Ales homenageia produtores de café com Comenda “Dário Martinelli”

Mais de 80 mil famílias no Espírito Santo têm a cafeicultura de conilon como principal atividade. E, de acordo com a deputada Raquel Lessa (Pros/ES), isso se dá graças ao trabalho de Dário Martinelli, considerado o “pai” do café conilon no Estado.

“A história do café conilon capixaba se confunde com a biografia do senhor Dário Martinelli. Ele adotou o conilon como causa, desde quando era prefeito em São Gabriel da Palha, nos anos 70, em pleno êxodo rural devido ao Programa de Erradicação do Café”, contou a deputada durante a sessão solene que concedeu a Comenda do Mérito Dário Martinelli a pessoas envolvidas na cadeia produtiva do café, na quarta-feira (13), na Assembleia Legislativa (Ales). A Comenda foi criada no ano passado.

“Visionário, Dário adquiriu sementes de uma lavoura remanescente e formou o primeiro viveiro de mudas desse café, colhendo e enviando 40 quilos de semente para outros municípios, doando mudas a produtores e iniciando uma campanha de conscientização”, completou a parlamentar.

Trinta convidados foram os homenageados, entre eles o produtor rural Joacir Ferreira da Fonseca, do município de Águia Branca. Joacir é referência na área de consultoria técnica agropecuária e foi consultor federal do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf). Ele foi mais um que quis honrar a memória de Dário Martinelli, que morreu aos 85 anos, em setembro de 2015.

“Ele era um homem simples, humilde, e um visionário, que nunca se curvou às problemáticas, não só da agricultura, mas de tudo o que aconteceu na vida dele. Transformou a vida de muitos com políticas públicas de qualidade, e sempre frisou que nunca fez sozinho, e sim com parcerias. Nós estamos honrados de ser homenageados com essa comenda, que deveria se chamar Comenda Dário Café Conilon Martinelli”, comemora.

Representando o secretário de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Paulo Foletto, estava o subsecretário Michel Tesh. De acordo com ele, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA) referente ao café, no Estado, gera R$ 5 bilhões. “Nós estamos falando de um único produto da atividade capixaba que apresenta esse valor. É uma expressividade grande, bem distribuída por 130 mil famílias, considerando conilon e arábica”, afirma o subsecretário.

O diretor-presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Antonio Carlos Machado, destacou que o café está enraizado no capixaba. “É, para nós, um orgulho sermos referência nacional e mundial na cafeicultura, não só pela produção, mas pelo tipo de café, pela qualidade, tanto do conilon quanto do arábica”, ressaltou.

Participaram do evento prefeitos, vereadores e produtores de dez municípios capixabas. No início da sessão, houve um café da tarde, com degustação de café, e apresentação do cantor sertanejo Conrado Rangel.