Tarifaço pode impactar vendas de suco de laranja, café, carne e frutas

Tarifaço pode impactar vendas de suco de laranja, café, carne e frutas

Alerta é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. FOTO MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de estabelecer uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros que são exportados para os Estados Unidos pode comprometer receitas do agronegócio brasileiro, provocar desequilíbrios de mercado e pressionar os valores pagos ao produtor. O alerta é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo o Cepea, os itens mais expostos ao tarifaço de Trump são o mercado de suco de laranja, o setor cafeeiro, a pecuária de corte e o de frutas frescas.

Dentre esses itens, o suco de laranja é o produto mais sensível a essa política tarifária, dizem os pesquisadores do Cepea. “Isso porque já incide atualmente uma tarifa fixa de US$ 415 por tonelada sobre o produto, e a aplicação de uma sobretaxa de até 50% elevaria significativamente o custo de entrada nos Estados Unidos, comprometendo sua competitividade no segundo maior destino dos embarques brasileiros”, dizem os pesquisadores, em nota.

Segundo o Cepea, os Estados Unidos importam atualmente cerca de 90% do suco que consomem, sendo que o Brasil é responsável por aproximadamente 80% desse total. “Essa instabilidade ocorre justamente em um momento de boa safra no estado de São Paulo e Triângulo Mineiro: 314,6 milhões de caixas projetadas para 2025/26, crescimento de 36,2% frente ao ciclo anterior. Com o canal norte-americano sob risco, o acúmulo de estoques e a pressão sobre as cotações internas tornam-se prováveis”, avaliou a professora da Esalq/USP Margarete Boteon, pesquisadora da área de citros do Cepea.

Quanto ao café, os Estados Unidos são o maior consumidor global do produto e importam cerca de 25% do Brasil, especialmente da variedade arábica, insumo essencial para a indústria local de torrefação. Como os Estados Unidos não produzem café, a elevação do custo de importação deve comprometer a viabilidade de toda a cadeia interna, que envolve torrefadoras, cafeterias, indústrias de bebidas e redes de varejo.

“A exclusão do café do pacote tarifário é não apenas desejável, mas estratégica, tanto para a sustentabilidade da cafeicultura brasileira quanto para a estabilidade da cadeia de abastecimento norte-americana”, destaca o pesquisador de café do Cepea Renato Ribeiro.

Com a queda nas cotações do produto e a instabilidade externa provocada principalmente pelo tarifaço, os produtores têm vendido volumes mínimos para manter o fluxo de caixa, adiando as grandes negociações para esperar por definições sobre o cenário tarifário.

Carne bovina

Os Estados Unidos são o segundo maior comprador da carne bovina brasileira, atrás apenas da China, que concentra 49% do total embarcado pelo Brasil. As empresas estadunidenses são responsáveis por 12% das exportações do produto brasileiro e, entre março e abril, elas adquiriram volumes recordes de carne bovina, acima de 40 mil toneladas por mês, o que pode indicar uma possível movimentação de formação de estoque diante do receio de que Trump viesse a aumentar as tarifas para o comércio exterior. São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul são os estados brasileiros, respectivamente, que mais têm escoado carne aos EUA.

Nos últimos meses, no entanto, houve redução no volume exportado para os Estados Unidos, enquanto os embarques para a China vêm crescendo. Em junho, especificamente, vários outros parceiros comerciais também aumentaram suas compras na comparação com maio. Segundo o Cepea, isso sinaliza que os frigoríficos brasileiros têm possibilidade de ampliar suas vendas para outros mercados.

Frutas frescas

No caso do mercado de frutas frescas, o maior impacto imediato recai sobre a manga, dizem os pesquisadores da USP. Isso acontece porque a janela crítica de exportação desse produto aos Estados Unidos começa em agosto. De acordo com o Cepea, já há relatos de postergação de embarques frente à indefinição tarifária. A uva brasileira, cuja safra tem calendário relevante para os EUA a partir da segunda quinzena de setembro, também passa a integrar o grupo de culturas em alerta.

Antes do tarifaço, no entanto, a expectativa era de crescimento de exportações de frutas frescas, sustentada pela valorização cambial e pela recomposição produtiva de diversas culturas. “A projeção otimista foi substituída por dúvidas. Além da retração esperada nas vendas aos EUA, há o risco de desequilíbrio entre oferta e demanda nos principais destinos, pressionando as cotações ao produtor”, disse Lucas de Mora Bezerra, do Cepea.

O que pode ocorrer, dizem os pesquisadores, é que as frutas que seriam destinadas aos Estados Unidos sejam direcionadas a outros mercados, como a União Europeia, ou até mesmo absorvidas pelo mercado interno, o que pode pressionar o preço ao produtor.

Diante desse contexto geral relacionado ao café, à carne bovina, ao suco de laranja e às frutas frescas, o Cepea informa que é urgente “uma articulação diplomática coordenada, com vistas à revisão ou exclusão das tarifas sobre produtos agroalimentares brasileiros”.

“Tal medida é estratégica não apenas para o Brasil, mas também para os próprios Estados Unidos, cuja segurança alimentar e competitividade da agroindústria dependem de forma substancial do fornecimento brasileiro”, diz a nota. FONTE ELAINE PATRICIA CRUZ – REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL

Exportações do agro capixaba mantêm solidez e ganham novos mercados no primeiro semestre de 2025

Exportações do agro capixaba mantêm solidez e ganham novos mercados no primeiro semestre de 2025

Nesse período, os embarques somaram mais de 1,2 milhão de toneladas de produtos para o exterior. foto governo do es

O primeiro semestre de 2025 foi marcado pela estabilidade nas exportações do agronegócio capixaba, que somaram US$ 1,56 bilhão (cerca de R$ 8,6 bilhões), o maior valor já registrado para o período de janeiro a junho na série histórica. O desempenho representa um leve crescimento de 0,2% em relação ao mesmo intervalo de 2024 (US$ 1,56 bilhão), que já era recorde. Nesse período, os embarques somaram mais de 1,2 milhão de toneladas de produtos para o exterior.

O desempenho do Espírito Santo foi levemente superior ao nacional. O Brasil registrou um decréscimo de 0,2% nas exportações do agro no mesmo período, mantendo suas receitas praticamente estáveis.

“Como os dados ainda não refletem o efeito do tarifaço dos Estados Unidos, pois se referem até 30 de junho, vamos ficar atentos aos volumes e às divisas geradas a partir de julho, tanto no contexto geral quanto especificamente em relação ao mercado norte-americano, que respondeu por 20% das divisas geradas neste primeiro semestre com as exportações do agro capixaba”, afirma o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli.

Entre os dez principais produtos exportados pelo agro capixaba neste início de ano, o complexo cafeeiro liderou com US$ 771,9 milhões (49,6% do total), seguido por celulose com US$ 492,1 milhões (31,6%) e pimenta-do-reino com US$ 201,8 milhões (12,9%). Outros destaques incluem mamão (US$ 16,4 milhões), carne bovina (US$ 14,7 milhões), chocolates e preparados com cacau (US$ 9,2 milhões), gengibre (US$ 8,1 milhões), ovos (US$ 6,2 milhões), álcool etílico (US$ 6,0 milhões) e pescados (US$ 5,6 milhões). O conjunto de outros diversos produtos do agronegócio somou US$ 24,9 milhões (1,6%).

Pimenta-do-reino bate recorde

O Espírito Santo alcançou, no primeiro semestre de 2025, um marco inédito nas exportações de pimenta-do-reino: foram movimentados US$ 201,8 milhões entre janeiro e junho, superando, em apenas seis meses, todo o valor exportado em 2024. O resultado consolida o Estado como o principal exportador brasileiro do produto, com ampla liderança nacional.

Segundo levantamento da Gerência de Dados e Análises da Seag, o volume embarcado no período foi de 32,4 mil toneladas, número que já corresponde a 91% de todo o volume exportado no ano anterior.

Em 2024, o setor enfrentou um recuo expressivo. As exportações totalizaram US$ 163,1 milhões, com uma queda acentuada no volume: 35,5 mil toneladas, o que representa redução de mais de 34% em relação a 2023. O desempenho inferior foi influenciado por oscilações cambiais, ajustes logísticos e conjunturais nos mercados importadores.

Crescimento

Entre os destaques de crescimento em valor exportado estão justamente a pimenta-do-reino (+139%), seguida pelos pescados (+91,6%), café solúvel (+72,2%) e mamão (+24,5%). Em volume, as maiores altas foram registradas nos ovos (+765,5%), pescados (+79,3%), pimenta-do-reino (+47%), mamão (+27,8%), gengibre (+11%) e café solúvel (+18,4%).

Principais mercados

Os produtos capixabas chegaram a 115 países até junho. Os Estados Unidos lideraram como principal destino, com 20,3% do valor exportado, seguidos pela Turquia (9,7%) e pela China (7%). O agro respondeu por 31,53% das exportações totais do Espírito Santo no período.

Espírito Santo lidera segmentos

O Espírito Santo manteve posição de destaque no ranking nacional, sendo o maior exportador brasileiro de gengibre, pimenta-do-reino e mamão, com participações de 58%, 65% e 41%, respectivamente. No complexo cafeeiro, o Estado aparece como segundo maior exportador do País, considerando as categorias de café cru, solúvel e torrado/moído.

Ressalva acerca dos dados

A Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) esclarece que os dados de exportação de açúcar de cana (NCM 17011400), referentes aos meses de fevereiro e março de 2024, foram desconsiderados da análise anual.

Os registros indicaram valores atípicos – US$ 10,2 milhões (19,8 toneladas) em fevereiro e US$ 11,1 milhões (21,6 toneladas) em março – destoando das médias históricas e das informações fornecidas por indústrias do setor, o que indica possível erro de lançamento ou atuação pontual de empresas de trading.


fonte e foto Seag

Posicionamento Findes: Com taxação americana, indústria avalia reduzir produção e postos de trabalho

Posicionamento Findes: Com taxação americana, indústria avalia reduzir produção e postos de trabalho

Enquanto nenhum documento oficial foi entregue pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil, a simples manifestação pública do presidente americano em suas redes sociais já trouxe instabilidade às relações comerciais, foto divulgaçao

Os setores industriais capixaba e nacional já avaliam a adoção de medidas emergenciais diante da iminente taxação de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Entre as providências em análise, estão a redução do ritmo de produção e, de forma ainda mais preocupante, o fechamento de postos de trabalho. A intenção é mitigar os efeitos dessa medida sobre a saúde financeira das empresas e preservar, na medida do possível, a sustentabilidade dos negócios.

Esse cenário tem gerado insegurança entre os empresários e exigido ações coordenadas do setor industrial. A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), ao lado das outras 26 Federações do país, tem participado de reuniões frequentes com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) para debater respostas à medida americana, que deve entrar em vigor no dia 1º de agosto. O grupo, formado pelos presidentes das Federações e liderado pelo presidente da CNI, Ricardo Alban, mantém diálogo constante com o governo federal em busca de estratégias que reduzam os impactos sobre a indústria nacional.

Enquanto nenhum documento oficial foi entregue pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil, a simples manifestação pública do presidente americano em suas redes sociais já trouxe instabilidade às relações comerciais e acendeu o alerta em diversos setores produtivos. A CNI está conduzindo, com o apoio das Federações, um levantamento junto às indústrias para mapear frustrações comerciais e identificar potenciais prejuízos.

No caso do Espírito Santo, os riscos são ainda mais significativos. Os Estados Unidos são, historicamente, o principal parceiro comercial do Estado. Em 2024, responderam por 28,6% das exportações capixabas, conforme dados do Observatório Findes. O ES é o segundo estado brasileiro com maior dependência das exportações para os EUA, atrás apenas do Ceará (45%).

Somente no ano passado, o Espírito Santo exportou US$ 3,06 bilhões para os EUA, enquanto importou US$ 2,05 bilhões — um saldo positivo que passa a ser ameaçado por uma política comercial unilateral e arbitrária.

A Findes continuará acompanhando os desdobramentos do caso com atenção, mobilizando sua estrutura técnica e institucional para apoiar as indústrias capixabas na avaliação dos impactos e na construção de alternativas que possam preservar empregos, investimentos e a competitividade do setor produtivo do Espírito Santo. fonte findes

Comércio de peças vê impacto maior de tarifaço para montadoras nos EUA

Comércio de peças vê impacto maior de tarifaço para montadoras nos EUA

Montagem de carros no Brasil deverá sofrer poucas alterações. foto autoentusiatas

O setor do comércio de peças e acessórios para veículos automotores nacional avalia que o impacto do tarifaço estadunidense contra o Brasil deverá causar maior dano às montadoras instaladas nos Estados Unidos.

Segundo o presidente do Sindicato Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos (Sincopeças Brasil), Ranieri Leitão, o processo de montagem de carros no Brasil deverá sofrer poucas alterações.

“Em nosso entender, o impacto talvez seja maior para as montadoras de veículos instaladas no mercado norte-americano e que se valem de fornecedores brasileiros. Dentro do Brasil, não enxergamos qualquer alteração no processo de montagem dos veículos”, disse em entrevista à imprensa.

Segundo Leitão, o setor do comércio de autopeças nacional atua basicamente no mercado interno e não deverá sofrer impacto direto do tarifaço. “Mas nossa posição é que qualquer movimento de taxação excessiva é desastroso para os negócios em geral”, ressaltou.

O Sindipeças, que representa os fabricantes de autopeças, disse, em nota, que ainda é necessário aguardar a publicação da legislação estadunidense para confirmar qual será o alcance da sobretaxa no setor. As fabricantes nacionais produzem peças específicas para veículos dos Estados Unidos o que torna inviável redirecioná-las para outro mercado.

A balança comercial de autopeças do Brasil com os Estados Unidos é deficitária ao Brasil desde 2009. Em 2024, o Brasil exportou para os Estados Unidos US$ 2,2 bilhões e importou US$ 1,3 bilhão em peças. fonte BRUNO BOCCHINI – REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL

Espírito Santo tem 86,5 mil inadimplentes a menos em junho

Espírito Santo tem 86,5 mil inadimplentes a menos em junho

Comparação feita com o mesmo mês de 2024 aponta que população capixaba com dívidas em atraso caiu 2,1%. foto Pexels.

O Espírito Santo registrou, em junho de 2025, uma redução expressiva de 86,5 mil pessoas inadimplentes em relação ao mesmo período do ano passado. No total, cerca de 1,43 milhão de capixabas estão com dívidas em atraso, o que representa 34,2% da população – um índice 2,1 pontos percentuais menor do que em junho de 2024.

As análises dos dados são do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo), com informações da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Segundo o coordenador de pesquisa do Connect Fecomércio-ES, André Spalenza, apesar das oscilações mensais, o resultado anual mostra que muitas famílias têm conseguido reorganizar seus orçamentos e manter os compromissos em dia. “Mesmo com os desafios da economia, o recuo na inadimplência de forma acumulada sinaliza um esforço contínuo das famílias para recuperar o equilíbrio financeiro e sair do vermelho”, avaliou.

Spalenza também destaca que a inadimplência recuou de maneira mais significativa entre os grupos de menor renda. “Famílias com renda entre três e cinco salários mínimos, por exemplo, reduziram a inadimplência de 37,4% para 28,1% no período de um ano. Esse dado mostra uma melhora importante na capacidade de pagamento desse grupo”, explicou.

A pesquisa aponta que, em média, os capixabas inadimplentes possuem 3,9 contas em atraso, com uma dívida média de R$ 5.827. No total, o valor das dívidas negativadas no estado soma R$ 7,6 bilhões. O cartão de crédito segue como a principal forma de endividamento.

Outro aspecto importante do levantamento é que 19% das famílias inadimplentes afirmaram ter condições de quitar parcial ou totalmente suas dívidas já no próximo mês, o que reforça a ideia de que parte da inadimplência pode ser temporária e não necessariamente crônica.

Quanto ao grupo de endividados, ou seja, pessoas com contas a pagar, houve estabilidade. Entre maio e junho, a taxa de endividamento das famílias aumentou 0,3 ponto percentual e chegou 89,4%. Nas famílias com renda de até 10 salários mínimos (R$ 15.180) o endividamento saiu de 90,4% em maio para 90,9% junho, aumento de 0,5 pontos. Já nos grupos familiares com renda superior a 10 salários houve queda de 1 ponto percentual na taxa de endividamento, que chegou a 79,5% em junho.

A pesquisa completa, com os dados detalhados, pode ser acessada em: https://portaldocomercio-es.com.br.

Sobre o Sistema Fecomércio-ES
A Fecomércio-ES integra a Confederação Nacional do Comércio (CNC) e representa 405.455 empresas, responsáveis por 58% do ICMS arrecadado no estado e pelo emprego de 652 mil pessoas. Com mais de 30 unidades, tendo ações itinerantes e presente em todos os municípios capixaba- seja de forma física ou on-line-, o Sistema Fecomércio-ES atua em todo o Espírito Santo. A entidade representa 24 sindicatos empresariais e tem como missão contribuir para o desenvolvimento social e econômico do estado. O projeto Connect é uma parceria entre Fecomércio-ES e Faesa, com apoio do Senac-ES, Secti-ES, Fapes e Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI). fonte Fecomércio-ES Kelly Kalle e foto Pexels

Embraer: tarifaço pode ter impacto similar ao da pandemia de covid-19

Embraer: tarifaço pode ter impacto similar ao da pandemia de covid-19

Receita caiu 30% e quadro de funcionários foi reduzido na época. foto embraer

A terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, atrás apenas da Boeing e da Airbus, a Embraer estima que o tarifaço anunciado pelos Estados Unidos (EUA) contra o Brasil poderá causar um impacto na companhia similar ao da pandemia de covid-19. Na época, a companhia teve cerca de 30% de queda de receita e precisou reduzir em torno de 20% o quadro de funcionários.

Segundo a empresa, o tarifaço deverá elevar o preço de cada avião vendido aos EUA em cerca de R$ 50 milhões. Considerando o período até 2030, o impacto poderá significar R$ 20 bilhões em tarifas. De acordo com o diretor executivo da companhia (CEO), Francisco Gomes Neto, a alteração nos preços das aeronaves deverá gerar cancelamento de pedidos, postergação de entregas, revisão do plano de produção, queda de geração de caixa, e redução de investimentos.

