativas de educação ambiental com o Rio Doce Escolar

Serd alinha iniciativas de educação ambiental com o Rio Doce Escolar

E para alinhar as futuras parcerias e ações na Bacia Hidrográfica, os coordenadores do projeto Rio Doce Escolar se reuniram com a equipe da Secretaria de Estado de Recuperação do Rio Doce (Serd). foto serd

A educação ambiental será uma das ferramentas mais importantes para a preservação do Rio Doce e para a mobilização das comunidades, escolas e prefeituras das cidades capixabas atingidas pelo desastre socioambiental de Mariana. E para alinhar as futuras parcerias e ações na Bacia Hidrográfica, os coordenadores do projeto Rio Doce Escolar se reuniram com a equipe da Secretaria de Estado de Recuperação do Rio Doce (Serd).

Atuando na formação de professores e gestores em Educação Ambiental, o Rio Doce Escolar foi criado em 2022 e vem realizando capacitação em nível de pós-graduação para educadores e aprimorando o ensino nas unidades dos municípios. Cinco cidades já aderiram ao projeto: Aracruz, Baixo Guandu, Colatina, Marilândia e Linhares. Além dos professores e gestores escolares, os agentes comunitários, os profissionais de secretarias municipais, membros de ONGs, comitês e conselhos municipais também são público alvo da iniciativa.

“Tão importante quanto as obras de saneamento que estamos desenvolvendo nas cidades da Bacia do Rio Doce será o trabalho de conscientização. Ao ser integrada nas escolas, a educação ambiental forma uma geração de cidadãos mais responsáveis e participativos. Nosso objetivo futuro é alinhar a parceria com o Ifes e ampliar o número de cidades dentro do Rio Doce Escolar. Projetos educativos e grupos de trabalho podem estimular práticas sustentáveis, como o descarte correto de resíduos, o uso racional da água, o cuidado com nascentes e matas ciliares, além da valorização da agricultura de base agroecológica”, afirmou o secretário de Estado de Recuperação do Rio Doce, Guerino Balestrassi.

Também participaram da reunião, na sede da Serd, em Vitória, a subsecretaria de Ações Socioambientais e Participação Social, Margareth Saraiva; a gerente de Participação Social, Bruna Marcatti; a agente de Desenvolvimento Ambiental e Recursos Hídricos, Walquíria Soares; o antropólogo Marcio Freitas; a assessora de Relações Institucionais da Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti) e coordenadora Adjunta do Projeto Rio Doce Escolar, Aline Nunes; o coordenador de Projetos Escolares do Projeto Rio Doce Escolar do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifes), Diego Suhet; e a coordenadora do Programa de Pós-Graduação Ifes e Coordenadora Geral do Projeto Rio Doce Escolar, Manuella Villar Amado.

O Rio Doce Escolar é uma parceria do Ifes, Governo do Estado, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (Facto), secretarias municipais de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática (Educimat). Mais informações podem ser obtidas em https://projetoriodoceescolar.ifes.edu.br/ fonte e foto serd

Tarifaço sobre parte de exportações brasileiras entra em vigor hoje

Tarifaço sobre parte de exportações brasileiras entra em vigor hoje
Taxa de 50% afeta cerca de 36% das exportações para os Estados Unidos. FOTO ARQUIVO Afolhaonline.com

Entraram em vigor, nesta quarta-feira (6), as tarifas de 50% impostas sobre parte das exportações brasileiras para os Estados Unidos. A medida, assinada na semana passada pelo presidente norte-americano Donald Trump, afeta 35,9% das mercadorias enviadas ao mercado estadunidense, o que representa 4% das exportações brasileirasCerca de 700 produtos do Brasil ficaram fora do tarifaço

Café, frutas e carnes estão entre os produtos que passam a pagar uma sobretaxa de 50%. Ficaram de fora dessa taxa suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo seus motores, peças e componentes, polpa de madeira, celulose, metais preciosos, energia e produtos energéticos.

O tarifaço imposto ao Brasil faz parte da nova política da Casa Branca, inaugurada por Donald Trump, de elevar as tarifas contra parceiros comerciais na tentativa de reverter à relativa perda de competitividade da economia americana para a China nas últimas décadas. 

No dia 2 de abril, Trump iniciou a guerra comercial impondo barreiras alfandegárias a países de acordo com o tamanho do déficit que os Estados Unidos têm com cada nação. Como os EUA têm superávit com o Brasil, foi imposta, em abril, a taxa mais baixa, de 10%.

Porém, no início de julho, Trump elevou a tarifa para 50% contra o Brasil em retaliação a decisões que, segundo ele, prejudicariam as big techs estadunidenses e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder o pleito de 2022.

Especialistas consultados pela Agência Brasil avaliam que a medida é uma chantagem política com objetivo de atingir o Brics, o bloco de potências emergentes que tem sido encarado por Washington como uma ameaça à hegemonia estadunidense no mundo, em especial, devido à proposta de substituir o dólar nas trocas comerciais.

Lula

Em pronunciamento no domingo (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que não quer desafiar os Estados Unidos, mas que o Brasil não pode ser tratado como uma “republiqueta”. O presidente disse ainda que pais não abre mão de usar moedas alternativas ao dólar. 

O governo brasileiro informou ainda que o plano de contingência para auxiliar as empresas afetadas pelo tarifaço será implementado nos próximos dias, com linhas de crédito e possíveis contratos com o governo federal para substituir eventuais perdas nas exportações.
 https://www.instagram.com/p/DNAx4UogRJp/embed/?cr=1&v=14&wp=540&rd=https%3A%2F%2Fagenciabrasil.ebc.com.br&rp=%2Feconomia%2Fnoticia%2F2025-08%2Ftarifaco-sobre-parte-das-exportacoes-brasileiras-entra-em-vigor-hoje#%7B%22ci%22%3A0%2C%22os%22%3A599.8999999761581%2C%22ls%22%3A316.89999997615814%2C%22le%22%3A384.2999999523163%7D

Negociações

Após a confirmação da imposição das tarifas na semana passada, a Secretaria de Tesouro dos Estados Unidos entrou em contato com o Ministério da Fazenda para iniciar as negociações sobre as tarifas, ao mesmo tempo que Trump anunciou estar disposto a conversar, pessoalmente, com o presidente Lula.

Já nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que as terras raras e minerais críticos podem ser objeto de negociação entre Brasil e Estados Unidos. Esses minérios são essenciais para a indústria de tecnologia, e é um dos principais motivos de disputa entre Pequim e Washington.

“Temos minerais críticos e terras raras. Os Estados Unidos não são ricos nesses minerais. Podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes”, disse Haddad em entrevista a uma rede de televisão.

Ainda segundo o ministro da Fazenda, o setor cafeeiro acredita que pode ser beneficiado por um acordo com os EUA para excluir o produto da lista de mercadorias tarifadas. No mesmo dia que Trump assinou o tarifaço, a China habilitou 183 empresas brasileiras para exportar café para o país asiático. FONTE LUCAS PORDEUS LEÓN – REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL