Feira da Agroindústria na Ales apresenta vigor da agricultura familiar capixaba

Feira da Agroindústria na Ales apresenta vigor da agricultura familiar capixaba

Levar o programa Arranjos Produtivos para os 78 municípios do Espírito Santo. Foi esse o compromisso que o presidente da Assembleia Legislativa (Ales), deputado Marcelo Santos (União), assumiu durante sua fala na abertura da 2ª Feira Capixaba da Agroindústria, que está sendo realizada na área externa do prédio do Legislativo estadual. O evento teve início nesta terça-feira (4) e segue até a próxima sexta-feira (7).

O parlamentar confidenciou que em conversa com os técnicos do programa, revelou o seu desejo de expandir o projeto para as demais cidades capixabas. “Eu disse pra eles do compromisso de fazer chegar esse programa, não só nas 27 cidades que ele está hoje, mas nas 78 cidades do Espírito Santo, para que vire um programa de Estado”, afirmou Marcelo Santos.

 A 2ª Feira Capixaba da Agroindústria, que está sendo realizada na área externa do prédio do Legislativo estadual. foto Lucas S. Costa

O parlamentar confidenciou que em conversa com os técnicos do programa, revelou o seu desejo de expandir o projeto para as demais cidades capixabas. “Eu disse pra eles do compromisso de fazer chegar esse programa, não só nas 27 cidades que ele está hoje, mas nas 78 cidades do Espírito Santo, para que vire um programa de Estado”, afirmou Marcelo Santos.

Para o presidente, a realização do evento é mais uma forma de colher os frutos que foram plantados desde o início da iniciativa. “É uma realização, saber que nós podemos, através da Assembleia e das parcerias que nós constituímos, poder ajudar o homem e a mulher do campo da nossa agricultura familiar, agora na segunda edição da Feira da Agroindústria, importante evento que reúne aqui essa turma que integra o programa Arranjos Produtivos, expondo aqui, aquilo que nós semeamos lá atrás”, disse. 

“São 27 cidades, já dialogamos com mais de 25 mil homens e mulheres do campo, já estamos em 3 mil propriedades aproximadamente, ou seja, diversificando, levando conhecimento, tratando agora da questão importantíssima do crédito de carbono, da proteção ambiental das nossas nascentes, da constituição de pequenas agroindústrias, do auxílio à constituição associativa”, acrescentou o deputado.

O chefe do Legislativo fez questão de mencionar também a colaboração dos demais parlamentares. “Tudo isso só foi possível porque a várias mãos nós construímos esse projeto, o que eu volto a dizer, eu fico muito feliz em poder ser presidente da Assembleia, ao lado dos meus colegas deputados, sabendo que nós conseguimos produzir bons resultados e que esse resultado é principalmente para o homem e para a mulher do campo da nossa agricultura familiar”, concluiu Marcelo Santos.

O governador em exercício, Ricardo Ferraço (MDB), participou da solenidade de abertura e destacou o protagonismo da agricultura familiar capixaba. “Não há como falar de agricultura do Estado do Espírito Santo sem a gente considerar a importância, a liderança, o protagonismo da nossa agricultura de base familiar. Uma agricultura criativa, empreendedora, sustentável, que é fonte de muita renda, de muito trabalho e de muita oportunidade no estado. Não apenas na atividade direta, mas na atividade da agroindústria, do agroturismo”, avaliou. 

Presidente Marcelo Santos destaca importância das parcerias para o Arranjos Produtivos / Foto: Lucas S. Costa

“Tenho que destacar aqui a iniciativa disruptiva da Assembleia Legislativa, de botar de pé um projeto como esse, que vai além da visão convencional do Poder Legislativo, expandindo a sua atividade. (…) Você pode procurar país afora, se tem alguma Assembleia Legislativa colocando de pé uma ação executiva para nos ajudar a levar, como eu disse aqui, a assistência, a extensão e a pesquisa”, complementou.

Ferraço se comprometeu a manter o braço do Estado disponível para a ampliação do programa. “Para que essa iniciativa possa ganhar ainda mais tração, possa escalar e possa ampliar a cada ano a sua presença nos nossos municípios do Estado do Espírito Santo”, pontuou o governador em exercício.

A secretária da Casa dos Municípios, Joelma Costalonga, destacou que os 40 expositores da feira tiveram suas agroindústrias regularizadas com o auxílio do Projeto Arranjos Produtivos. “O projeto leva conhecimento, leva a oportunidade do agricultor trabalhar diversificação no seu quintal. Então aqui nós incentivamos isso também, aqui você vai encontrar queijos deliciosos, beiju, iogurte, frutas cristalizadas, tilápia (peixe), que é uma cultura que a gente também incentiva a produção. Se você quiser provar coisa gostosa, vem pra cá”, convidou a gestora.

Expositores

O expositor Jean Martins, esposo da proprietária da Queijaria Lalá, do município de Itapemirim, foi citado pelo presidente Marcelo Santos em sua fala. O produtor revelou ao chefe do Legislativo como o programa Arranjos Produtivos ajudou ele e sua esposa a tocarem o empreendimento.

“Esse projeto alcançou a gente e é um projeto bem bacana. Porque se não fosse esse projeto da Assembleia Legislativa, a gente não estaria aqui hoje com um produto legalizado. A gente produz iogurte, queijo, requeijão, doce de leite. E hoje a gente está registrado com o selo expedido pelo Serviço de Inspeção Agroindustrial de Pequeno Porte (Siapp)”, detalhou o expositor. 

“É um projeto que ajudou a gente a estar hoje onde a gente está. Nosso produto hoje é comercializado já em seis municípios do sul do estado. E a gente tem a liberdade de comercializar em todos os municípios do estado. Então, é um projeto que mudou a história da nossa agroindústria lá no interior”, afirmou Jean Martins.

Abertura

A solenidade de abertura contou ainda com a apresentação da Orquestra Sinfônica Sonore, de São Mateus, e com show da dupla sertaneja TH e Mateus. A 2ª Feira Capixaba da Agroindústria é uma realização da Ales e contará com exposição e venda de produtos, apresentações culturais, minicursos de culinária, aulas show, palestras, workshops e rodadas de negócios. A expectativa é que cerca de mil pessoas circulem a cada um dos quatro dias do evento. fonte e foto ales

Sessão solene na Ales celebra 50 anos da Copa A Gazetinha

Sessão solene na Ales celebra 50 anos da Copa A Gazetinha

Os 50 anos da Copa A Gazetinha foram celebrados em sessão solene realizada nesta terça-feira (4), na Assembleia Legislativa (Ales). Jogadores, ex-atletas, familiares, técnicos, coordenadores, dirigentes, prefeitos e secretários de esporte foram destacados em uma noite marcada por muitas homenagens.

A Copa A Gazetinha é um campeonato de futebol infantojuvenil, que, nas últimas cinco décadas, foi responsável por reconhecer talentos e formar gerações de atletas. “O objetivo não é só de descobrir jogadores, mas formar cidadãos”, destacou o jornalista José Antônio Nunes do Couto, o Janc, que foi o criador do campeonato.

Importância do esporte para a formação de valores foi ressaltada em discursos / Foto: Paula Ferreira

Janc, que comemorou 90 anos de idade neste ano, foi muito celebrado durante o evento. “É um bom presente nos meus 90 anos completados no dia 9 de agosto. Afinal, esse encontro é o reconhecimento do trabalho que realizamos”, agradeceu.

Durante a sessão, o criador da longeva Copa A Gazetinha contou que era editor do suplemento infantil A Gazetinha, do jornal A Gazeta. Ele, que sempre gostou de esporte, uniu o amor pelas crianças e pelo futebol.

“Havia um aterro no final da Praia do Canto e eu resolvi fazer um futebol de areia ali entre os jovens. Depois, o pessoal me procurou para um futebol de campo. E aí começamos a Copa A Gazetinha”, contou.

Hoje, quem está no comando da competição é o filho de Janc, Rodrigo Couto. Além de seguir os passos do pai na profissão de jornalista, Couto também assumiu a coordenação da Copa A Gazetinha. Ele ressaltou o exemplo do pai e disse que tenta seguir seus ensinamentos: “trabalho, paciência, humildade e uma fé enorme nas crianças”.

Torneio iniciado em 1975 formou gerações de atletas; jogadores, familiares, técnicos e outras personalidades foram homenageadas

Ales

O presidente da Ales, deputado Marcelo Santos (União), foi o idealizador da homenagem. “A Copa A Gazetinha ajudou tanta gente a enfrentar os desafios dentro do campo e fora dele. Porque o esporte é uma ferramenta importante de transformação”, discursou.

O deputado Vandinho Leite (PSDB), ex-jogador de A Gazetinha, também participou da solenidade: “Os valores do esporte, como ética e disciplina, formam os seres humanos. É verdade que alguns atletas se tornaram revelações. Mas todos que participaram da Copa A Gazetinha se tornaram melhores cidadãos”, disse.

Mesa

Também participaram da mesa solene o ex-presidente da Federação de Futebol do Espírito Santo e ex-vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marcus Vicente; o prefeito de Bom Jesus do Norte, Toninho Gualhano; o prefeito de Itaguaçu, Darly Dettmann; e o jornalista Ronald Mansur.

Homenageados (informações do Cerimonial da Ales)

Prefeituras Apoiadoras
Antônio Coimbra de Almeida 
Antônio Gualhano Azevedo 
Darly Dettmann 
Enivaldo Euzébio dos Anjos 
João Guerino Balestrassi 
Leandro Rodrigues Montibelle 
Lucas Scaramussa 
Luciano Faria Queiroz
Maicon Ferreira de Paula 
Marcus Antônio Vicente 
Mário Sérgio Lubiana 
Max Freitas Mauro Filho 
Mayara Aparecida Moraes Eller Minino 
Sérgio Faria de Azevedo 
Thiago Lopes Pessotti 
Vagner Rodrigues Pereira 
Vagner Schwartz 
Vandir Nunes Machado 
Walter de Prá

Em Memória
Abimar da Motta Pimentel 
Ademar Cunha
Aloízio Santos    
Cariê Lindenberg    
Djalma Comério    
José Carlos Franco
Marcelo Geneci    
Max Freitas Mauro         
Paulo Nardoto

Atletas/ Pais de Atletas 
Bernardo Batista Zuccoloto
Flávio Cezario
Livia Forattini Rigo Cezario
Theo Forattini Rigo Cezario 
Valerio Zuccoloto

Ex-atletas
Bartolomeu José Pessoa dos Santos 
Carpegyane Santos Silva
Ewerson Telles da Rocha
Fabiano Eller dos Santos
Gerson Assunção Furlani
Giovani Silva
Hélio Bortolini Pimentel 
José Justino dos Santos
Maxwell Scherrer Cabelino Andrade        
Richarlison de Andrade
Ronaldo Lima da Silva
Sávio Bortolini Pimentel 
Thiago Wanderkoken
Vandinho Leite

Coordenação
José Antônio Nunes do Couto 
José Maria Alfredo Barroca
Luiz Alberto Garcia 
Maria de Lourdes Godoi do Couto
Rodrigo Nunes do Couto
Ronald Mansur 
Valberto Teixeira Guedes
Waleria de Almeida Cunha

Professores/ Técnicos/ Dirigentes
Afonso Henriques dos Santos
Aldair José Pereira 
Alexandre Cota Rocha 
Alexandre Martins Matos 
Anderso da Silva Moreira 
Antonio Ailton Paschoal Brites
Aridelson Bianchi 
Arlindo Pancieri Netto
Carlos Santos e Santos
Cosme Eduardo
Danuso Daumas
Durval de Freitas
Elton Carvalho
Emerson Gonçalves da Rocha
Fabrício da Silva Lemos
Fausto Gomes da Silveira 
Fernando Marin Brasileiro de Souza 
Inácio Batista Torres
Iran Dias
Joel Simões
Jonias Maria 
José de Jesus Jade 
José Renato da Silva
Leandro Carlos de Souza
Leonardo Dutra de Carvalho
Leonardo Gomes Paixão 
Luciana Cristina da Silva Moreira 
Marcela da Costa Pereira
Marcelo de Lyrio
Marco Antonio Xavier 
Marcos Antônio Ribas
Odilon Abreu de Oliveira
Raimundo Nonato de Sousa 
Régis Felisberto Masarin
Rogério Cuzzuol
Ronaldo Celso Costa                                                                                                                                                                                                  
Rubem Sérgio Nunes Rebello
Tarcízio Carlos Soares da Silva 
Wandeslon dos Santos 

Dez anos após rompimento de barragem, movimento cobra reparação integral

Dez anos após rompimento de barragem, movimento cobra reparação integral

Nesta quarta-feira (5), dia em que o rompimento da barragem de Mariana (MG) completa 10 anos, a coordenadora nacional e estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Juliana Stein Nicoli, falou à Tribuna Popular sobre as consequências do desastre ao meio ambiente e à saúde. Ela reiterou a necessidade de as empresas responsáveis quitarem o “débito social” ainda existente.

Um dos pontos mais visados pela convidada do deputado João Coser (PT/ES) foi o alijamento da participação popular nos acordos, como o de 2016, e a nova repactuação do Rio Doce. Na opinião dela, esse modelo de negociação acabou resultado na ausência de grupos que deveriam ter sido contemplados, como comunidades pesqueiras da Região Metropolitana da Grande Vitória.

“A maior parte dos atingidos do ES e Minas não teve ainda reparação justa”, afirmou Juliana Stein / Foto: Lucas S. Costa

Nesta quarta-feira (5), dia em que o rompimento da barragem de Mariana (MG) completa 10 anos, a coordenadora nacional e estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Juliana Stein Nicoli, falou à Tribuna Popular sobre as consequências do desastre ao meio ambiente e à saúde. Ela reiterou a necessidade de as empresas responsáveis quitarem o “débito social” ainda existente.

Um dos pontos mais visados pela convidada do deputado João Coser (PT/ES) foi o alijamento da participação popular nos acordos, como o de 2016, e a nova repactuação do Rio Doce. Na opinião dela, esse modelo de negociação acabou resultado na ausência de grupos que deveriam ter sido contemplados, como comunidades pesqueiras da Região Metropolitana da Grande Vitória.

 Deputado estadual João Coser

“A maior parte dos atingidos do Espírito Santo e Minas Gerais não teve ainda reparação justa e integral aos seus danos”, considerou. Diante do cenário, o MAB, segundo revelou Juliana, luta atualmente para estabelecer o Conselho Estadual de Participação Popular, mesmo depois de uma Secretaria de Estado do Rio Doce (SERD) ter sido criada para tratar o assunto. 

“Nossa luta vai continuar, por mais 5, 10, 20, ou quantos anos forem necessários até que todos os atingidos por esse crime sejam reparados integralmente e com justiça”, afirmou a convidada. O deputado João Coser ressaltou que o desastre comprometeu a vida de muitos. “O movimento cobra até hoje reconhecimento dos grupos que ainda estão fora”, completou. 

Educação étnico-racial

Indicado pela parlamentar Camila Valadão (Psol/ES), o professor Ludovico Muniz Lima pediu a criação de mecanismos de fiscalização e políticas públicas para implementação da Lei Federal 10.639/2003. A legislação obriga o ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira nos níveis fundamental e médio em todo o Brasil. 

Muniz apresentou gráficos que indicam desigualdades raciais na educação capixaba. De acordo com ele, os dados não mostram “um melhor desempenho de estudantes brancos por uma questão inata, e sim por uma desigualdade de acesso ao direito à aprendizagem”.  

O convidado também falou do financiamento. “Para acessar o recurso que diz respeito a 2,5% do financiamento do Fundeb nos entes federados, é preciso reduzir desigualdades educacionais socioeconômicas e raciais. O Espírito Santo, para o exercício financeiro de 2025, foi considerado não habilitado”, disse.

Incentivo à leitura

Já Irene Neta de Oliveira Pianissola pontuou o incentivo à prática da leitura como uma maneira de propor um equilíbrio ao uso crescente de telas e jogos eletrônicos. Autora de 11 livros, ela sofre com uma doença rara chamada de ataxia espinocerebelar. Irene viu na escrita uma maneira de lidar com a sua condição. “A leitura é a chave que abre portas para o conhecimento”, avaliou a convidada do deputado Toninho da Emater (PSB).

Demais convidados

Também participou da Tribuna Popular Samarone Carlos Monjardim de Souza,  presidente do Três de Maio Futebol Clube, na Grande Goiabeiras, em Vitória. Indicado pelo deputado Coronel Weliton (PRD), o convidado pediu apoio para que o campo do time seja refeito após disputas judiciais sobre o terreno. Já Roberta Alcalá divulgou o Festival Cultural Gospel Yahweh. fonte Angèle Murad – ales

Desastre de Mariana completa 10 anos e moradores ainda buscam justiça

Desastre de Mariana completa 10 anos e moradores ainda buscam justiça

Passados quase dez anos do desastre que abalou Mariana, em Minas Gerais, o processo judicial referente à tragédia continua sem uma resolução definitiva. Em 5 de novembro de 2015, a barragem de Fundão, pertencente à mineradora Samarco, se rompeu, liberando 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos e resultando na morte de 19 pessoas. Comunidades inteiras foram devastadas e o Rio Doce sofreu impactos irreversíveis. Contudo, até o momento, nenhum responsável foi criminalmente condenado pelo ocorrido.

Auxiliar em um consultório odontológico, Mônica Santos, então com 30 anos, moradora do distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), saiu de casa para o trabalho naquele dia 5 de novembro perto das 6h da manhã. Era preciso sair cedo para chegar na hora. Ela não imaginava que só veria sua casa de novo 24 horas depois coberta de lama e que dez anos depois ainda lutaria por justiça.

Mesmo passado uma década, a dor e a visão dos escombros ainda estão nítidas em sua memória. “É como se estivesse tudo acontecendo agora”, disse à Agência Brasil a líder comunitária. Atualmente, Mônica está desempregada. 

Naquele dia, a barragem do Fundão, operada pela empresa Samarco, se rompeu liberando cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração. O desastre matou 19 pessoas e deixou mais de 600 desabrigadas. Outras comunidades afetadas foram Paracatu de Baixo, Paracatu de Cima, Pedras, Águas Claras e Campinas.

Casa coberta por lama

 No caso de Mônica, ela recorda que recebeu a ligação de uma prima naquela tarde, avisando o que havia ocorrido. Desesperada, buscou a mãe no trabalho e tentou ir no caminho de casa. Passou a tarde e a madrugada na estrada. O sol apontava no horizonte quando chegou a um local mais alto e conseguiu enxergar o que seria a própria casa. “Foi nesse momento que a ficha caiu. Eu não tinha mais nada”.

Mariana (MG) - Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), atingido pelo rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Mariana (MG) – Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), atingido pelo rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco (Antonio Cruz/Agência Brasil) – Antonio Cruz/ Agência Brasil

Na casa, Mônica morava apenas com a mãe. Segundo ela, a empresa sempre deixou muito claro que a comunidade poderia dormir tranquilamente, já que a barragem era monitorada 24 horas por dia. Mônica lamenta que, no desastre, tenha perdido cinco amigos muito próximos. 

Atualmente, ela reside no reassentamento da comunidade de Novo Bento Rodrigues, entregue pela Samarco. Fica a cerca de 13 quilômetros da antiga comunidade. “Mas a nossa casa ainda está cheia de problemas. A gente não pode falar que foi entregue 100%. Uma vez que ainda tem casa sendo construída e ainda tem morador desabrigado que nem projeto de casa tem”. 

A líder comunitária diz que é preciso lutar por justiça. “Enquanto eu tiver força, vou lutar para fazer com que as pessoas sejam de fato indenizadas e restituídas”. Ela relata que a casa entregue pela Samarco não está ainda no nome dos desabrigados. 

A principal esperança da líder comunitária é ver os conterrâneos reassentados em uma casa, que todas as vítimas sejam indenizadas e que haja responsabilização dos envolvidos. “Se tivesse acontecido a punição, não teria ocorrido a tragédia de Brumadinho (em janeiro de 2019 e que deixou 272 mortos).

Mariana (MG) - Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), atingido pelo rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), atingido pelo rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco – Foto Antonio Cruz/ Agência Brasil

“Projetos antidemocráticos”

Para Márcio Zonta, integrante da direção nacional do Movimento pela Soberania Popular na Mineração, o desastre é um reflexo de como as decisões minerárias não estão ligadas à população.

“São projetos antidemocráticos em que as empresas não levam em consideração as organizações e populações”, avaliou. Ele entende que não há, em geral, um nível de reparação mínimo ao sofrimento das pessoas e que não existe um projeto nacional de mineração para o Brasil. 

O Brasil tem 916 barragens, sendo que 74 delas teriam maior risco de colapso e 91 estão em situação de alerta. O ativista entende que desastres como esse ainda podem se repetir, particularmente em Minas Gerais (onde há 31 barragens). “É onde a Vale iniciou o que ela chama de Sistema Sul de Mineração. 

Mariana (MG) - barragem pertencente à mineradora Samarco se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, zona rural a 23 quilômetros de Mariana, em Minas Gerais (Corpo de Bombeiros/MG - Divulgação)
Barragem da mineradora Samarco se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, zona rural a 23 quilômetros de Mariana, em Minas Gerais – Foto Corpo de Bombeiros/MG – Divulgação

O Sistema Norte está na Amazônia e o Sistema Sul é iniciado em Itabira”. Zonta pondera que os episódios de Mariana e Brumadinho também representam o colapso do sistema sul de mineração da Vale. 

Caminhos da Reportagem

Nesta semana, o programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, intitulado “Lágrimas de ferro” revelou, em 53 minutos de duração, a luta por justiça dos moradores da região. 

O  promotor de justiça Guilherme de Sá Meneguin, do Ministério Público de Minas Gerais, destacou, por exemplo, que o rompimento atingiu 3 milhões de pessoas em Minas Gerais e no Espírito Santo.

“Afetou o meio ambiente, matou pessoas, destruiu economias. Eu diria que, mais do que um crime ambiental, foi uma grave violação dos direitos humanos, que foi se perpetuando ao longo do tempo”, disse.

Também para o Caminhos da Reportagem, o superintendente executivo da Agência Nacional de Mineração, Júlio César Rodrigues, considera que a regulamentação das barragens de mineração avançou mais do que a de pilhas.

“A política nacional de segurança de barragens já foi alterada. A gente tem hoje uma política bastante robusta para barragens. Isso não se repete ainda em pilhas”, avaliou. 

Indenizações

À Agência Brasil, a empresa informou que, desde 2015, foram destinados R$ 68,4 bilhões para as ações de reparação e compensação. Nesse valor, estão R$ 32,1 bilhões pagos em 735 mil acordos de indenização individual. 

A empresa defende que esses recursos “têm transformado a realidade econômica da bacia, estimulando o comércio, fortalecendo cadeias produtivas e gerando empregos”.

BENTO, OBRA, REASSENTAMENTO, RENOVA, RODRIGUES
Obras de recuperação no Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG) – Foto Divulgação/Fundação Renova

O agricultor Francisco de Paula Felipe tem esperança que tudo melhore na nova moradia. “Tem dois meses que eu consegui mudar para a minha casa aqui no assentamento novo. A gente recebeu parte da indenização no começo. Parte está na Justiça ainda para ser resolvida. Não foi fácil a gente viver esses dez anos”, disse.

Ele espera ter saúde para encarar a vida. “Acabar de terminar de criar minhas duas filhas, ver elas estudarem e conseguir tomar o rumo da vida delas”, afirma.

Samarco aponta avanço an reparação após o Novo Acordo do Rio Doce

A Samarco anunciou na última semana que já destinou R$ 30,4 bilhões em ações de reparação e compensação no primeiro ano de execução do Novo Acordo do Rio Doce, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro de 2024. Segundo a mineradora, os recursos impulsionaram o pagamento de indenizações, a conclusão dos novos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu, além da continuidade dos trabalhos ambientais ao longo da bacia.

Os valores somam as obrigações diretas da empresa, que representaram R$ 19,5 bilhões, e repasses de R$ 10,9 bilhões a entes públicos — possibilitando a realização de obras estruturantes em saúde, saneamento, infraestrutura e programas sociais.
Desde o rompimento da barragem de Fundão, em 2015, o total investido em reparação e compensação teria alcançado R$ 68,4 bilhões, incluindo os recursos executados pela Fundação Renova até setembro de 2024. O acordo prevê aportes de até R$ 170 bilhões ao longo de 20 anos.
De acordo com a Samarco, mais de 288 mil pessoas já receberam indenizações ou auxílios financeiros, somando R$ 14 bilhões. O Programa Indenizatório Definitivo (PID) foi responsável por cerca de R$ 8,9 bilhões, com mais de 242 mil pessoas e empresas indenizadas.

Povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais receberam R$ 943 milhões em auxílios específicos.
As obras dos novos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu, em Mariana, foram concluídas — 389 estruturas entre moradias, equipamentos públicos e locais de comércio. fonte ageencia brasil e rádio Itatiaia

Feira da Agroindústria leva atrações gratuitas e produtos locais à Ales

Feira da Agroindústria leva atrações gratuitas e produtos locais à Ales

Exposição de produtos da agroindústria capixaba, minicursos, aulas-show, apresentações culturais, palestras, workshops e rodada de negócios estão entre as atrações da segunda edição da Feira Capixaba da Agroindústria, que acontece de 4 a 7 de novembro na área externa da Assembleia Legislativa (Ales). Gratuito e aberto ao público, o evento busca valorizar os produtos da agricultura familiar e fortalecer o setor agroindustrial capixaba.

Com uma estrutura maior e novidades, os preparativos para a feira estão a todo o vapor. A expectativa é que cerca de mil visitantes circulem em cada um dos quatro dias do evento, cuja estrutura está montada no estacionamento externo da Ales (avenida Américo Buaiz, 205, Enseada do Suá, Vitória).

Público poderá conhecer, experimentar e comprar os produtos dos 60 expositores / Foto: Arquivo Ales/Lucas S. Costa

Cafés especiais, geleias, queijos, embutidos, cachaças, mel são alguns dos produtos que serão comercializados pelos 60 expositores de todas as regiões do estado. A feira integra as ações do projeto Arranjos Produtivos, coordenado pela Secretaria da Casa dos Municípios da Ales.

“Espera-se que os produtores tenham uma excelente comercialização. Ano passado muita gente vendeu tudo que levou”, revela a consultora de agroindústria do Projeto Arranjos Produtivos, Alessandra Vasconcelos.

Para a secretária da Casa dos Municípios, Joelma Costalonga, o evento é uma grande vitrine. “A feira mostra o resultado de um trabalho coletivo, que leva conhecimento, visibilidade e renda para quem vive da agricultura familiar. É um espaço de celebração e de fortalecimento das agroindústrias capixabas”, afirma.

Programação

A abertura oficial acontece no dia 4 de novembro, às 18 horas, com apresentação da Orquestra Sinfônica Sonore e o workshop “Sabor, Tradição e Inovação: a Jornada da Cervejaria Rústica com o Projeto Arranjos Produtivos”.

De 5 a 7 a programação segue com palestras, workshops, rodadas de negócios, aulas-show, minicursos e apresentações culturais. Todos os eventos são abertos ao público.

Entre os destaques estão as aulas-show que reúnem ingredientes relacionados ao Projeto Arranjos Produtivos e à cultura capixaba. Na quarta (5), às 18 horas, o chef Juarez Campos ensinará um prato de ragu de carne de sol com mousseline (tipo de purê mais leve) de aipim.

No dia seguinte, no mesmo horário, Fabiano Giori, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), ensinará a receita de uma moqueca diferente. Nela, sai o tradicional peixe do mar e entra o lombo de tilápia acompanhado por molho de camarão.

Integram ainda a programação workshops sobre temas variados, passando por apicultura e meliponicultura; hidroponia; torra de cafés especiais; e cultivo do morango.

As palestras também abordam temas fundamentais para os agricultores, entre eles valorização dos produtos por meio de certificação, como o selo arte e o selo queijo artesanal; certificação de cafés; marca registrada; abate e processamento de pescados; e fruticultura no Espírito Santo.

Já nos minicursos os instrutores vão ensinar a preparar pratos com tilápia, bolos, pães, macarrão caseiro e tortas doces e salgadas. Como as vagas são limitadas, é necessário fazer inscrição prévia por meio de formulário eletrônico. Mas é bom se apressar, pois as inscrições acabam nesta sexta (31).

Rodada de negócios

A feira também reservará espaço para que os agricultores possam interagir diretamente com o mercado por meio da Rodada de Negócios, que será promovida na sexta-feira (7), das 13h30 às 16h30. Mas neste ano, a ação terá uma novidade.

“A Rodada de Negócios esse ano vai acontecer de forma diferente”, explica Alessandra Vasconcelos. “A rodada é com foco na comercialização dos produtos, no encontro de produtores e possíveis compradores de supermercados ou restaurantes, lanchonetes”.

Segundo ela, os compradores vão visitar os estandes para conhecer os produtos, diferentemente do que foi realizado ano passado, quando as ações ficaram concentradas em mesas de negociação, fora da feira. Caso as duas partes demonstrem interesse, o negócio poderá ser fechado na sala de palestras.

“O objetivo disso é criar oportunidade”, analisa Alessandra. “Na rodada a gente está oportunizando uma abertura de mercado que possivelmente eles não teriam porque eles (os produtores) estão lá no interior”, completa. “Nem todo expositor vai participar da rodada”.

Para fechar negócio o agricultor familiar receberá suporte da equipe do Arranjos Produtivos e do Sebrae. Além dos itens já citados, haverá ainda exposição de morango in natura, azeite, frutas desidratadas, iogurte, biscoitos, farinha de mandioca, fubá, conservas, beiju, tapioca, água de coco, entre outros. 

Cláudio Castro e Alexandre de Moraes discutem operação e retomada de territórios no Rio

Cláudio Castro e Alexandre de Moraes discutem operação e retomada de territórios no Rio

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, reuniu-se nesta segunda-feira (3), com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova. No encontro, o governador apresentou ao ministro dados sobre o planejamento e a execução da Operação Contenção, realizada na semana passada no complexos da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos. Em uma tentativa de conter a expansão territorial da facção Comando Vermelho, essa foi a incursão policial mais letal da história do estado.

ida de Moraes ao Rio teve como objetivo colher informações sobre a operação, uma vez que o ministro é o relator temporário da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, mais conhecida como ADPF das Favelas. A ação estabelece regras para diminuir a letalidade policial no Rio de Janeiro. Entre as regras da ADPF estão o uso proporcional da força policial, câmeras nas viaturas e a elaboração de um plano de reocupação de territórios invadidos pelas organizações criminosas. De acordo com o governo do estado, o relatório sobre o cumprimento da ADPF será encaminhado ao STF.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, reuniu-se ontem (segunda-feira 3/11), com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova. FOTO: PHILIPPE LIMA/DIVULGAÇÃO

Moraes também visitou a Sala de Inteligência e Controle do CICC, onde está instalado o sistema de reconhecimento facial e das câmeras operacionais portáteis usadas pela Polícia Militar, com acompanhamento em tempo real dos deslocamentos em todo o território fluminense. O CICC é o principal polo de integração das forças de segurança do estado. Atua no monitoramento em tempo real de ocorrências, grandes eventos e situações emergenciais, reunindo representantes das polícias, Bombeiros, Defesa Civil, Detran e órgãos federais e municipais.

Após a reunião, Moraes não falou com a imprensa. Já o governador disse que os dois conversaram “sobre o projeto de retomada [de territórios] que está em fase de organização pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)”. “Demos ao ministro total possibilidade de tirar todas as dúvidas sobre a política de segurança do Rio de Janeiro e nos desafios no combate ao crime”, afirmou Castro. 

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Operação Contenção 

Realizada pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, a ação policial deixou 121 pessoas mortas, sendo quatro policiais. O governo do estado considerou a operação “um sucesso” e afirmou que as pessoas mortas reagiram com violência à operação, e aqueles que se entregaram foram presos. 

No total, foram feitas 113 prisões, sendo 33 de presos de outros estados. Foram recolhidas 118 armas e 1 tonelada de droga. O objetivo era conter o avanço da facção Comando Vermelho e cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 de prisão, sendo 30 expedidos pela Justiça do Pará.

A operação contou com um efetivo de 2,5 mil policiais e é a maior e mais letal realizada no estado nos últimos 15 anos. Os confrontos e as ações de retaliação de criminosos geraram pânico em toda a cidade, com intenso tiroteio, fechando as principais vias, escolas, comércios e postos de saúde. Moradores da região, familiares dos mortos e organizações denunciam operação como uma “chacina”

Em reunião no MPRJ, PGJ apresenta relatório ao ministro Alexandre de Moraes sobre ações após a Operação Contenção

O procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Antonio José Campos Moreira, recebeu, nesta segunda-feira (03/11), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, na sede do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). A visita integrou a agenda do ministro no estado, com audiências voltadas ao acompanhamento da ADPF 635, da qual é relator,  e das medidas relacionadas à Operação Contenção, deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão.

Antonio José Campos Moreira encaminhou ao ministro um relatório com todas as ações adotadas pelo MPRJ desde o início da operação até o presente momento. 

Após a audiência com o PGJ, o encontro foi aberto aos representantes das seguintes estruturas do MPRJ: Subprocuradoria-Geral de Justiça de Atuação Especializada; Subprocuradoria-Geral de Justiça de Direitos Humanos e Proteção à Vítima (SUBDHPV/MPRJ); Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ); Grupo de Atuação Especial em Segurança Pública (GAESP/MPRJ); Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ); Coordenadoria de Inteligência da Investigação (CI2/MPRJ); Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Investigação Penal (CAO Investigação Penal/MPRJ); CAO Criminal/MPRJ; CAO Execução Penal/MPRJ; Ouvidoria/MPRJ; e a 5ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro.

Petrobras aprova plano de demissão voluntária para até 1,1 mil pessoas

Petrobras aprova plano de demissão voluntária para até 1,1 mil pessoas

A Petrobras aprovou um plano de demissão voluntária que pode contemplar até 1,1 mil funcionários do quadro da companhia. A medida foi avalizada pelo conselho de administração da estatal e divulgada nesta segunda-feira (3). A empresa prevê que as demissões devem acontecer ao longo de 2026.

A companhia explicou que o Programa de Desligamento Voluntário (PDV) é direcionado a até 1,1 mil empregados que tenham se aposentado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) antes da promulgação da Emenda Constitucional 103/2019, em 12 de novembro de 2019.

Mais conhecida como reforma da previdência, a emenda alterou o sistema de previdência social e estabeleceu regras de transição e disposições transitórias.

Público-alvo são empregados já aposentados. fotopetrobras

A companhia justifica que o PDV é uma ferramenta de gestão pessoal que “oferece aos aposentados uma oportunidade de transição de carreira ao mesmo tempo que contribui para a renovação contínua e gradual dos quadros da companhia”.

No comunicado a investidores no qual anunciou a aprovação do PDV, a companhia não informa o custo do programa.

“O impacto financeiro será reconhecido nas demonstrações contábeis à medida que as adesões forem efetivadas”, explicou a Petrobras, que tem 41,7 mil empregados. fonte agência do brasil

Belém: saiba mais sobre a cidade palco da COP30

Belém: saiba mais sobre a cidade palco da COP30

Nomeada Belém em 1616, a cidade que receberá a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) de 10 a 21 de novembro já foi chamada Mairi. O lugar era o território do povo Tupinambá, guardião de conhecimentos capazes de fazer frente ao desafio global que hoje reunirá líderes de todo o mundo em busca de solução.

Segundo o historiador Michel Pinho, a história do território começou há milhares de anos. “Essa região da Amazônia, ao contrário do que foi ensinado por muito tempo, é densamente povoada há 11 mil anos. Existem pesquisadores, como [o arqueólogo] Marcos Magalhães, do Museu Emílio Goeldi, que comprovam uma intensa ocupação ao longo dos rios, lagos e igarapés”.

Entre essas ocupações, estava Mairi, ou o território de Maíra, entidade responsável pela origem do mundo e provedora dos segredos ancestrais sobre a mandioca, o açaí e tantas outras culturas ancestrais.

Belém (PA) 14/12/2024 – Barcos pesqueiros atracados na Doca do Ver-o-Peso, na Cidade Velha, às margens da baía do Guajará. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Barcos pesqueiros atracados na Doca do Ver-o-Peso, na Cidade Velha, às margens da baía do Guajará. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

“Nós atribuímos a outros povos fora da Amazônia esse grau de desenvolvimento tecnológico e social, como é o caso dos maias, aztecas, incas, egípcios, mas os tupinambás também tinham pleno conhecimento e domínio da natureza. Você tem toda uma costa que hoje é o estado do Pará, partindo de Belém, ocupada por uma população que tem um profundo conhecimento em relação à pesca, em relação à cerâmica, em relação ao plantio”, destaca Michel Pinho.

Os estudos arqueológicos da região apontam que esses grupos eram grandes e adensados, podendo ultrapassar mil indivíduos em áreas de cerca de 2,5 hectares segundo descreve Márcio Souza, no livro História da Amazônia.

“Os tupinambás colocavam a questão Mairi como um ajuntamento, como um grupo de pessoas. E no nosso caso, esse ajuntamento é plenamente explicável pelo fato de ele estar entre dois espaços geográficos fundamentais, que é o Rio Guamá e a Baía do Guajará. Então, você tem locomoção, você tem proteção e também tem alimentação”, explica o historiador Michel Pinho.

Por muitos anos após a chegada de colonizadores no Brasil, os tupinambás resistiram em Mairi, até a disputa entre franceses e portugueses por terras na região levar Francisco Caldeira Castelo Branco e uma tropa com mais de 100 soldados para fundar uma cidade e construir o forte que fosse capaz de barrar a ocupação do território por outras nações europeias.

Como Castelo Branco navegou em direção a Mairi no período do Natal, logo após reconquistar o Maranhão dos franceses, decidiu renomear o local escolhido para construção do Forte do Presépio, de cidade de Nossa Senhora de Belém do Grão Pará.

Os embates entre os tupinambás e os portugueses que seguiram após a chegada de Castelo Branco não foram capazes de apagar totalmente a ancestralidade de Mairi.

Belém (PA) 15/12/2024 – A Ilha do Combú, banhada pelo Rio Guamá, é uma Área de Proteção Ambiental (APA) e destino turístico amazônico na região insular de Belém, habitada por comunidades tradicionais que vivem de pesca, artesanato, turismo e produção de açaí. É acessada através de barcos que partem com passageiros do Terminal Hidroviário Ruy Barata. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
A Ilha do Combú, banhada pelo Rio Guamá, é uma Área de Proteção Ambiental (APA) e destino turístico amazônico na região insular de Belém, habitada por comunidades tradicionais que vivem de pesca, artesanato, turismo e produção de açaí. É acessada através de barcos que partem com passageiros do Terminal Hidroviário Ruy Barata. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

“Na verdade, essa ocupação Tupinambá é a prática cotidiana de milhares de pessoas até hoje. Então, a população que está na beira dos rios, a população que está nos campos do Marajó, ela tem uma relação direta com esse passado histórico, no sentido do cultivo do açaí, do cultivo da castanha, do consumo de peixe, do manejo da floresta. Esse passado, não está distante. Na verdade, ele está presente no nosso cotidiano”, ressalta o historiador.

Belém (PA) 14/12/2024 – O mercado Ver-o-Peso, em Campina. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O mercado Ver-o-Peso, em Campina. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Um cotidiano que resiste também na língua tupi, ainda presente no vocabulário de quem vive em Belém, seja na rua que homenageia os tupinambás ou na cidade vizinha Marituba, seja em palavras cotidianas como o carapanã, que permanece sendo a palavra usada para nomear o que o resto do Brasil conhece como pernilongo.

Palavras que farão parte do cotidiano de líderes mundiais ao longo de duas semanas em que terão a oportunidade de buscar inspiração nos povos que viveram por milhares de anos em harmonia com o meio ambiente sem causar qualquer alteração no clima.

“Eu acho que é uma relação até poética, porque você tem um passado que ensina o presente. Você tem um habitante da floresta que ensina que derrubar é a pior solução, você ensina que o cuidado das águas é fundamental para a existência, você ensina que o consumo consciente dos alimentos faz parte de uma sociedade que pensa no futuro. A COP30 precisa pensar que a sustentabilidade do planeta não está no futuro, ela está lá no passado para ensinar a gente”, conclui Michel Pinho.

Durante a programação da COP30, em Belém, o historiador Michel Pinho dará uma aula aberta gratuita sobre a cidade, a partir do Forte do Presépio, no complexo Feliz Lusitânia, passando pelo Mercado Ver-o-Peso, Mercado Bolonha, Convento das Mercês, Boulevard da Gastronomia, Companhia das Docas do Pará até o Museu das Amazônias.  

Serviço:

Aula Belém na COP30: passado, presente e futuro

Quando: 16 de novembro, às 8h15

Onde: saída do Forte do Presépio

Palmeiras goleia LDU e enfrenta Flamengo na final da Libertadores

Palmeiras goleia LDU e enfrenta Flamengo na final da Libertadores

Com uma atuação de gala, o Palmeiras goleou a LDU (Equador) pelo placar de 4 a 0, na noite desta quinta-feira (30) no Allianz Parque, e garantiu a classificação para a decisão da Copa Libertadores da América, onde encontrará o Flamengo, que, na última quarta-feira (29), segurou um empate com o Racing (Argentina) para chegar à final da competição continental.

Verdão vence por 4 a 0 com gols de Sosa, Fuchs e Veiga (dois) foto palmeiras

Com uma atuação de gala, o Palmeiras goleou a LDU (Equador) pelo placar de 4 a 0, na noite desta quinta-feira (30) no Allianz Parque, e garantiu a classificação para a decisão da Copa Libertadores da América, onde encontrará o Flamengo, que, na última quarta-feira (29), segurou um empate com o Racing (Argentina) para chegar à final da competição continental.

Verdão copeiro

Após perder pelo placar de 3 a 0 na partida de ida, disputada nos 2.850 metros de altitude da cidade de Quito, a equipe comandada pelo técnico português Abel Ferreira entrou em campo com a obrigação de se arriscar no ataque para tentar marcar os gols que a levariam à classificação.

Para isto, o comandante do Verdão (que afirmou durante a semana que “90 minutos dentro do Allianz Parque é muito tempo” para construir o placar necessário para garantir a classificação) optou por uma formação diferente, com três zagueiros, dois alas que chegavam muito à linha de fundo e um trio de ataque formado por Vitor Roque, Flaco López e Ramón Sosa.

E a aposta de Abel Ferreira não demorou a dar resultado, com Sosa abrindo o placar aos 19 minutos. Primeiro, Allan, outra novidade da equipe titular, fez grande jogada pela direita e levantou a bola na área, onde o paraguaio se livrou da marcação e marcou de cabeça.

O Palmeiras continuou empilhando oportunidades, e ficou muito perto de ampliar aos 35 minutos, quando, em jogada de contra-ataque, Vitor Roque ficou de frente para o goleiro Álex Domínguez. Porém, o zagueiro Mina bloqueou a finalização do brasileiro.

O Verdão queria o segundo ainda antes do intervalo, e ele saiu aos 49 minutos. Após cobrança de falta ensaiada, a bola sobrou para o zagueiro Bruno Fuchs, que bateu firme para superar o goleiro Álex Domínguez.

Após o intervalo o Palmeiras caiu um pouco de rendimento. E o técnico Abel Ferreira fez uma mudança que deu nova vida a sua equipe. Ele colocou em campo o meio-campista Raphael Veiga, que marcou não apenas um gol, mas dois.

O primeiro saiu aos 22 minutos, quando Raphael Veiga recebeu dentro da área, após tabelar com Vitor Roque, e, dentro da área, bateu de esquerda para colocar a bola no fundo do gol. O camisa 23 do Verdão voltou a decidir aos 36 minutos, cobrando pênalti com frieza para marcar o gol que garantiu uma vitória épica que confirmou a classificação ainda no tempo regulamentar.

Sete governadores anunciam “Consórcio da Paz” após operação no Rio

Sete governadores anunciam “Consórcio da Paz” após operação no Rio

Sete governadores anunciaram nesta quinta-feira (30) a criação do “Consórcio da Paz”, um projeto de integração para trocar informações de inteligência, prestar apoio financeiro e de contingente policial no combate ao crime organizado.

medida ocorre depois da operação no Rio de Janeiro que deixou pelo menos 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha.

A reunião ocorreu no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense.

Além do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, participaram Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Eduardo Riedel (Progressistas), do Mato Grosso do Sul; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (Progressistas). O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou remotamente, por chamada de vídeo.

Rio de Janeiro será a sede inicial do consórcio e vai organizar o processo de formalização do grupo.

Medida ocorre depois de ação policial com mais de 120 mortes. foto governo do rio

De acordo com Castro, a ideia é compartilhar estratégias de combate ao crime. 

“Faremos um consórcio entre estados no modelo de outros consórcios que existem para que nós possamos dividir as experiências, soluções e ações do combate ao crime organizado”, disse Castro.

Apesar de ser liderado por governadores alinhados politicamente, eles informaram que a intenção é incluir todos os estados da Federação.

“Nós vamos perseguir o objetivo de integrar as 27 unidades da Federação, para que a gente troque experiência, empréstimos e material humano, porque nós temos gente qualificadíssima. Para que possamos comprar equipamentos de forma consorciada e enfrentar definitivamente essa onda de violência do Brasil, que não é só do Rio de Janeiro, é de todos os estados”, disse o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello. 

Operação Contenção

Todos os governadores presentes elogiaram os resultados da ação policial nos complexos da Penha e do Alemão.

Para o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, a operação deve ser “considerada a mais bem-sucedida”. “As forças de segurança do Rio de Janeiro fizeram, no meu entender, uma operação que vai fazer parte da segurança pública no Brasil”, disse.

A operação resultou na morte de 121 pessoas, sendo quatro policiais militares, apreensão de 93 fuzis e provocou caos na cidade, com interdição de vias. O objetivo principal anunciado previamente era a captura de Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, tido como principal chefe da facção criminosa Comando Vermelho, porém ele não foi preso na operação.

No sentido contrário, especialistas em segurança pública têm destacado que o crime organizado envolve redes econômicas e sociais complexas, e que operações policiais isoladas não conseguem atacar suas raízes. Organizações da sociedade civil e movimentos sociais criticam a letalidade policial e o desrespeito aos moradores da comunidade. Além disso, testemunhas denunciaram execuções e torturas por parte dos policiais, enquanto moradores classificaram a ação como carnificina.

Durante o encontro, os governadores falaram que o objetivo do consórcio é oferecer ações práticas, sem “politização” da segurança pública. 

No entanto, fizeram críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, texto enviado pelo governo federal ao Congresso em abril de 2025. Um dos objetivos anunciados é dar status constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), e integração entre forças de segurança em todo o país.

“Único objetivo do governo federal é tirar dos governadores as diretrizes gerais da segurança pública, que é um determinação que a Constituição de 88 nos deu. Querem transferir nossa autonomia e transformar em diretriz geral do Ministério da Justiça. É intervenção direta nas polícias dos estados”, afirmou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. 

A PEC estabelece que a União seja a responsável por elaborar a política nacional de segurança pública, “cujas diretrizes serão de observância obrigatória por parte dos entes federados, ouvido o Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, integrado por representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.  O governo federal tem argumentado que a PEC mantém as autonomias das forças de segurança estaduais e distrital.

Escritório emergencial 

Nessa quarta-feira (29), o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o governador Cláudio Castro anunciaram a criação de um escritório emergencial para enfrentar o crime organizado no estado, com objetivo de melhorar a integração entre as esferas federal e estadual.

Lewandowski disse que o governo federal vai aumentar o efetivo da Polícia Rodoviária Federal em 50 agentes nas estradas e o efetivo de agentes de inteligência no Rio, além do envio de peritos.

A pedido de Castro, o governo federal já autorizou a transferência de dez presos para presídios federais. fonte agência brasil