“Não há como remanejar encomendas de clientes dos Estados Unidos para outros mercados. Não tem como remanejar essas encomendas. Avião não é commodity. O maior mercado de avião executivo é nos Estados Unidos. Não tem como reposicionar isso para outros mercados”, destacou Gomes em entrevista na terça-feira (15).

As exportações para clientes estadunidenses representam 45% da produção de jatos comerciais e 70% de jatos executivos da companhia. Segundo o CEO, a tarifa de 50% poderá inviabilizar a venda de aviões para os Estados Unidos. “Cinquenta por cento de alíquota é quase um embargo. É não é só para a Embraer, é para qualquer empresa. Cinquenta por cento dificultam ou inviabilizam as exportações para qualquer país. É um valor muito elevado. E, para avião, é mais impactante ainda devido ao alto valor agregado do produto”, destacou Gomes.

Possibilidade de negociação

O tarifaço sobre o Brasil atingirá também os produtores americanos, e isso poderá ajudar em uma eventual negociação, disse o diretor executivo da Embraer. Segundo ele, nos próximos cinco anos, até 2030, a Embraer tem potencial de comprar US$ 21 bilhões em equipamentos norte-americanos para equipar os aviões produzidos pela empresa brasileira. “Por isso que nós achamos que uma solução negociada é possível”, disse Gomes.

“A gente foi lá [nos Estados Unidos] para mostrar isso para eles. Eles entendem isso, mas eles querem ver uma negociação bilateral avançando, como eles estão buscando em vários outros países”, acrescentou.

Gomes mostrou-se confiante em um acordo entre o Brasil e os Estados Unidos, tal como o recente acordo anunciado pelos norte-americanos e Reino Unido, com o retorno da tarifa zero para o setor aeronáutico.

“Houve concessões de ambas as partes e, no caso do do setor aeroespacial, a alíquota era de 10%. A gente está otimista com a situação, e esse exemplo aí do acordo entre o Reino Unido e os Estados Unidos fica como uma boa base para o Brasil também”, acrescentou.

fonte BRUNO BOCCHINI – REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL

Arranjos Produtivos: municípios iniciam primeira colheita de maracujá

Arranjos Produtivos: municípios iniciam primeira colheita de maracujá

O agricultor familiar Jordão Caetano de Souza está feliz com a colheita / Foto: Lizandro Nunes

Agricultores familiares do Espírito Santo estão comemorando as primeiras colheitas de maracujá a partir de mudas doadas pelo projeto Arranjos Produtivos, desenvolvido pela Assembleia Legislativa (Ales). Produtores de Itapemirim, Piúma, Anchieta e Vila Pavão começaram a colher os frutos nas últimas semanas. As entregas das mudas aconteceram no final do ano passado. Desde então, os técnicos do projeto vinham prestando assistência técnica durante o processo de plantio e cultivo da fruta.

Um exemplo de plantio bem-sucedido acontece na propriedade do agricultor familiar Jordão Caetano de Souza, na zona rural de Itapemirim. O produtor recebeu 700 mudas de maracujá e já começou a colheita. A estimativa é que, em um ciclo de até três anos, ele alcance uma meta de 30 mil quilos da fruta. 

Tradicionalmente, Jordão trabalha com o plantio com café, mandioca e cana. Incentivado pelo projeto Arranjos Produtivos, o agricultor decidiu diversificar a produção e não se arrependeu. “Aproveitei a oportunidade e está tudo dando certo. Sempre fui otimista e optei pelo maracujá por causa do clima seco que temos por aqui. O resultado está muito satisfatório. Agradeço à Assembleia Legislativa e a todos os responsáveis pelo projeto pela oportunidade”, disse o agricultor familiar. 

O engenheiro agrônomo Péricles Santos, membro do projeto Arranjos Produtivos, foi o responsável pela consultoria técnica na propriedade. O especialista destacou que as visitas à propriedade foram recorrentes.

“A gente fez acompanhamento durante todo o ciclo, com no mínimo uma visita por mês. Antes do plantio, foi feito o estudo do solo, para saber se seria necessário o uso de fertilizantes, orientamos sobre como deveria ser o espaçamento do plantio e o cultivo. Aqui, o crescimento foi natural, sem o uso de agrotóxicos. Nós trabalhamos sempre em busca de um objetivo principal, que é uma boa colheita”, explicou o engenheiro agrônomo. 

Em Itapemirim foram entregues mais de 4 mil mudas de maracujá e o município conta com cerca de 50 agricultores familiares cadastrados no projeto. Produtores do município também receberam mudas de acerola, uva e aroeira. A previsão é que nos próximos meses comece a colheita de Maracujá em Alegre, Muniz Freire e Guaçuí. 

Apoio à agricultura familiar 

O projeto Arranjos Produtivos é desenvolvido pela Secretaria da Casa dos Municípios da Ales em parceria com o governo do Estado e apoio das prefeituras. Atualmente, são 27 municípios cadastrados no ciclo deste ano. Em 2024, 20 participaram. 

Já foram entregues gratuitamente, por exemplo, mudas de uva, cacau, café, pimenta, aroeira, pupunha, acerola e maracujá. Além das mudas, os agricultores familiares também recebem orientações técnicas diretamente nas plantações. Em alguns municípios os produtores também receberam equipamentos agrícolas, como kits para produção de mel, kits para hidroponia e estufas para cultivo de morango. edição de Angèle Murad  – ales

Espírito Santo retorna com modelo de cobrança de ICMS sobre vinho

Espírito Santo retorna com modelo de cobrança de ICMS sobre vinho

Líder do governo, Vandinho explicou que a atual forma de recolhimento do ICMS não atende ao mercado / Foto: Lucas S. Costa

Em sessão nesta quarta-feira (16), o Plenário da Assembleia Legislativa (Ales) acolheu a matéria do governo que pede o retorno da substituição tributária como modelo de cobrança de ICMS sobre o comércio do vinho no Espírito Santo. Até que o Projeto de Lei (PL) 152/2025 seja sancionado, vale o sistema de antecipação parcial do imposto. Os efeitos da medida, porém, serão aplicados a partir do primeiro dia do mês subsequente à publicação da lei. 

Fotos da sessão

No regime conhecido como substituição tributária, geralmente o importador ou a indústria acaba recolhendo o ICMS referente às operações das outras fases de comercialização do produto. Durante a discussão da matéria nas comissões reunidas de Justiça e Finanças, Alexandre Xambinho (Podemos) defendeu a medida enquanto relator.

“Hoje os importadores do estado do Espírito Santo têm comprado dos portos de fora, dos estados de fora, por outras importações, porque o preço fica melhor do que os vinhos importados entrando pelo estado”, afirmou. Mas o deputado Mazinho dos Anjos (PSDB/ES) alertou que a alteração poderá ser nociva ao mercado capixaba.

O tucano elencou pontos negativos. “O imposto vai passar a ser recolhido de forma antecipada pelo primeiro elo da cadeia, fazendo com que os distribuidores e os varejistas adquiram os produtos com o ICMS já embutido no preço, isso eleva o custo da aquisição imediata do vinho, impactando no capital de giro, principalmente das pequenas e médias empresas”, explicou.

O parlamentar também falou sobre a possibilidade da redução da margem de lucro desses estabelecimentos menores, o desestímulo à competitividade – uma vez que a substituição tributária favoreceria as grandes redes que operam com maior volume –, e riscos como a informalidade e fechamento de empresas diante do aumento da carga tributária. FONTE ALES Nicolle Expósito

“O setor de bebida, já altamente regulado e tributado, (…) tende a ser impactado duplamente com a complexidade da tributação e a pressão financeira feita aos pequenos e médios empreendedores”, avaliou. Ainda segundo ele, a reintrodução da substituição tributária agrava a competição entre as empresas menores e grandes grupos econômicos, “favorecendo a concentração de mercado”.

O líder do governo, Vandinho Leite (PSDB), ponderou que o retorno ao modelo tributário anterior visa reduzir a burocracia e evitar a bitributação, sobretudo dos pequenos empreendedores. A medida do governo, afirmou, tem o respaldo da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Estado do Espírito Santo (Sincades).

Esses órgãos, conforme contou o parlamentar, entenderam que o regime de antecipação parcial não atendeu as expectativas do mercado, por isso a opção por retornar para os moldes antigos.

Movimentação do comércio exterior capixaba cresce 15,8% em junho

Movimentação do comércio exterior capixaba cresce 15,8% em junho

Exportações e importações totalizaram US$ 2,79 bilhões, ou seja, R$ 4,36 bilhões. Destaque fica para as aeronaves importadas, com alta de 123%. foto Pexels.

Ótima notícia: o comércio exterior do Espírito Santo cresceu novamente em junho. A corrente de comércio do estado, que representa a soma das exportações e importações, subiu 15,8% em relação a maio, alcançando US$ 2,79 bilhões, o equivalente a R$ 4,36 bilhões. O destaque do mês ficou para as importações de aeronaves e outros equipamentos, que tiveram alta de 123,4%, movimentando US$ 239 milhões.

As análises são do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo), em parceria com o Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex), com base nos dados do Comex Stat, sistema oficial para extração das estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens.

