Está na Comissão de Finanças o projeto da Lei Orçamentária
Anual (LOA) 2023. A matéria estima as receitas e fixa as despesas do Estado em
R$ 22.507.308.118, conforme previsto no orçamento fiscal e da seguridade social.
Esse valor é 11% maior quando comparado à peça orçamentária de 2022, de R$
20.273.774.984.
Há R$ 1.090.661.729 de orçamento de investimento –
realizados por empresas públicas e sociedades de economia mista das quais o
Executivo é sócio majoritário. Quando somado ao orçamento fiscal e da
seguridade, esse valor chega a R$ 23.597.969.847 de valor global. Os
investimentos previstos pelo Executivo e demais poderes e órgãos totalizam R$
2.793.463.474.
No argumento do projeto, o governo justifica a
adoção de medidas restritivas durante a pandemia e destaca o início da campanha
de vacinação, que permitiu a volta da atividade econômica, sobretudo a partir
de 2021, quando o Espírito Santo teve “surpreendente” recuperação econômica,
incluindo as três principais receitas: ICMS, Fundo de Participação dos Estados
(FPE) e Royalties e participações especiais.
“Esta proposta orçamentária foi elaborada
assumindo como diretrizes para 2023 o equilíbrio fiscal, o fortalecimento das
políticas públicas e a celeridade na execução dos investimentos programados,
zelando pelo cumprimento dos limites fixados na Lei de Responsabilidade Fiscal,
observando os princípios da gestão fiscal transparente, eficiente e focada em
resultados”, defende o governador Renato Casagrande (PSB).
De acordo com o Projeto de Lei (PL) 457/2022, a
verba para o Judiciário, Legislativo, Ministério Público e Defensoria Pública
ficou da seguinte maneira:
Correção do IPCA
A verba repassada aos poderes e órgãos públicos
foi corrigida em 11,89%, Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado
entre julho de 2021 e junho de 2022. No entanto, a aplicação dessa variação não
necessariamente corresponde aos números acima.
No caso da Assembleia Legislativa, o reajuste
resultou em orçamento de R$ 272.957.903, ou seja, maior do que o encontrado no
orçamento fiscal e da seguridade.
Mas na prática, a peça orçamentária separa esse
valor em recursos livres (R$ 232.826.405) e os usados para cobertura de
insuficiência do Fundo Financeiro (R$ 40.114.000). Essa verba é carimbada e vai
direto para o IPAJM (veja mais abaixo), por isso não entra na tabela
comparativa do orçamento fiscal e da seguridade.
A mesma lógica se aplica ao Tribunal de Contas. A
correção do IPCA acarretou em orçamento total do órgão de R$ 211.801.510: são
R$ 174.994.345 de recursos livres e R$ 36.807.165 para o Fundo Financeiro.
TJ e MPES
A verba de R$ 1.355.279.491 do Tribunal de Justiça
(TJ-ES) que aparece na tabela de orçamento fiscal e da seguridade inclui o
Fundo Especial do Judiciário, (R$ 227.375.000,00) e recursos de operação de
crédito (R$ 14.760.000,00), sobre os quais não se aplica o IPCA.
No caso do TJ-ES, o orçamento corrigido pelos
11,89% chegou R$ 1.348.740.228, subdividido em recursos para o IPAJM (R$
235.595.737) e de livre alocação (R$ 1.113.144.491).
Com os 11,89% do IPCA, o orçamento do Ministério
Público do Estado (MPES) passou para R$ 502.774.441. Desse total, R$
455.952.476 são livres e R$ 46.821.965 para compor a Previdência estadual.
O orçamento fiscal e da seguridade, de R$ 479.112.476, é
maior leva em conta R$ 22.800.000 do Fundo Especial do Ministério Público e o
Fundo Estadual de Reparação de Interesses Difusos Lesados, de R$ 360.000, sobre
os quais não é calculado o percentual de reajuste.
Por fim, a Defensoria Pública teve seu orçamento
corrigido para R$ 110.193.523: R$ 83.778.290 livres e R$ 26.415.233 destinados
para o Fundo Financeiro.
Os R$ 110.453.290 apresentados no orçamento fiscal
e da seguridade incluem R$ 26.674.000 do Fundo de Aparelhamento da Defensoria
Pública – excluído do reajuste de 11,89%.
Fundo financeiro
O Fundo Financeiro foi constituído pela Lei
Complementar 282 e contempla o pagamento de benefícios previdenciários a
servidores públicos da ativa e os aposentados até 26 de abril de 2004, data de
publicação da legislação.
Fazem parte do fundo as contribuições mensais
obrigatórias de 14% recolhidas junto ao IPAJM por funcionários ativos e
inativos, além das contribuições mensais dos poderes e órgãos estaduais no
mesmo percentual.
Segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
2022 – Lei 16.772/2021 – em seu artigo 14, em caso de insuficiência financeira
do Fundo Financeiro os recursos do tesouro já serão carimbados na LOA para essa
finalidade.
Executivo
O orçamento fiscal e da seguridade social do
Executivo é de R$ 20.154.642.111. As maiores verbas são reservadas às
secretarias estaduais da Saúde (Sesa), de Educação (Sedu), de Segurança
Pública (Sesp) e de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi).
Concursos
Há previsão orçamentária para a realização de concursos na Assembleia
Legislativa, Tribunal de Justiça, Ministério Público e Defensoria Pública. Há
uma rubrica no orçamento do Tribunal de Contas que projeta “pagamento de
pessoal decorrente do provimento de novos cargos”.
No Executivo, a LOA 2023 sugere a realização de concurso em 20 secretarias e
órgãos:
- Secretaria de Estado de Controle e Transparência
- Procuradoria-Geral do Estado (PGE)
- Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz)
- Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger)
- Instituto de Tecnologia de Informação e Comunicação do Estado (Prodest)
- Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf)
- Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper)
- Agência de Regulação de Serviços Públicos (Arsp)
- Departamento de Edificações de Rodovias (DER)
- Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema)
- Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh)
- Secretaria de Estado da Educação (Sed)
- Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames)
- Corpo de Bombeiros
- Polícia Militar
- Polícia Civil
- Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon)
- Secretaria de Estado da Justiça (Sejus)
- Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases)
- Instituto de Previdência dos Servidores do Estado do Espírito Santo (IPAJM)
As informações constam no Anexo II do projeto de lei, que detalha as dotações orçamentárias. Fonte do es.