Na pauta de exportações, o Espírito Santo movimentou US$ 806 milhões em junho. O principal produto enviado ao exterior foi o minério de ferro, com US$ 183 milhões (22,8% da pauta). Em seguida, vieram o café não torrado, que apresentou crescimento de 63,7% e chegou a US$ 143 milhões (17,8%), e a celulose, com alta de 35%, somando US$ 103 milhões (12,8%). Também se destacaram os produtos semiacabados de ferro ou aço (US$ 102 milhões) e os óleos brutos de petróleo (US$ 77 milhões).

As importações capixabas somaram US$ 1,99 bilhão. Os veículos automóveis de passageiros continuam liderando a lista de produtos, com US$ 1,02 bilhão, representando mais da metade (51,3%) do total importado. Já as aeronaves e equipamentos relacionados avançaram para a segunda posição, respondendo por 12% das compras externas. Outros itens relevantes foram os veículos de carga (US$ 160 milhões), carvão (US$ 92,3 milhões) e equipamentos de telecomunicações (US$ 45,6 milhões).

“Vale lembrar que o Espírito Santo se destaca como o principal ponto de entrada de carros elétricos e híbridos no país. Esse crescimento de junho na movimentação internacional reforça o papel estratégico do Espírito Santo como hub logístico e industrial. Mesmo com desafios no cenário global, os números indicam um ambiente mais favorável para os negócios capixabas, o que beneficia toda a cadeia produtiva e de serviços ligada ao comércio exterior”, avaliou o coordenador de pesquisa do Connect Fecomércio-ES, André Spalenza.

Também em junho, as exportações capixabas corresponderam a 6,2% das exportações do Sudeste que totalizaram US$ 13 bilhões, a 15,6% das importações (US$ 12,8 bilhões) e a 10,8% da corrente de comércio do Sudeste (US$25,8 bilhões). Em relação ao Brasil, cuja corrente de comércio totalizou 52,4 bilhões, a corrente capixaba correspondeu a 5,3%.

“A participação do Espírito Santo no comércio exterior, especialmente nas importações, evidencia sua importância logística e estratégica tanto para o Sudeste quanto para o país. A corrente de comércio do estado representa 2,73 vezes sua participação no PIB regional. Já nas importações, essa relação chega a ser quatro vezes maior. No cenário nacional, a participação capixaba nas importações é 4,16 vezes superior à sua representatividade no PIB do Brasil, reforçando o papel do estado como elo logístico da economia nacional”, detalhou Spalenza.

Entre os municípios exportadores, Vitória liderou com US$ 270 milhões em vendas externas (33,6%), puxadas principalmente por minérios e escórias. Em seguida aparecem Serra (US$ 154 milhões), com destaque para ferro e aço, e Aracruz (US$ 105 milhões), cujo principal produto exportado foi a pasta de madeira. Juntas, essas três cidades responderam por 65,9% das exportações do estado.

No ranking das importações, Cariacica aparece como o maior polo, com US$ 1,31 bilhão (65,8%), concentrando-se na entrada de veículos e seus componentes. Vitória foi responsável por US$ 338 milhões (17%), sobretudo com aeronaves e aparelhos espaciais, enquanto Serra movimentou US$ 223 milhões (11,2%), majoritariamente com combustíveis minerais e derivados.

Para o presidente do Sindiex, Sidemar Acosta, os resultados de junho demonstram a relevância estratégica do Espírito Santo no comércio global. “O crescimento da movimentação comercial reforça a eficiência do nosso sistema portuário e a importância do trabalho conjunto entre os setores público e privado para impulsionar a economia capixaba”, destacou.

Termos de troca
Os termos de troca do comércio capixaba, que representam a relação entre o preço das exportações e o das importações, apresentou uma deterioração de 6,6%, o que implica que o preço dos produtos exportados ficaram mais baratos comparados aos preços dos importados.

A deterioração dos termos de troca impacta negativamente os ganhos diretos do comércio exterior. No entanto, esse resultado está associado ao papel logístico do estado, que é uma das principais entradas de itens de alto valor agregado, como carros elétricos importados da China.

Primeiro semestre
No 1º semestre de 2025, as exportações capixabas somaram US$ 4,76 bilhões e as importações, US$ 7,18 bilhões. A movimentação total capixaba no primeiro semestre fechou em US$ 11,9 bilhões.

O destaque vai para as importações capixabas, que registraram forte crescimento ao longo de todo o período, passando de US$ 821 milhões em fevereiro para US$ 1,99 bilhão em junho.

A pesquisa completa, com os dados detalhados, pode ser acessada no site https://portaldocomercio-es.com.br.

Sobre o Sistema Fecomércio-ES
A Fecomércio-ES integra a Confederação Nacional do Comércio (CNC) e representa 405.455 empresas, responsáveis por 58% do ICMS arrecadado no estado e pelo emprego de 652 mil pessoas. Com mais de 30 unidades, tendo ações itinerantes e presente em todos os municípios capixaba – seja de forma física ou on-line –, o Sistema Fecomércio-ES atua em todo o Espírito Santo. A entidade representa 24 sindicatos empresariais e tem como missão contribuir para o desenvolvimento social e econômico do estado. O projeto Connect é uma parceria entre Fecomércio-ES e Faesa, com apoio do Senac-ES, Secti-ES, Fapes e Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI). fonte Kelly Kalle Fecomércio-ES

Espírito Santo bate recorde histórico em crédito rural e já planeja nova safra

Espírito Santo bate recorde histórico em crédito rural e já planeja nova safra

O encontro ocorre logo após o Espírito Santo alcançar um resultado histórico no ano-safra 2024/2025. Entre julho de 2024 e junho de 2025. foto seag

A Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) realizou, nesta segunda-feira (14), em Vitória, uma reunião estratégica com representantes de instituições financeiras e entidades do setor agropecuário para alinhar e compactuar as metas do Plano de Crédito Rural para o Espírito Santo 2025/2026. Participam da elaboração do Plano instituições financeiras como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banestes, Sicoob, Sicredi, Cresol e Banco do Nordeste, além de organizações de apoio ao agro, como Agricultura Forte, Cedagro, Faes, Fetaes, Fecopes, Fapaes, Incaper, Idaf, Ceasa, OCB, e órgãos federais, como o Ministério da Agricultura (Mapa), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).

Durante a reunião, foram debatidos cenários econômicos, desafios e sugestões para aprimorar as políticas públicas de financiamento rural no Espírito Santo, com foco em ampliar o acesso ao crédito, modernizar as atividades no campo e fortalecer o desenvolvimento sustentável do agronegócio capixaba.

O encontro ocorre logo após o Espírito Santo alcançar um resultado histórico no ano-safra 2024/2025. Entre julho de 2024 e junho de 2025, foram aplicados R$ 8,88 bilhões em crédito rural no Estado, um crescimento de 24,5% em relação ao ciclo anterior, que havia somado R$ 7,1 bilhões. O desempenho superou a meta estadual de R$ 8,5 bilhões estabelecida no Plano de Crédito Rural, construído pelo Governo do Estado em parceria com o Governo Federal, instituições financeiras e representantes do setor produtivo.

Enquanto a maior parte do país registrou queda nas aplicações – com retração média de 13% –, apenas Espírito Santo e Piauí apresentaram crescimento, de 23,2% e 14%, respectivamente, conforme dados apurados pela Gerência de Dados e Análises da Seag, com base no Banco Central. No total, foram realizadas 45,5 mil operações no Estado, crescimento de 11,6% em comparação ao ano-safra anterior.

O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, destacou que os resultados refletem o ambiente favorável para investimentos no agro capixaba:

“Mesmo em um cenário nacional desafiador, o Espírito Santo avançou e bateu recorde histórico, superando R$ 8,88 bilhões aplicados no ano-safra 2024/2025. Isso demonstra a confiança do setor produtivo nas políticas públicas estaduais, o acerto do Plano de Crédito Rural e a força da parceria entre governo, instituições financeiras e produtores. Já estamos finalizando o novo ciclo para 2025/2026, que deverá ser lançado nas próximas semanas”, afirmou Bergoli.

Segundo Danieltom Vandermas, gerente de Dados e Análises da Seag, o resultado mostra o impacto do uso estratégico de informações e da articulação entre os diversos atores do agro capixaba:

“Os números mostram que, quando dados são usados como ferramenta de gestão e parcerias são feitas com propósito, transformamos metas em resultados concretos. É um avanço coletivo que beneficia todo o setor”, concluiu.

O Plano de Crédito Rural integra o novo Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag 4 – 2023/2032), lançado em dezembro de 2023, que prevê alcançar R$ 12 bilhões em aplicações até 2032.

No ciclo 2024/2025, as linhas de crédito foram destinadas principalmente ao custeio (R$ 3,7 bilhões, crescimento de 25,7%), investimento (R$ 2,8 bilhões, alta de 19,5%) e comercialização (R$ 2,3 bilhões, aumento de 30,1%). Houve leve retração na modalidade de industrialização, que passou de R$ 80,3 milhões para R$ 79,3 milhões. A agricultura familiar também teve participação expressiva: foram 32.109 operações realizadas, 9,2% a mais que no ciclo anterior, totalizando R$ 2,5 bilhões aplicados – crescimento de 19,1%. Esses números mostram a importância da agricultura familiar, que respondeu por mais de 70% das operações e 28,7% do valor total do crédito rural no Espírito Santo.

fonte e foto Seag